Mc 6,7-13 – O Anuncio da Boa Nova e envio dos doze apóstolos em Missão –
Jesus começou a andar pelos povoados da Galiléia para anunciar a Boa Nova (Mc 6,6)
e a enviar os doze em missão.(Marcos 6, 7-13)-

O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

Quinta-feira da 4ª Semana do Tempo Comum

                                        XV Domingo do Tempo Comum                                                    

Jesus começou a andar pelos povoados da Galiléia para anunciar a Boa Nova (Mc 6,6) e a enviar os doze em missão.(Marcos 6, 7-13)1) Oração

Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todos os homens com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (Marcos 6, 7-13)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos – Naquele tempo, Então chamou os Doze e começou a enviá-los, dois a dois; e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos. Ordenou-lhes que não levassem coisa alguma para o caminho, senão somente um bordão; nem pão, nem mochila, nem dinheiro no cinto; como calçado, unicamente sandálias, e que se não revestissem de duas túnicas.E disse-lhes: Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela, até vos retirardes dali. Se em algum lugar não vos receberem nem vos escutarem, saí dali e sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra ele. Eles partiram e pregaram a penitência. Expeliam numerosos demônios, ungiam com óleo a muitos enfermos e os curavam.
– Palavra da salvação.3) Reflexão

* O Evangelho de hoje descreve a continuidade do que vimos no evangelho de ontem. A passagem por Nazaré foi dolorosa para Jesus. Ele foi rejeitado pelo seu povo (Mc 6,1-5). O que antes era a sua comunidade, agora já não é mais. Alguma coisa mudou. A partir deste momento, como informa o Evangelho de hoje, Jesus começou a andar pelos povoados da Galiléia para anunciar a Boa Nova (Mc 6,6) e a enviar os doze em missão. Nos anos 70, época em que Marcos escrevia o seu evangelho, as comunidades cristãs viviam uma situação difícil, sem horizonte. Humanamente falando, não havia futuro para elas. Em 64, Nero começou a perseguir os cristãos. Em 65, estourou a revolta dos judeus da Palestina contra Roma. Em 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Por isso, a descrição do envio dos discípulos, após o conflito em Nazaré, era fonte de luz e de ânimo para os cristãos.* Marcos 6,7. O objetivo da Missão. O conflito cresceu e tocou de perto a pessoa de Jesus. Como ele reage? De duas maneiras. 1) Diante do fechamento do povo da sua comunidade, Jesus deixou Nazaré de lado e começou a percorrer os povoados nas redondezas (Mc 6,6). 2) Ele alargou a missão e intensificou o anúncio da Boa Nova chamando outras pessoas para envolve-las na missão. “Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus”. O objetivo da missão é simples e profundo. Os discípulos participam da missão de Jesus. Não podem ir sozinhos, mas devem ir dois a dois, pois duas pessoas representam melhor a comunidade do que uma só e podem ajudar-se mutuamente. Eles recebem poder sobre os espíritos impuros, isto é, devem aliviar o sofrimento do povo e, através da purificação, devem abrir as portas do acesso direto a Deus.* Marcos 6,8-11. As atitudes a serem tomadas na Missão. As recomendações são simples: “recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas.E Jesus disse ainda: “Quando vocês entrarem numa casa, fiquem aí até partirem. Se vocês forem mal recebidos num lugar e o povo não escutar vocês, quando saírem sacudam a poeira dos pés como protesto contra eles”. E eles foram. É o começo de uma nova etapa. Agora já não é só Jesus, mas é todo o grupo que vai anunciar a Boa Nova de Deus ao povo. Se a pregação de Jesus já dava conflito, quanto mais agora, com a pregação de todo o grupo. Se o mistério já era grande, ainda será maior com a missão intensificada.* Marcos 6,12-13. O resultado da missão. “Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo”. Anunciar a Boa Nova, provocar conversão ou mudança nas pessoas e aliviar a dor do povo, curando as doenças e expulsando os males.