Jo 15, 12-17 – amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei – 

A Bíblia explicada em capítulos e versículos

O amanhecer do Evangelho

Reflexões, ilustraçoes e vídeo de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

                                      Sexta-feira da 5ª Semana da Páscoa1) Oração

Preparai, ó Deus, nossos corações para vivermos dignamente os mistérios pascais a fim de que esta celebração realizada com alegria nos proteja por sua força inesgotável e nos comunique a salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 15, 12-17)Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos, 12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos.14Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 15Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor.

Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei, para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. Assim, tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará.17O que eu vos mando é que vos ameis uns aos outros.3) Reflexão – Jo 15, 12-17

  • João 15:12-13: amar os irmãos como Cristo nos amou. O mandamento de Jesus é um só: “amar uns aos outros como Ele nos amou!” (Jo 15,12). Jesus supera o Antigo Testamento.
  • O critério antigo era: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 18,19). O novo critério é: “Amai-vos como Eu vos amei”. Aqui ele diz a frase que cantamos até hoje: “Não há maior prova de amor do que dar a vida pelos irmãos!”

João 15,14-15: Amigos e não servos. “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando”, ou seja, a prática do amor até o dom total de si! Em seguida Jesus coloca um altíssimo ideal para a vida dos discípulos.Ele diz: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai.“. Jesus não tinha mais segredos para seus discípulos.Tudo que escuta do Pai nos diz. Este é o belo ideal da vida em comunidade: alcançar uma total transparência, até o ponto de não ter segredos entre nós e confiar plenamente um no outro, para partilhar a experiência que temos de Deus e da vida e assim nos enriquecemos mutuamente.Os primeiros cristãos puderam realizar este ideal por alguns anos. “Eles eram um só coração e uma só alma” (At 4,32; 1,14, 2,42.46).    João 15,16-17: Foi Jesus quem nos escolheu. Não fomos nós que escolhemos Jesus. Foi ele quem nos encontrou, nos chamou e nos deu a missão de ir e dar fruto, e fruto que permaneça. Precisamos dele, mas ele também precisa de nós para continuar a fazer hoje o que ele fez com o povo da Galiléia. A última recomendação: “O que eu vos mando é que vos ameis uns aos outros“.4) Para confronto pessoal

  1. Amar o próximo como Jesus nos amou. Este é o ideal de todo cristão. Como eu estou vivendo este ideal?

  1. Tudo o que eu ouvi de meu Pai vos tenho dito. Este é o ideal da comunidade: chegar a uma transparência total. Como vivo isto em minha comunidade?

5) Oração final

Eu te louvarei entre os povos, Senhor, a ti cantarei hinos entre as nações, porque tua bondade é grande até o céu, e tua fidelidade até as nuvens. (Sl 56, 10-11).

Jo 15, 9-17 – “EU VOS CHAMO AMIGOS” –

A Bíblia explicada em Capítulos e Versículos –

O Amanhecer do Evangelho –

Reflexões, ilustrações e Vídeo de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM –

VI DOMINGO DA PÁSCOA -ANO B

1) Oração

Ó Deus, que associastes são Matias ao colégio apostólico, concedei, por sua intercessão, que, fruindo da alegria do vosso amor, mereçamos ser cotados entre os eleitos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (João 15, 9-17)

Naquele tempo disse Jesus: 9Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. 11Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. 12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. 13Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. 14Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. 15Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda.17O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.3) Reflexão   Jo 15,9-17

Foi Lacordaire que disse, numa declaração muito verdadeira, que “amor” não é uma palavra profana, mas é uma palavra profanada. E, se o era no tempo dele, muito mais hoje. Até o próprio amor conjugal, que é a forma mais alta do amor humano, como é hoje deturpado e reduzido a expressões de puro egoísmo e sensualidade! Quando devia ser doação, ternura, colaboração, empenho de ajudar um ao outro a crescer, capacidade de empreender juntos as tarefas da vida e da família e de juntos superar os problemas que nunca faltam em nossa caminhada humana.

O tema do amor povoa todas as páginas do Evangelho, de tal sorte que alguém pôde dizer que, se se pudesse espremer o livro do Evangelho como se espreme um limão ou uma laranja, o suco que daí escorreria seria o amor.

