O evangelho de hoje traz duas pequenas parábolas, da semente de mostarda e do fermento – (Lc 13,18-21)- (Mateus 13,31-35)

A Bíblia Explicada em Capítulos e Versículos-

O Amanhecer do Evangelho-

Reflexões e ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM-

Terça-feira da 30ª Semana do Tempo Comum

                                                                                    Terça-feira da 30ª Semana do Tempo Comum

1) Oração

Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo: redobrai de amor para convosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passa, que possamos abraçar os que não passam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho (Mateus 13,31-35)

31Em seguida, propôs-lhes outra parábola: O Reino dos céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. 32É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos. 33Disse-lhes, por fim, esta outra parábola. O Reino dos céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa. 34Tudo isto disse Jesus à multidão em forma de parábola. De outro modo não lhe falava, 35para que se cumprisse a profecia: Abrirei a boca para ensinar em parábolas; revelarei coisas ocultas desde a criação.

3) Reflexão

* Estamos meditando o Sermão das Parábolas, cujo objetivo é revelar, por meio de comparações, o mistério do Reino de Deus presente na vida do povo. O evangelho de hoje traz duas pequenas parábolas, da semente de mostarda e do fermento. Nelas Jesus conta duas histórias tiradas da vida de cada dia que vão servir como meio de comparação para ajudar o povo a descobrir o mistério do Reino. Ao meditar estas duas histórias não se deve logo querer descobrir o que cada elemento das histórias nos tem a dizer sobre o Reino. Antes disso, se deve olhar, primeiro, a história em si mesma como um todo e procurar descobrir qual o ponto central em torno do qual a história foi construída, pois é este ponto central que servirá como meio de comparação para revelar o Reino de Deus. Vamos ver qual o ponto central das duas parábolas.

Mateus 13,31-32A parábola da semente de mostarda

Jesus diz: “O Reino do Céu é como uma semente de mostarda“ e, em seguida, ele conta a história: uma semente bem pequena é lançada no campo; mesmo sendo pequena, ela cresce, fica maior que as outras plantas e chega a atrair os passarinhos para fazer nela seus ninhos. Jesus não explica a história. Aqui vale o que ele disse em outra ocasião: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça!” Ou seja: “É isso. Vocês ouviram e agora tratem de entender!” Compete a nós descobrir o que esta história nos revela sobre o Reino de Deus presente em nossas vidas. Assim, por meio desta história da semente de mostarda Jesus provoca nossa fantasia, pois cada um de nós entende algo de semente. Jesus espera que as pessoas, nós todos, comecemos a partilhar o que cada um descobriu. Partilho aqui três pontos que descobri sobre o Reino a partir desta parábola: (1) Jesus diz:

“O Reino do Céu é como uma semente de mostarda“. O Reino não é algo abstrato, não é uma idéia. É uma presença no meio de nós (Lc 17,21). Como é esta presença? Ela é como a semente de mostarda: presença bem pequena, humilde, que quase não se vê. Trata-se do próprio Jesus, um pobre camponês carpinteiro, andando pela Galiléia, falando do Reino ao povo das aldeias. O Reino de Deus não segue os critérios dos grandes do mundo. Tem outro modo de pensar e de proceder. (2) A parábola evoca uma profecia de Ezequiel, onde se diz que Deus vai pegar um pequeno broto de cedro e plantá-lo nas alturas da montanha de Israel. Este pequeno broto de cedro ”vai soltar ramos e produzir frutos, e se transformará num cedro gigante. Os passarinhos farão nele seus ninhos, e os pássaros se abrigarão à sombra de seus ramos E todas as árvores do campo saberão que sou eu, Javé, que rebaixo a árvore alta e elevo a árvore baixa, seco a árvore verde e faço brotar a árvore seca. Eu, Javé, falo e faço”. (Ez 17,22-23).

(3) A semente de mostarda, mesmo sendo pequena, cresce e suscita esperança. Como a semente de mostarda, assim o Reino tem uma força interior e cresce. Cresce como? Cresce através da pregação de Jesus e dos discípulos e discípulas nos povoados da Galiléia. Cresce, até hoje, através do testemunho das comunidades e se torna uma boa notícia de Deus que irradia e atrai o povo. A pessoa que chega perto da comunidade, se sente acolhida, em casa, e faz nela seu ninho, a sua morada. No fim, a parábola deixa uma pergunta no ar: quem são os passarinhos? A pergunta vai ter resposta mais adiante no evangelho. O texto sugere que se trata dos pagãos que vão poder entrar no Reino (Mt15,21-28).

