EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

O AMANHECER DO EVANGELHO

          REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

  CURTA O VÍDEO:  https://www.youtube.com/watch?v=jnA-meNuElE&t=5s,   https://studio.youtube.com/video/jnA-meNuElE/edit

V DOMINGO DA QUARESMA

“EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA”

O primeiro milagre – ou melhor, “sinal” – realizado por Jesus segundo nos narra São João, foi a mudança da água em vinho nas bodas de Caná da Galiléia.O último milagre, já a caminho da Paixão, foi a ressurreição de Lázaro, narrada pelo mesmo evangelista com todos os pormenores. A marcha de Cristo para a morte se precipitava. E justamente a ressurreição de Lázaro foi como que a gota d’água que completou o acirramento do ódio dos adversários contra o Divino Mestre. Ao verem o grande prodígio realizado por Jesus, inclusive o fato de estar acontecendo a conversão de muita gente ao evangelho por causa disso, os Sumos Sacerdotes e os fariseus reuniram o Conselho e declararam explicitamente: “Que faremos? Este homem realiza muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nele, e os romanos virão, destruindo nosso lugar santo e a nação” (Jo 11,47 s). Foi, até, quando Caifás, não por si mesmo, mas pelo poder de profecia que lhe foi outorgado pelo fato de ser o Sumo Pontífice, disse: “É do vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação inteira” (v 50). Na narração do milagre de Lázaro chamado de novo à vida, é fácil ver como se encontram a mais alta teologia e o mais comovente sentido de ternura humana. Jesus chorou a morte de Lázaro. Era seu grande amigo. Chorou como choramos nós a morte de um nosso ente querido. E todos o viram chorar. Como isso faz bem à nossa fé! Faz-nos sentir como Jesus é realmente Deus-conosco, Deus e homem verdadeiro!       É fácil compreender que a ressurreição de Lázaro não era a ressurreição definitiva que nos transfere para a vida eterna. Era antes uma revivificação. Como foi a do moço, filho da viúva de Naim, e a da menina, filha de Jairo, chefe da sinagoga de Cafarnaum. Eles viveram mais algum tempo, mas depois morreram e foram sepultados, aguardando a ressurreição final. Porém, ressuscitando Lázaro, Jesus mostrou que Ele é o Senhor da vida e da morte. E o fato lhe deu oportunidade para proclamar a grande verdade da sua e nossa ressurreição. De fato, quando Marta viu Jesus chegar, correu-lhe logo ao encontro e disse: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”.Jesus lhe respondeu: “Teu irmão ressuscitará”. Marta retrucou: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição do último dia”. Foi aí que Jesus disse a grande palavra que é a revelação central de todo o episódio: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto?” Aí Marta fez uma bela profissão de fé: “Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo”. E é claro que dentro dessa profissão de fé ela se dispunha a acolher tudo o que Jesus dissesse.   Marta acreditava, como seu povo acreditava, na ressurreição final. Mas não sabia que Jesus era o agente dessa ressurreição. Agora fica sabendo que o é (Lagrange). Mas fica sabendo mais ainda. Fica conhecendo essa verdade mais ampla que Jesus agora revela: todo aquele que nele crê, já tem a vida eterna. A fé é uma vida nova, que já começa aqui no tempo, para se tornar definitiva um dia. Pela fé já acontece em nós a Páscoa. A passagem da morte para a vida. É a grande celebração da vigília pascal, iluminada pela bela doutrina de São Paulo. Ele nos ensina que pelo batismo somos sepultados com Cristo na morte. Mergulhados na água, como se fosse um sepulcro. E com Cristo ressuscitamos para uma vida nova. Essa vida nova que nos convida a nos desprendermos dos apegos terrenos, e nos convoca a viver em clima mais alto:”Se ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita do Pai. Pensai nas coisas do alto e não nas da terra” (CI 3, 1 s). Cristo é vida. E o que São Paulo nos pede é que saibamos viver em Cristo (Cfr Jo 11 ,1-45).   A majestosa vitória de Cristo sobre a morte, ressuscitando Lázaro- “Lázaro, vem para fora!” – é sinal e prelúdio da grande e definitiva vitória do Redentor sobre a morte. Ela é “a última inimiga a ser destruída” (1 Cor 15,26). Depois será o triunfo final, e “Deus será tudo em todos” (v 28) . A celebração da Páscoa, para onde vamos caminhando na caminhada cheia de sabedoria da Quaresma nos vai ajudar a alimentar essa sublime visão de esperança.   Leituras do V Domingo da Quaresma – Ano A:

1a) Ez 37,12-14

2a) Rom 8,8-11

3a) Jo 11,1-45, Jo 11,3-7, 17,20-27,33b-45