* O envio dos discípulos em Missão. No tempo de Jesus havia vários outros movimentos de renovação. Por exemplo, os essênios e os fariseus. Também eles procuravam uma nova maneira de conviver em comunidade e tinham os seus missionários (cf. Mt 23,15). Mas estes, quando iam em missão, iam prevenidos. Levavam sacola e dinheiro para cuidar da sua própria comida. Pois não confiavam na comida do povo que nem sempre era ritualmente “pura”. Ao contrário dos outros missionários, os discípulos e as discípulas de Jesus recebem recomendações diferentes que ajudam a entender os pontos fundamentais da missão de anunciar a Boa Nova, que recebem de Jesus e que ainda é a nossa missão:a) Deviam ir sem nada. Não podiam levar nada, nem bolsa, nem dinheiro na cintura, nem bastão, nem pão, nem sandálias, nem sequer duas túnicas. Isto significa que Jesus os obriga a confiar na hospitalidade. Pois quem vai sem nada, vai porque confia no povo e acredita que vai ser recebido. Com esta atitude criticavam as leis de exclusão, ensinadas pela religião oficial, e mostravam, pela nova prática, que tinham outros critérios de comunidade.b) Deviam comer o que o povo lhes dava. Não podiam viver separados com sua própria comida mas deviam aceitar a comunhão de mesa (Lc 10,8). Isto significa que, no contato com o povo, não deviam ter medo de perder a pureza tal como era ensinada na época. Com esta atitude criticavam as leis da pureza em vigor e mostravam, pela nova prática, que tinham outro acesso à pureza, isto é, à intimidade com Deus.c) Deviam ficar hospedados na primeira casa em que fossem acolhidos. Deviam conviver de maneira estável e não andar de casa em casa. Deviam trabalhar como todo mundo e viver do que recebiam em troca, “pois o operário merece o seu salário” (Lc 10,7). Com outras palavras, eles deviam participar da vida e do trabalho do povo, e o povo os acolheria na sua comunidade e partilharia com eles casa e comida. Significa que deviam confiar na partilha.d) Deviam tratar dos doentes, curar os leprosos e expulsar os demônios (Lc 10,9; Mc 6,7.13; Mt 10,8). Deviam exercer a função de “defensor” (goêl) e acolher para dentro do clã, dentro da comunidade, os que viviam excluídos. Com esta atitude criticavam a situação de desintegração da vida comunitária do clã e apontavam saídas concretas.Estes eram os quatro pontos básicos que deviam animar a atitude dos missionários ou das missionárias que anunciavam a Boa Nova de Deus em nome de Jesus: hospitalidade, comunhão de mesa, partilha e acolhida aos excluídos (defensor, goêl). Caso estas quatro exigências fossem preenchidas, eles podiam e deviam gritar aos quatro ventos: “O Reino chegou!” (cf. Lc 10,1-12; 9,1-6; Mc 6,7-13; Mt 10,6-16).Pois o Reino de Deus que Jesus nos revelou não é uma doutrina, nem um catecismo, nem uma lei. O Reino de Deus acontece e se faz presente quando as pessoas, motivadas pela sua fé em Jesus, decidem conviver em comunidade para, assim, testemunhar e revelar a todos que Deus é Pai e Mãe e que, portanto, nós, seres humanos, somos irmãos e irmãs uns dos outros. Jesus queria que a comunidade local fosse novamente uma expressão da Aliança, do Reino, do amor de Deus como Pai, que faz de todos irmãos e irmãs.4) Para um confronto pessoal

1. Você participa da missão como discípulo ou discípula de Jesus?
2. Qual o ponto da missão dos apóstolos que tem maior importância para nós hoje? Por que?5) Oração final

Grande é o Senhor e digno de todo louvor, na cidade de nosso Deus. O seu monte santo,colina magnífica, é uma alegria para toda a terra. (Sal 47, 2-3a)

XV Domingo do Tempo Comum – Ano B – Missão dos 12 Apóstolos-
Os Missionários do Reino –
A Bíblia explicada em Capítulos e Versículos –
O Amanhecer do Evangelho – Reflexões, ilustrações e vídeos de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

1) Oração do dia

Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (Marcos 6, 7-13)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos – Naquele tempo, Então chamou os Doze e começou a enviá-los, dois a dois; e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos. Ordenou-lhes que não levassem coisa alguma para o caminho, senão somente um bordão; nem pão, nem mochila, nem dinheiro no cinto; como calçado, unicamente sandálias, e que se não revestissem de duas túnicas.E disse-lhes: Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela, até vos retirardes dali. Se em algum lugar não vos receberem nem vos escutarem, saí dali e sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra ele. Eles partiram e pregaram a penitência. Expeliam numerosos demônios, ungiam com óleo a muitos enfermos e os curavam.
– Palavra da salvação.3) Reflexão