Mateus 13,33A parábola do fermento

A história da segunda parábola é esta: uma mulher pega um pouco de fermento e o mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado. Novamente, Jesus não explica. Só diz: “O Reino do Céu é como o fermento…”. Como na primeira parábola, fica por nossa conta de descobrir o significado para nós hoje. Partilho alguns pontos que descobri e me fizeram pensar: (1) O que cresce não é o fermento, mas sim a massa. (2) Trata-se de uma coisa bem caseira, do trabalho da mulher em casa. (3) Fermento tem algo de podre que é misturado na massa pura da farinha. (4) O objetivo é fazer levedar a massa toda e não apenas uma parte. (5) Fermento não tem finalidade em si mesma, mas serve apenas para fazer crescer a massa.

Mateus 13,34-35Por que Jesus fala em parábolas

Aqui, no fim do Sermão das Parábolas, Mateus traz um esclarecimento sobre o motivo que levava Jesus a ensinar o povo em forma de parábolas. Ele diz que era para se cumprir a profecia que dizia: “Abrirei a boca para usar parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo”. Na realidade, o texto citado não é de um profeta, mas de um salmo (Sl 78,2). É que para os primeiros cristãos todo o Antigo Testamento era uma grande profecia a anunciar veladamente a vinda do Messias e a realização das promessas de Deus. Em Marcos 4,34-34, o motivo que levava Jesus a ensinar o povo por meio de parábolas era para adaptar a mensagem à capacidade do povo. Por serem exemplos tirados da vida do povo, Jesus ajudava as pessoas a descobrir as coisas de Deus no quotidiano. Tornava a vida transparente. Fazia perceber que o extraordinário de Deus se esconde nas coisas ordinárias e comuns da vida de cada dia. O povo entendia da vida. Nas parábolas recebia a chave para abri-la e encontrar dentro dela os sinais de Deus. No fim do Sermão das Parábolas, em Mateus 13,52, como ainda veremos, vai ser dado outro motivo que levava Jesus a ensinar por meio de parábolas.

4) Para um confronto pessoal                                                                                                                                             

1. Qual o ponto destas duas parábolas de que você mais gostou ou que mais chamou a sua atenção? Por que?

2. Qual a semente que, sem você se dar conta, cresceu em você e na sua comunidade?

5) Oração final                                                                                                                                                                                 

Ó vós que sois a minha força, é para vós que eu me volto. Porque vós, ó Deus, sois a minha defesa.

11Ó meu Deus, vós sois todo bondade para mim. (Sal 58, 10-11)

Terça-feira da 3ª Semana do Tempo Comum

TEMA DO DIA: ” Grão de Mostarda” – O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra – (Marcos 4, 26-34)

A Bíblia Explicada em Capítulos e Versículos-

O Amanhecer do Evangelho-

Reflexões e ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM-

Terça-feira da 30ª Semana do Tempo Comum

1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (Marcos 4, 26-34)

Naquele tempo, Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”. E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra’. Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.– Palavra da Salvação.

3) Reflexão

* É bonito ver como Jesus, cada vez de novo, buscava na vida e nos acontecimentos elementos e imagens que pudessem ajudar o povo a perceber e experimentar a presença do Reino. No evangelho de hoje ele, novamente, conta duas pequenas histórias que acontecem todos os dias na vida de todos nós: “A história da semente que cresce sozinha” e “A história da pequena semente de mostarda que cresce e se torna grande”.* A história da semente que cresce sozinha. O agricultor que planta conhece o processo: semente, fiozinho verde, folha, espiga, grão. Ele não mete a foice antes do tempo.Sabe esperar. Mas não sabe como a terra, a chuva, o sol e a semente têm esta força de fazer crescer uma planta do nada até a fruta. Assim é o Reino de Deus. Tem processo, tem etapas e prazos, tem crescimento. Vai acontecendo. Produz fruto no tempo marcado. Mas ninguém sabe explicar a sua força misteriosa. Ninguém é dono. Só Deus!* A história da pequena semente de mostarda que cresce e se torna grande. A semente de mostarda é pequena, mas ela cresce e, no fim, os passarinhos vêm para fazer seu ninho nos ramos. Assim é o Reino. Começa bem pequeno, cresce e estende seus ramos para os passarinhos fazerem seus ninhos. Começou com Jesus e uns poucos discípulos e discípulas. Foi perseguido e caluniado, preso e crucificado. Mas cresceu e foi estendendo seus ramos. A parábola deixa uma pergunta no ar que vai ter resposta mais adiante no evangelho: Quem são os passarinhos? O texto sugere que se trata dos pagãos que vão poder entrar na comunidade e ter parte no Reino.* O motivo que levava Jesus a ensinar por meio de parábolas. Jesus contava muitas parábolas. Tudo tirado da vida do povo! Assim ele ajudava as pessoas a descobrir as coisas de Deus no quotidiano.Tornava o quotidiano transparente. Pois o extraordinário de Deus se esconde nas coisas ordinárias e comuns da vida de cada dia. O povo entendia da vida. Nas parábolas recebia a chave para abri-la e encontrar dentro dela os sinais de Deus.

