TRANSFIGURAÇÃO NO MONTE TABOR –

https://www.youtube.com/watch?v=WahrODHat9k&t=498s&ab_channel=CNBBPadreLucas
2º DOMINGO DA QUARESMA –
VÍDEO DO PADRE LUCAS FATO DA VIDA: TRANSFIGURAÇÃO E DESFIGURAÇÃO 

Leonardo Da Vince, que pintou o quadro da Santa Ceia no convento das Graças, em Milão, saiu à procura de um modelo para o rosto de Cristo. Encontrou um jovem que revelava no rosto sua paz interior. Correspondia exatamente ao sonho do artista. Passaram-se anos. Faltava encontrar alguém para modelo de Judas, o apóstolo traidor. Era necessário um rosto que retratasse a vilania e a perversidade. Finalmente, apareceu alguém de acordo com os requisitos do pintor. Era um homem preso pela polícia em um ambiente sórdido. Foi levado ao atelier. Ao ver a obra inacabada, a fisionomia feroz do criminoso se descontraiu. Rompeu em prantos. Anos atrás serviria ele mesmo de modelo para a figura de cristo e agora se prestava a retratar a baixeza de Judas Iscariotes.

A PALAVRA DE DEUS:

“Jesus subiu a uma montanha para rezar, levando com ele Pedro Tiago e João. E quando ele estava rezando, o rosto Dele ficou todo mudado. E a roupa ficou toda branca e brilhante. Nisso, dois homens apareceram e começaram a conversar com Ele. Eram Moisés e Elias cercados da glória celestial. A conversa era sobre a morte que Jesus ia ter, em Jerusalém. Pedro e os seus companheiros estavam caindo de sono. Quando acordaram, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. Quando esses já iam sumindo, Pedro disse a Jesus:” Mestre, como é bom a gente ficar aqui! Vamos fazer 3 barracas: uma para o Senhor, outra para Moisés e outra para Elias, (ele nem sabia o que estava dizendo). Pedro ainda estava falando quando veio uma nuvem que cobriu todos eles. Como entraram na nuvem os discípulos ficaram com muito medo. Então ouviram uma voz que vinha da nuvem: “Este é o meu filho, o meu escolhido. Escutem o que ele diz”. Quando a voz terminou, Jesus estava sozinho. Os discípulos guardaram segredo daquilo naqueles dias e não contaram para ninguém o que tinham visto.( LC 9,28b-36)”.

EXPLICAÇÃO:

a)A CENA DA TRANSFIGURAÇÃO:

A cena evangélica da Transfiguração de Jesus no alto da montanha do Tabor, é celebrada duas vezes na liturgia: uma, no segundo domingo da quaresma e outra na festa de 6 de agosto. E é assim que nos encontramos de novo com essa luminosa página, em que Jesus oferece aos três discípulos prediletos – Pedro, Tiago e João uma espécie de amostra da glória futura. O cenário sugere o céu. A nuvem branca que envolve tudo é símbolo Bíblico da presença de Deus. A transformação que opera em Jesus dá um sinal da glória do corpo da ressurreição. Faz lembrar a visão do Filho do Homem do Apocalipse: vestido com uma túnica longa e cingido à altura do peito com um cinto de ouro. E os cabelos de Sua cabeça eram brancos, como lã branca, como neve; e seus olhos pareciam chamas de fogo (Ap 1,13ss). A voz do Pai Celeste se faz ouvir para proclamar o Filho, o eleito a quem deviam escutar ( Lc 9,35). E apareceram Moisés e Elias, como se fora a lei e os profetas a fazer guarda de honra do Evangelho. Conhecemos o texto que está nos três sinópticos, e sempre o lemos com novo prazer.

b) MOISÉS É A LEI E ELIAS A SANTIDADE:

São Lucas é que menciona o fato de Moisés e Elias conversarem com Jesus a respeito de Sua Pátria que se ia consumar em Jerusalém. De Seu êxodo, como é a palavra que Ele usa, insinuando que Jesus repete a história de seu povo (Ele é o Moisés) e vai passar, podemos dizer, pelo deserto do sofrimento da Paixão, ao encontro da glorificação final. O fato é que a transfiguração está unida à Paixão em mais de um sentido. Estão unidas à paixão como uma espécie de revigoramento da fé dos discípulos, para que eles não se desencorajassem diante da humilhação da Paixão, mas acreditassem na promessa da Ressurreição. Por isso mesmo, Jesus, ao descer do monte, refere-se à ressurreição, ordenando-lhes: “Não conteis a ninguém esta visão, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos (17,9). E ainda noutro sentido a Transfiguração se relaciona com a Paixão no sentido que aquele momento de fulgurante alegria não devia desviar Jesus de sua missão de servo sofredor que Ele iria cumprir no Calvário. Nada de se fixarem ali no alto da montanha onde tudo estava tão agradável. A glória só viria depois da cruz. Lição também para nós. Deus nos dá de vez em quando momentos de céu nos quais gostaríamos de permanecer para sempre. Mas estamos ainda na terra.