* O Evangelho de hoje descreve a continuidade do que vimos no evangelho de ontem. A passagem por Nazaré foi dolorosa para Jesus. Ele foi rejeitado pelo seu povo (Mc 6,1-5). O que antes era a sua comunidade, agora já não é mais. Alguma coisa mudou. A partir deste momento, como informa o Evangelho de hoje, Jesus começou a andar pelos povoados da Galiléia para anunciar a Boa Nova (Mc 6,6) e a enviar os doze em missão. Nos anos 70, época em que Marcos escrevia o seu evangelho, as comunidades cristãs viviam uma situação difícil, sem horizonte. Humanamente falando, não havia futuro para elas. Em 64, Nero começou a perseguir os cristãos. Em 65, estourou a revolta dos judeus da Palestina contra Roma. Em 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Por isso, a descrição do envio dos discípulos, após o conflito em Nazaré, era fonte de luz e de ânimo para os cristãos.* Marcos 6,7. O objetivo da Missão. O conflito cresceu e tocou de perto a pessoa de Jesus. Como ele reage? De duas maneiras. 1) Diante do fechamento do povo da sua comunidade, Jesus deixou Nazaré de lado e começou a percorrer os povoados nas redondezas (Mc 6,6). 2) Ele alargou a missão e intensificou o anúncio da Boa Nova chamando outras pessoas para envolve-las na missão. “Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus”. O objetivo da missão é simples e profundo. Os discípulos participam da missão de Jesus. Não podem ir sozinhos, mas devem ir dois a dois, pois duas pessoas representam melhor a comunidade do que uma só e podem ajudar-se mutuamente. Eles recebem poder sobre os espíritos impuros, isto é, devem aliviar o sofrimento do povo e, através da purificação, devem abrir as portas do acesso direto a Deus.* Marcos 6,8-11. As atitudes a serem tomadas na Missão. As recomendações são simples: “recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas.E Jesus disse ainda: “Quando vocês entrarem numa casa, fiquem aí até partirem. Se vocês forem mal recebidos num lugar e o povo não escutar vocês, quando saírem sacudam a poeira dos pés como protesto contra eles”. E eles foram. É o começo de uma nova etapa. Agora já não é só Jesus, mas é todo o grupo que vai anunciar a Boa Nova de Deus ao povo. Se a pregação de Jesus já dava conflito, quanto mais agora, com a pregação de todo o grupo. Se o mistério já era grande, ainda será maior com a missão intensificada.* Marcos 6,12-13. O resultado da missão. “Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo”. Anunciar a Boa Nova, provocar conversão ou mudança nas pessoas e aliviar a dor do povo, curando as doenças e expulsando os males.* O envio dos discípulos em Missão. No tempo de Jesus havia vários outros movimentos de renovação. Por exemplo, os essênios e os fariseus. Também eles procuravam uma nova maneira de conviver em comunidade e tinham os seus missionários (cf. Mt 23,15). Mas estes, quando iam em missão, iam prevenidos. Levavam sacola e dinheiro para cuidar da sua própria comida. Pois não confiavam na comida do povo que nem sempre era ritualmente “pura”. Ao contrário dos outros missionários, os discípulos e as discípulas de Jesus recebem recomendações diferentes que ajudam a entender os pontos fundamentais da missão de anunciar a Boa Nova, que recebem de Jesus e que ainda é a nossa missão:a) Deviam ir sem nada. Não podiam levar nada, nem bolsa, nem dinheiro na cintura, nem bastão, nem pão, nem sandálias, nem sequer duas túnicas. Isto significa que Jesus os obriga a confiar na hospitalidade. Pois quem vai sem nada, vai porque confia no povo e acredita que vai ser recebido. Com esta atitude criticavam as leis de exclusão, ensinadas pela religião oficial, e mostravam, pela nova prática, que tinham outros critérios de comunidade.b) Deviam comer o que o povo lhes dava. Não podiam viver separados com sua própria comida mas deviam aceitar a comunhão de mesa (Lc 10,8). Isto significa que, no contato com o povo, não deviam ter medo de perder a pureza tal como era ensinada na época. Com esta atitude criticavam as leis da pureza em vigor e mostravam, pela nova prática, que tinham outro acesso à pureza, isto é, à intimidade com Deus.c) Deviam ficar hospedados na primeira casa em que fossem acolhidos. Deviam conviver de maneira estável e não andar de casa em casa. Deviam trabalhar como todo mundo e viver do que recebiam em troca, “pois o operário merece o seu salário” (Lc 10,7). Com outras palavras, eles deviam participar da vida e do trabalho do povo, e o povo os acolheria na sua comunidade e partilharia com eles casa e comida. Significa que deviam confiar na partilha.d) Deviam tratar dos doentes, curar os leprosos e expulsar os demônios (Lc 10,9; Mc 6,7.13; Mt 10,8). Deviam exercer a função de “defensor” (goêl) e acolher para dentro do clã, dentro da comunidade, os que viviam excluídos. Com esta atitude criticavam a situação de desintegração da vida comunitária do clã e apontavam saídas concretas.Estes eram os quatro pontos básicos que deviam animar a atitude dos missionários ou das missionárias que anunciavam a Boa Nova de Deus em nome de Jesus: hospitalidade, comunhão de mesa, partilha e acolhida aos excluídos (defensor, goêl). Caso estas quatro exigências fossem preenchidas, eles podiam e deviam gritar aos quatro ventos: “O Reino chegou!” (cf. Lc 10,1-12; 9,1-6; Mc 6,7-13; Mt 10,6-16).Pois o Reino de Deus que Jesus nos revelou não é uma doutrina, nem um catecismo, nem uma lei. O Reino de Deus acontece e se faz presente quando as pessoas, motivadas pela sua fé em Jesus, decidem conviver em comunidade para, assim, testemunhar e revelar a todos que Deus é Pai e Mãe e que, portanto, nós, seres humanos, somos irmãos e irmãs uns dos outros. Jesus queria que a comunidade local fosse novamente uma expressão da Aliança, do Reino, do amor de Deus como Pai, que faz de todos irmãos e irmãs.4) Para um confronto pessoal