4) Para um confronto pessoal

1. Jesus não explica as parábolas. Ele conta as histórias e provoca em nós a imaginação e a reflexão da descoberta. O que você descobriu nestas duas parábolas?

2. Tornar a vida transparente é o objetivo das parábolas. Ao longo dos anos, sua vida ficou mais transparente ou aconteceu o contrário?5) Oração final

Deus, tem piedade de mim, conforme a tua misericórdia; no teu grande amor cancela o meu pecado. Lava-me de toda a minha culpa, e purifica-me de meu pecado. (Sal 50, 3-4)

 

O texto evangélico que escutamos hoje revelam-nos duas características do Reino de Deus:

1. O Reino de Deus é semelhante ao grão de mostarda-

2. O Reino de Deus é semelhante ao fermento na massa – Lucas 13, 18-21 –

A Bíblia Explicada em Capítulos e Versículos-

O Amanhecer do Evangelho-

Reflexões e ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM-

Terça-feira da 30ª Semana do Tempo Comum


1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho  (Lucas 13, 18-21)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas – Naquele tempo, 18Jesus dizia ainda: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? 19É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou na sua horta, e que cresceu até se fazer uma grande planta e as aves do céu vieram fazer ninhos nos seus ramos. 20Disse ainda: A que direi que é semelhante o Reino de Deus? 21É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha e toda a massa ficou levedada. – Palavra da salvação.

3) Reflexão

Depois de se ter manifestado como senhor do tempo, ao curar a mulher curvada em dia de sábado, Jesus manifesta-se como o «hoje» da salvação que se realiza no amor. O reino de Deus está no meio de nós. As duas parábolas do texto evangélico que escutamos hoje revelam-nos duas características desse reino: a sua grande expansão e a sua força transformadora.

Entre as várias narrativas parabólicas que Lucas coloca ao narrar a caminhada de Jesus para Jerusalém, apenas estas duas se referem ao reino de Deus. Esse reino tem uma grande expansão no mundo, graças à pregação dos discípulos. Os modestos começos do ministério de Jesus têm um grande desenvolvimento: a sua palavra que ecoa no mundo inteiro e da qual todos recebem vida, é comparável à árvore cósmica de Daniel (4,7a-9), cuja imagem é evocada no crescimento do arbusto de mostarda (vv. 18s.).

Outra característica do reino de Deus é a sua força intrínseca, que realiza um crescimento qualitativo no mundo. Como um pouco de fermento escondido na massa inerte de farinha provoca o seu crescimento, assim o reino de Deus, pela evangelização animada pelo poder do Espírito Santo, transforma todo o mundo, sem qualquer discriminação.

As parábolas sobre o Reino animam-nos à confiança e à paciência. À confiança, porque o Senhor nos revela que o reino de Deus cresce em nós. É semelhante a uma pequena semente, mas tem uma grande força, semelhante à de um pouco de fermento que faz levedar três medidas de farinha. O fermento não se vê, mas atua em segredo, tal como a semente está escondida na terra, mas está viva e pode dar origem a uma grande árvore.

O Reino tem, pois, uma grande força dinâmica. Ora, esta força está em nós, porque Deus está em nós, atua em nós para transformar a nossa vida. Por enquanto não vemos o que faz: está escondido, é segredo, mas certamente faz grandes coisas.

A única condição é misturar o fermento em todas as medidas de farinha, como faz a mulher ao amassar. Fora de comparações: devemos guardar em nós este fermento e misturá-lo na nossa vida na oração, na reflexão, na decisão firme; devemos amassar sempre em nós o bom trigo do Evangelho com a nossa vida, não separar a nossa vida da palavra do Senhor, confrontar-nos em todas as situações com as propostas de Jesus, com a sua presença em nós.

O fermento é, também, o pão eucarístico que cada dia nos é oferecido. Recebendo o Corpo real de Cristo, podemos deixar-nos transformar em cada vez mais, e mais profundamente, no Corpo Místico de Cristo.