Sobretudo São João, tanto. no seu evangelho como nas cartas, desenvolve o tema com a maior riqueza teológica e mística. Ele chega a dizer que “Deus é Amor” e que “aquele que permanece no amor, permanece em Deus e Deus permanece nele” ( 1 Jo 4, 16). No coração onde não houver amor, Deus não está. Não está aquilo que é a essência do cristianismo. Uma vez que Jesus disse: “Este é o meu preceito: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15, 12). É como está lá no sermão da despedida, na noite da quinta-feira, quando, depois de ter lavado os pés dos apóstolos e de instituir a Eucaristia, Jesus se encaminhou para o Horto das Oliveiras para dar início à sua Paixão.

Foi nesse discurso, de sabor testamentário, que Ele disse coisas maravilhosas como estas: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”(v13).” Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; porém eu vos chamo amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai, eu vos dei a conhecer” (v 15). E mais esta, preciosíssima: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos destinei a ir e a produzir frutos, e frutos que permaneçam” (v. 16). Não é por sermos amáveis que Cristo nos ama. É seu amor que nos torna amáveis.

E Ele nos ensinou que devemos amar até os nossos inimigos. Pois amar aos amigos qualquer pagão é capaz de fazer. A propósito disso, não posso esquecer uma saborosa cena acontecida num colégio salesiano de Turim. Um irmão leigo, que era um brilhante maestro de canto coral, tinha que ter muita paciência para dominar sua inquieta turminha de jovens cantores. Um dia o ouviram exclamar, refreando um ímpeto de impaciência: ” E, apesar de tudo, eu vos devo amar!”. Era o Evangelho que o inspirava lá do fundo do seu coração. E a frase que disse, com seu sabor jocoso, ajudou-o a espairecer todo ímpeto de violência.

 

Repassando as palavras de Jesus, tão ricas de ensinamentos, seria interessante determo-nos um pouco mais na maravilhosa declaração: “Eu não vos chamo servos, mas amigos”. Sem dúvida nenhuma, o conceito que predominava no Antigo Testamento para indicar o relacionamento do homem com Deus era o conceito de servidão. Deus é o Senhor. Nós somos seus servos. Agora vem aqui Jesus dizer-nos a consoladora palavra: Sois meus amigos. Não vos chamo mais servos. E explica o sentido dessa amizade. ~ que ela supõe a intimidade. Um amigo não esconde as coisas para o outro. O relacionamento entre o senhor e o escravo, ou mesmo entre um patrão e seu empregado, tem uma porção de reservas. Ao passo que os apóstolos, amigos de Cristo, sabem tudo o que o Pai lhe revelou, a começar pelo Evangelho e pela destinação universal da Igreja. E – como é evidente – nosso coração também não há de querer esconder nada ao Divino Arnigo. Independentemente de sua ciência infinita que perscruta o íntimo de todos os corações, devemos querer ter sempre o coração aberto para Ele. Jamais queiramos imitar Caim, que pretendeu afastar-se da face do Senhor (cfr Gn 4, 16). Sobretudo quando nos couber a infelicidade de cair nalgum pecado, tanto mais aí devemos procurar o Amigo celeste. Ele é também o Divino Médico!

4) Para um confronto pessoal

1) Amar o próximo como Jesus nos amou. Este é o ideal de cada cristão. Como isto está sendo vivido por mim?

2) Tudo que ouvi do meu Pai contei para vocês. Este é o ideal da comunidade: chegar a uma total transparência. Como isto está sendo vivido na minha comunidade?5) Oração final

Louvai, ó servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre.

LEITURAS do VI domingo da Páscoa:

1º) – At 10, 25-26, 34-35, 44-48.

2º) -1Jo 4,7-10.

3º) – Jo 15, 9-17

HOMENAGEM PARA O DIA DAS MÃES

Mãe

Pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos
que ama e, rica, empobrecer-se para que seu
coração não sangre, ferido pelos ingratos.

Forte, entretanto, estremece ao choro duma
criancinha, e fraca, não se altera
com a bravura dos leões.

Viva, não sabemos lhe dar o valor
porque à sua sombra todas as dores se apagam.

Morta, tudo o que somos e tudo que temos
daríamos para vê-la de novo,
e receber um aperto de seus braços
e uma palavra de seus lábios.

Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher,
se não quiserem que ensope de lágrimas este álbum:
porque eu a vi passar no meu caminho.

Quando crescerem seus filhos,
leiam para eles esta página.
Eles lhe cobrirão de beijos a fronte,
e dirão que um pobre viandante,
em troca de suntuosa hospedagem recebida,
aqui deixou para todos o retrato de sua própria MÃE.