1. Você participa da missão como discípulo ou discípula de Jesus?
2. Qual o ponto da missão dos apóstolos que tem maior importância para nós hoje? Por que?5) Oração final

Grande é o Senhor e digno de todo louvor, na cidade de nosso Deus. O seu monte santo, colina magnífica, é uma alegria para toda a terra. (Sal 47, 2-3a)

XV Domingo do Tempo Comum – Ano B –

(Marcos 6, 7-13) – Missão dos 12 Apóstolos- Os Missionários do Reino –
A Bíblia explicada em Capítulos e Versículos –
O Amanhecer do Evangelho –
Reflexões, ilustrações e vídeos de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

1) Oração do dia

Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (Marcos 6, 7-13)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos – Naquele tempo, Então chamou os Doze e começou a enviá-los, dois a dois; e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos. Ordenou-lhes que não levassem coisa alguma para o caminho, senão somente um bordão; nem pão, nem mochila, nem dinheiro no cinto; como calçado, unicamente sandálias, e que se não revestissem de duas túnicas.E disse-lhes: Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela, até vos retirardes dali. Se em algum lugar não vos receberem nem vos escutarem, saí dali e sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra ele. Eles partiram e pregaram a penitência. Expeliam numerosos demônios, ungiam com óleo a muitos enfermos e os curavam.
– Palavra da salvação.3) Reflexão

A palavra de Deus brota das páginas do livro Sagrado com a limpidez e a serenidade da água que escorre de uma fonte. E vai matando nossa sede de bem e de verdade.

Hoje estamos lendo, na redação de São Marcos, um episódio narrado pelos três sinópticos: Jesus enviando os apóstolos numa primeira viagem missionária. Não era ainda a missão definitiva. Era uma missão que podemos chamar de experimental, destinada ao ambiente judeu e não estendida ainda ao mundo dos gentios. Os conselhos e as recomendações que Jesus lhes dá valem para eles e, com as devidas transposições, valem também para todos os pregoeiros do Evangelho.