Acolhendo em nós o Palavra e o Pão, podemos caminhar com confiança e paciência rumo à santidade e pôr-nos ao serviço do Senhor, «contribuir para instaurar o reino da justiça e da caridade cristã no mundo» (Cst. 32), para que, «a comunidade humana, santificada pelo Espírito Santo, se torne uma oblação agradável a Deus (cf. Rm 15,16)» (Cst. 31). Assim seremos fermento, luz, sal, testemunhas da «presença de Cristo» entre os homens e do «Reino de Deus que vem» (Cst. 50) ou, «com a graça de Deus, pela nossa vida religiosa, dar um testemunho profético, empenhando-nos sem reserva, no advento da nova humanidade em Jesus Cristo» (Cst n. 39).                                                    (Portal Dehonianos)


4) Para um confronto pessoal

1) Estou ciente de que o Reino de Deus está presente entre nós e que cresce misteriosamente e se espalha na história de cada homem, na igreja?

2) Percebi das duas parábolas que o Reino não pode ser vislumbrado por si se eu não tomar uma atitude de escuta humilde e silenciosa?

5) Oração final

Exaltai o Senhor nosso Deus, prostrai-vos ante seu santo monte, porque santo é o Senhor, nosso Deus. (Sl 99, 9)

PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA

Terça-feira da 30ª Semana do Tempo Comum

 1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho  (Lucas 13, 18-21)

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas – Naquele tempo, 18Jesus dizia ainda: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? 19É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou na sua horta, e que cresceu até se fazer uma grande planta e as aves do céu vieram fazer ninhos nos seus ramos. 20Disse ainda: A que direi que é semelhante o Reino de Deus? 21É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha e toda a massa ficou levedada. – Palavra da salvação.

Disse também Jesus: «O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. E’ na verdade mais pequenina de todas as sementes, mas, crescendo, é a maior das hortaliças, e faz-se árvore de tal modo que as aves do céu vêm pousar seus ramos» (Mt 13,31-32).

3) Reflexão

POR QUE ESSA COMPARAÇÃO

O simples nascimento de uma semente e o crescimento de uma planta é algo maravilhoso. Só Deus pode fazer uma semente nascer e uma planta crescer. Ela envolve como que um mistério da natureza, ,que provém do poder de Deus criador.

Muitas vezes, pelo mês de agosto, a terra está limpa e nua. Caem primeiras chuvas, e, dois ou três dias depois, a terra está coberta de a sementeira verde. E’ a vida que estava escondida dentro daquelas sementes pequeninas, as quais escapavam aos nossos olhos.

Mas Cristo tomou como exemplo uma determinada semente, e com muita sabedoria.

Nós não sabemos o valor dessa parábola, porque ignoramos o que seja a semente de mostarda existente lá na terra de Jesus.

Era de fato tomada por todos os hebreus como exemplo de coisa pequena e insignificante, porque na verdade a mostarda era a menor semente, quase invisível.

Contudo, crescia alta à margem do rio Jordão e junto ao lago de Genesaré, chegando a ter três ou quatro metros de altura, com ramos fortes.

Os passarinhos passavam horas escondidos nos seus ramos, comendo o fruto abundante.

 

O PENSAMENTO DE JESUS

O mais importante em cada parábola de Jesus não é a análise científica das coisas materiais. Tudo está em função de uma mensagem para homens de fé.

Cristo tem sempre o pensamento voltado para a grande a da Redenção. Traz uma mensagem do céu. Fala ao nosso espírito, usando das coisas da terra para chegar às coisas do céu.

Ele tomou a semente da mostarda por ser despretensiosa, humilde. Assim iria começar o seu reino: sem grandes aparatos, sem alardes, sem orgulho. O importante é a força da fé, como aquela força oculta na pequenina semente de mostarda. O poderio terreno de sua Igreja é insignificante, comparado com a riqueza e a grandeza de um império romano dominante naquele tempo.

SER HUMILDE

Jesus começa a formar a sua Igreja com um grupo de homens simples e que não entendem nada do reino de Deus. Mas nem por isso há de desanimar. A sua Igreja vai crescer. Vai se projetar mais que os escribas e fariseus. Vai um dia converter os grandes imperadores de Roma. Vai alastrar-se pelo mundo, como os ramos da mostarda, que se torna a maior das hortaliças e abriga as aves do céu.

E’ como um sonho que Cristo sonha ao contar essa parábola do grão de mostarda. Ele estendia naquela hora o seu pensamento divino para todas as nações da terra e para as gerações futuras. Nós estávamos incluídos naquela visão de Cristo. Naquele dia Jesus falou pensando mais em nós que ainda não havíamos nascido do que no povo que estava ao seu redor.

E assim foi crescendo a sua Igreja no coração dos humildes e despretensiosos da terra. Esse crescimento não pode parar em nós, para não decepcionarmos o próprio Deus.

E quem quiser fazer-se grande aos olhos de Deus, faça-se pequenino como uma semente de mostarda diante dos homens e dentro da Igreja.

DISCUSSÃO ENTRE OS DISCIPULOS

A respeito da humildade Jesus falou claramente, como condição indispensável para ter parte no seu reino. Até os Apóstolos foram repreendidos quando disputavam o primeiro lugar ao lado do Mestre. Vocês certamente já conhecem aquela passagem do Evangelho, que fala da briga que surgiu entre os primeiros Apóstolos:

Jesus ia indo com eles para a cidade marítima de Cafarnaum. Durante o caminho percebeu que os Apóstolos iam discutindo e quase se pegando.

Mas fez de conta que não estava observando. Quando chegaram a Cafarnaum, Jesus chamou Pedro, Tiago, João, André, Tomé, Judas, etc., e perguntou-lhes: -«Que é que vocês vinham discutindo pelo caminho ?» Eles ficaram chateados, porque vinham brigando para ser o maior no reino que o Mestre estava fundando.

Cristo chamou-os à atenção, e, para ensinar-Ihes de maneira bem viva e inteligente, pegou um menino, colocou-o no meio deles e disse-Ihes: -«Em verdade vos digo, que se não mudardes de idéia e não voltardes a ser como este menino não entrareis no reino dos céus» (Mt 18,1-4) .

Assim começou a nossa Igreja. Nem os Apóstolos nasceram santos. Jesus teve que formá-Ios na fé, na humildade e no amor verdadeiro. Tudo depende de aceitar como ponto de partida a mensagem de Deus, que não pede de nós milagres e coisas impossíveis, mas apenas a nossa sinceridade e esforço para pôr em prática o ensinamento de sua Igreja.

O que era a sementinha de mostarda entre as grandes sementes, e o menino no meio dos homens adultos, assim é cada um de nós vivendo na graça de Deus e seguindo o seu Evangelho. Deus precisa mais de nossa humildade do que de nossa grandeza.

PARÁBOLA DO FERMENTO

 «O reino dos céus é semelhante a um pouco de fermento, que uma mulher toma e amassa com três medidas de farinha, até que se fermente toda a massa» (Mt 13,33).

Assim como a semente de mostarda entre as demais sementes, é o pouquinho de fermento em comparação com a grande quantidade de massa.

E’ sempre uma força misteriosa que deve agir e transformar: essa força, como dissemos, em nossa Igreja é a Fé.

O cristão é que deve transformar o mundo com a graça de Deus.

O número dos que não acreditavam, tanto no tempo de Cristo como agora, é ainda maior do que o número daqueles que aceitaram o Evangelho.

Mas nós cristãos temos o poder de Deus, que são as virtudes: fé, esperança e caridade.

O mundo é grande, arrogante, soberbo, mas cederá diante da graça e do poder de Deus.

Não nos podemos acovardar diante das dificuldades do ambiente. Cristo também encontrou os maiores obstáculos, inclusive o martírio.

Os Apóstolos, que eram, no começo, tímidos, tornaram-se fortes e heróis na difusão do reino de Deus a ponto de darem também a própria vida.

Não podemos seguir os vícios e os erros que nos cercam. Nossa vocação é ser fermento, não massa.

Para isso fomos batizados e crismados, para anunciarmos o reino de Deus, que trazemos em nós e levamos aos outros.

ASSIM ERA NO TEMPO DE JESUS

Jesus ao contar essa parábola deveria estar observando como sua Mãe fazia. Aquele cocho de madeira cheio de massa de farinha, onde Maria deitava um punhadinho de fermento para fazer o pão. Desde criança, na pequena cidade de Nazaré, Ele vinha acompanhando com atenção os afazeres domésticos de Nossa Senhora. Agora Ele toma como exemplo aquilo que viu. Jesus gosta de ensinar com exemplos práticos e simples, a fim de que todos aprendam e vivam o grande mistério de seu reino.

Para nós parece que está repetindo muito. Sempre as mesmas coisas e as mesmas idéias.

Para os moradores da Palestina, porém, isso era ouvido com curiosidade e atenção, porque era costume dos hebreus contar e recontar as coisas, reafirmando sempre a mesma verdade com exemplos diferentes.

Quando lemos na Bíblia a criação do mundo e toda a história de Israel, notamos como era apreciado por aquele povo a repetição da narrativa.