E poderíamos começar lembrando que eles são enviados, são mandados por Deus. Como no Antigo Testamento Deus mandava seus profetas, no Novo Testamento Jesus – que é o Deus-conosco – manda seus apóstolos.

Aliás, “apóstolo” é o nome grego correspondente ao latim “missus”, que significa exatamente “aquele que é enviado”. No caso, enviado por Deus. É lamentável que haja por aí tanto “missionário”, que se arroga esse direito – inclusive por deploráveis interesses pecuniários -e vão iludindo os simples e provocando a maior confusão de idéias sobre os valores espirituais.

Noutro lugar do Evangelho Jesus nos acautela sobre os falsos profetas. Houve-os sempre. Como houve no tempo do profeta Amós, como se pode depreender do breve trecho de seu livro que a liturgia nos oferece como primeira leitura. Amós não era um profeta áulico, como era o sacerdote Amasias do santuário de Betel, a serviço do rei Jeroboão.

Seu poder vinha de Deus, que o chamara de seu humilde ofício de pastor e de cultivador de sicômoros para anunciar a palavra do Senhor, não os caprichos do Rei. Por isso mesmo ele tem palavras do fogo para condenar os abusos dos grandes, que com seu luxo e sua cobiça oprimiam os humildes.

Amós, profeta não por sua vontade mas pela vontade de Deus, gozava de uma nobre independência. Não estava ligado a compromissos com a corte, nem com quaisquer interesses mundanos. Como devem ser os pregoeiros do Evangelho. Desapegados de qualquer empecilho terreno. Leves no corpo e no espírito, para o perfeito cumprimento de sua tarefa sobrenatural. Como disse Jesus aos seus apóstolos para a sua missão inaugural: “Que nada levassem para o caminho, a não ser um cajado apenas; nem pão, nem alforje, nem dinheiro no cinto. Mas que andassem calçados com sandálias e não levassem duas túnicas” (Mc 6, 8-9).

E só transpor isso para os costumes de hoje, e teremos a figura de um missionário sóbrio, sem exigências, cheio de entrega nas mãos da Providência.

E de Jesus receberam a missão de anunciar o Reino de Deus e pregar a conversão. Onde entra o Reino, que é feito de amor, de verdade e de justiça, os corações se vão mudando.

Acontece a “metanoia”, isto é a mudança de mentalidade. Como a Luz dissipa as trevas, os valores do Reino vão afastando o erro e a mentira, a Injustiça e a discriminação, o ódio e a violência. Receberam ainda o poder de expulsar os demônios, sinal certo de que tinham chegado os tempos messiânicos. Faziam também curas, ungindo os enfermos com óleo, preludiando o sacramento dos enfermos, como diz o Concílio Tridentino a respeito desse sacramento: instituído por Cristo, insinuado no Evangelho de Marcos, promulgado e recomendado aos fiéis pelo apóstolo São Tiago (cfr Conc. Tridentino, Sessão XIV).

E não deixa de ter um profundo significado também o fato de Jesus os enviar dois a dois. Era a caridade fraterna em ação. Era a condenação do egoísmo e da auto – suficiência. Isso também falava eloqüentemente ao coração dos ouvintes desses profetas do Novo Testamento.

A Igreja, que é toda ela missionária, enviada para o mundo dentro do qual vivemos, tem que ter sempre diante dos olhos a lição que o Divino Mestre deixou para os seus apóstolos. E cada pastor da Igreja -e por que não dizer também cada catequista, e cada pai, e cada mestre? – deve assumir em sua vida as santas lições do Evangelho, para que Deus esteja presente em tudo aquilo que pregam e ensinam.

LEITURAS do xv Domingo do Tempo Comum – Ano B:

1ª – Am 7,12-15.

2ª – Ef 1, 3-14.

3ª – Mc 6, 7 -13-

4) Para um confronto pessoal

1. Você participa da missão como discípulo ou discípula de Jesus?
2. Qual o ponto da missão dos apóstolos que tem maior importância para nós hoje? Por que?5) Oração final

Grande é o Senhor e digno de todo louvor, na cidade de nosso Deus. O seu monte santo, colina magnífica, é uma alegria para toda a terra. (Sal 47, 2-3a)