E’ como se Jesus, desconfiando que os discípulo não tivessem entendido, fica buscando mais exemplos e insistindo naquilo que é fundamental para ter parte no seu reino. Por isso conta ainda ma! parábolas, tiradas da vida de cada dia.

UM PENSAMENTO

Na vida social convém que sejamos voluntariamente despretensioso como o grão de mostarda, e cheios de força interna como o fermento sempre que temos a pretensão de grandeza, acabamos passando vergonha.

Às vezes, numa rodinha de amigos, achamos que nossa piada deve, ser preferida. Pensamos que só aquilo que falamos é que tem graça.

Por isso falamos demais. Provavelmente os outros nos estarão agüentando, apenas por educação.

E’ bom saber desconfiar das próprias qualidades, e dar mais valor aos outros, para não cairmos no ridículo. É melhor que a nossa palavra seja solicitada e não apenas suportada.

A pessoa humilde está sempre com possibilidade de subir, enquanto que a orgulhosa anda sempre em perigo de cair.

Há um ditado que diz: «Elogio em boca própria é humilhação». Jesus disse que quando gente fosse convidado para um almoço se dirigisse para o último lugar porque é mais bonito ser convidado para chegar mais perto do que para se afastar mais longe.

A modéstia fica bem a qualquer pessoa e em qual., quer lugar. Ao contrário, nada tão feio como a pessoa se julgar importante. No reino de Deus, a humildade é o começo e o caminho para sermos aproveitados.

PERGUNTAS PARA CONTINUAR A REFLEXÃO

 

Tente contar a parábola do grão de mostarda.

Como era a semente da mostarda?

Onde crescia a mostarda ?

Que altura chegava a ter a mostarda ?

Que ensinamento tiramos da pequenez da mostarda ?

Como eram os Apóstolos?

No que Cristo estaria pensando ao falar a parábola da mostarda?

Qual é o segredo para a gente ser grande no reino dos céus?

Que aconteceu com os Apóstolos quando se dirigiam para Cafarnaum?

E que fez Jesus depois daquela discussão?

Sabe contar a parábola do fermento? Diga-a.

Quais são as três virtudes do cristão ?

Qual a função do fermento?

Como deve agir o cristão no mundo ?

 

REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

(LECTIO DIVINA)

Reflexões e Ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA

O GRÃO DE MOSTARDA

Terça-feira da 30ª Semana do Tempo Comum

A FÉ NÃO VIOLENTA:  A PSICOLOGIA DO HOMEM

 Passada a Iição do bom uso dos bens, dada no capítulo 16 de Locas, lido nos dois últimos domingos, o evangelista acrescenta algumas lições de fé, no capítulo 17. Toda a história da salva-o é uma história de fé, de homens de fé. Muita gente se queixa de não ter fé. No entanto, a fé, embora dom de Deus, é uma experiência profundamente humana. A fé religiosa se coaduna perfeitamente com a psicologia do homem que, nascido para viver em comunidade, tende naturalmente a apoiar-se na força e na palavra de uma outra pessoa. Quem não tem essa confiança é anormal.

Ora, a fé religiosa é um passo adiante. Confiamos na força e na palavra de Deus. E a fé cristã vê a força de Deus encarnada em Cristo, Palavra viva de Deus entre os homens (cf. Jo 1,14). A fé verdadeira necessariamente leva às obras, isto é, a agir de acordo com o que se crê. “A simples fé, se não produzir obras, será morta”, nos ensina Tiago (2,15-17).

FÉ: DOM FUNDAMENTAL DA SALVAÇÃO

Primeiro uma explicação de pala­vras. É comum na linguagem oriental exagerar nas figuras de comparações. Para os orientais isso não é mentir, mas insistência na idéia que se quer passar. Assim, Jesus fala da fé do tamanho de um grão de mostarda. O grão de mos­tarda é mínimo (cf. Mc 4,31), do tama­nho da cabeça de um alfinete. O que Je­sus quer acentuar é que a fé, ainda que pequena, tem a força de realizar coisas que parecem impossíveis.

A segunda figura robustece ainda mais o ensinamento. A amoreira (ou, em outras traduções, o sicômoro) tem raízes profundas e fortes, que são capa­zes de fazer viver a árvore 600 anos. A fé será capaz não só de arrancar o sicô­moro da terra, mas até mesmo – auge do exagero! – de plantá-lo nas águas movediças do mar. Com esse exagero todo, Jesus quer insistir sobre a necessi­dade da fé e dizer que, com a fé, o ho­mem é capaz de coisas prodigiosas como ser o instrumento da bênção de Deus, ser a imagem de Deus na terra, ser comensal de Deus, ser participante da glória divina, ser filho de Deus.

O dom fundamental da salvação é a fé. A fé não se apóia em ciência humana (cf. 1Cor 2,5). É um dom de Deus (Gl 5,5), mas que pode ser pedido como fi\eram os Apóstolos no Evangelho de hoje.

A FÉ TEM A VER COM A HISTÓRIA QUE FAZEMOS

Todos temos alguma experiência de fé. Porque temos a experiência da fé humana, isto é, a confiança em alguém, na sua força, na sua palavra. Porque ninguém foi criado para a solidão. A fé religiosa não tem como objeto um amigo, mas Deus como pessoa e como raiz última da existência.

“Crer em Deus significa encontrar um sentido e um valor profundo para o mundo, que deixa então de ser uma má­quina abandonada ao seu próprio movi­mento e começa a ser uma realidade destinada ao amor e, por meio dele, a alcançar a plenitude de um Deus, que é justo e amoroso” (Idígoras). Por isso mesmo, crer em Deus não significa sa­bê-Io no céu, inacessível, mas significa sabê-Io e tê-Io presente. Podemos dizer que toda a Bíblia é a história da presença de Deus entre os homens.

A presença mais concreta se dá no Cristo, Deus em carne humana. Por isso Jesus podia pedir aos apóstolos na ­Última Ceia: “Crede em Deus, crede em mim!” (Jo 14,1). Ter fé cristã significa crer que Jesus é a presença encarnada de Deus na história dos homens (cf. Jo 12,44-45) e significa comprometer-se com a obra de Cristo, como os Apóstolos se comprometeram. Por isso  mesmo, a fé cristã tem muito a ver com o temporal, com a vida presente, com a história que fazemos.

GRATUIDADE: TESTE DIFÍCIL PARA A FÉ CRISTÃ

A segunda parte do Evangelho é uma parábola tirada do costume do tempo. Apenas faz a comparação para reforçar o ensinamento de que Deus nada nos deve. É bastante comum, ainda hoje, pensar Deus como se fosse uma caderneta de poupança, onde nossos méritos são acumulados e crescem, e de onde podemos pedir contas quando estamos precisando.

Mais de uma vez corrigiu essa idéia. O homem nada tem a exigir de Deus. Os escribas e fariseus imagina­vam uma relação contratual entre Deus e o homem. Se cumprissem o que Deus

mandara, Deus estaria “obrigado” a conceder favores. Essa mentalidade transparece até em alguns salmos. Não foi fácil para Jesus corrigir esse modo de pensar. Um dia, Pedro chegou a di­zer: “Eis que deixamos tudo e te segui­mos, qual será a nossa recompensa?” (Mt 19,27). Essa mentalidade comer­cial, consumista contraria a gratuidade de serviços ensinada por Jesus.

Estamos diante de um tema central do Evangelho, uma verdadeira novi­dade ensinada por Jesus, e das mais difíceis de compreender e viver: a gratuidade de Deus e a conseqüente gratuidade do homem. Talvez seja este o teste obrigatório mais difícil para os que pedem a Deus: “Aumenta a minha fé!”.

 

1º leitura: Hab 1-3; 2 ,2-4.

2º leitura: 2Tm 1,6-8.13-14.

Evangelho: Lc 17,5-10.

 

REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

(LECTIO DIVINA)

Reflexões e Ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA

  • Oração

 

Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

O GRÃO DE MOSTARDA

 2) Leitura do Evangelho (Mateus 13,24-30)

24 Jesus apresentou-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é como alguém que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi embora. 26Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. 27Os servos foram procurar o dono e lhe disseram: „Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?‟ 28O dono respondeu: „Foi algum inimigo que fez isso‟. Os servos perguntaram ao dono: „Queres que vamos retirar o joio?‟ 29„Não!‟, disse ele. „Pode acontecer que, ao retirar o joio, arranqueis também o trigo. 30Deixai crescer um e outro até a colheita. No momento da colheita, direi aos que cortam o trigo: retirai primeiro o joio e amarrai-o em feixes para ser queimado! O trigo, porém, guardai-o no meu celeiro!‟”

 

3) Reflexão Mateus 13,24-30

* O evangelho de hoje traz a parábola do joio e do trigo. Tanto na sociedade como nas comunidades e na nossa vida familiar e pessoal, existe tudo misturado: qualidades boas e incoerências, limites e falhas. Nas nossas comunidades se reúnem pessoas de várias origens, cada uma com a sua história, com a sua vivência, a sua opinião, os seus anseios, as suas diferenças. Há pessoas que não sabem conviver com as diferenças. Querem ser juiz dos outros. Acham que só elas estão certas, e os outros erradas. A parábola do joio e do trigo ajuda a não cair na tentação de querer excluir da comunidade os que não pensam como nós.

* O pano de fundo da parábola do joio e do trigo. Durante séculos, por causa da observância das leis de pureza, os judeus tinham vivido separados das outras nações. Este isolamento marcou a vida deles. Mesmo depois de convertidos, alguns continuavam nesta mesma observância que os separava dos outros. Eles queriam a pureza total. Qualquer sinal de impureza devia ser extirpado em nome de Deus. “Não pode haver tolerância com o pecado”, assim diziam. Mas outros como Paulo ensinavam que a Nova Lei de Deus trazida por Jesus estava pedindo o contrário! Eles diziam: “Não pode haver tolerância com o pecado, sim, mas deve haver tolerância com o pecador!”

* Mateus 13,24-26: A situação: joio e trigo crescem juntos

A palavra de Deus que faz nascer a comunidade é semente boa, mas dentro das comunidades sempre aparecem coisas que são contrárias à palavra de Deus. De onde vem? Esta era a discussão, o mistério, que levou a conservar e lembrar a parábola do joio e do trigo.

* Mateus 13,27-28a: A origem da mistura que existe na vida

Os empregados perguntam ao patrão: “Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?” O dono respondeu: Um inimigo fez isso. Quem é este inimigo? O inimigo, o adversário, satanás ou diabo (Mt 13,39), é aquele que divide, que desvia. A tendência de divisão existe dentro da comunidade e existe dentro de cada 16ª Semana do Tempo Comum 10 10 um de nós. O desejo de dominar, de se aproveitar da comunidade para subir e tantos outros desejos interesseiros são divisionistas, são do inimigo que dorme dentro de cada um de nós.

 

* Mateus 13,28b-30: A reação diferente diante da ambiguidade

Diante desta mistura do bem e do mal, os empregados queriam arrancar o joio. Pensavam: “Se deixarmos todo mundo dentro da comunidade, perdemos nossa razão de ser! Perdemos a identidade!” Queriam expulsar os que pensavam diferente. Mas esta não é a decisão do Dono da terra. Ele diz: “Deixa crescer juntos até a colheita!” O que vai decidir não é o que cada um fala e diz, mas sim o que cada um vive e faz. É pelo fruto produzido que Deus nos julgará (Mt 12,33). A força e o dinamismo do Reino se manifestam na comunidade. Mesmo sendo pequena e cheia de contradições, ela é um sinal do Reino. Mas ela não é dona nem proprietária do Reino, nem pode considerar-se totalmente justa. A parábola do joio e do trigo explica a maneira como a força do Reino age na história. É preciso ter uma opção clara pela justiça do Reino e, ao mesmo tempo, junto com a luta pela justiça, ter paciência e aprender a conviver e dialogar com as contradições e as diferenças. Na hora da colheita se fará a separação.

* O ensino em parábolas

A parábola é um instrumento pedagógico que usa o quotidiano para mostrar como a vida nos fala de Deus. Torna a realidade transparente e faz o olhar da gente ficar contemplativo. Uma parábola aponta para as coisas da vida e, por isso mesmo, é um ensinamento aberto, pois das coisas da vida todo mundo tem alguma experiência. O ensinamento em parábolas faz a pessoa partir da experiência que tem: semente, sal, luz, ovelha, flor, passarinho, mulher, criança, pai, rede, peixe, etc. Assim, ele torna a vida quotidiana transparente, reveladora da presença e da ação de Deus. Jesus não costumava explicar as parábolas. Ele deixava o sentido da parábola em aberto e não o determinava. Sinal de que acreditava na capacidade do povo de descobrir o sentido da parábola a partir da sua experiência de vida. De vez em quando, a pedido dos discípulos, ele explicava o sentido (Mt 13,10.36). Por exemplo, como fez com a parábola do joio e do trigo (Mt 13,36-43).

4) Para um confronto pessoal

1) Como a mistura do joio e do trigo se manifesta na nossa comunidade? Que consequências traz para a nossa vida?

2) Olhando no espelho da parábola, com quem sou mais parecido: com os empregados que querem arrancar o joio antes do tempo, ou com o dono que manda esperar até à hora da colheita?

 

5) Oração final

Minha alma desfalece e suspira pelos átrios do Senhor. Meu coração e minha carne exultam no Deus vivo. (Sl 83, 3)

5) Oração final

 Exaltai o Senhor nosso Deus, prostrai-vos ante seu santo monte, porque santo é o Senhor, nosso Deus. (Sl 99, 9)