(Mateus 5,1-12) – AS BEM AVENTURANÇAS-

A Bíblia explicada em capítulos e versículos-

O Amanhecer do Evangelho-

                                Reflexões, ilustrações e vídeo de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM-

Mt 5,1-12: BEM-AVENTURANÇAS- Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo: Bem-aventurados – Felizes1) Oração

Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por sua inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (Mateus 5,1-12)

1Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.2Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:3Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!

4Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!

5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!

6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!

7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!

8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!

9Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!

10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!

11Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.

12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.3) Reflexão- Mt 5,1-12

* A partir de hoje, início da 10ª Semana Comum, até o fim da 21ª Semana

Comum, os evangelhos diários serão tomados do evangelho de Mateus. E a

partir de 1 de setembro, início da 22ª Semana Comum, até 29 de novembro, fim do ano litúrgico, eles serão do evangelho de Lucas.* No Evangelho de Mateus, escrito para as comunidades de judeus convertidos da Galiléia e Síria, Jesus é apresentado como o novo Moisés, o novo legislador. No AT a Lei de Moisés foi codificada em cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Imitando o modelo antigo, Mateus apresenta a Nova Lei em cinco grandes Sermões espalhados pelo evangelho:1) O Sermão da Montanha (Mt 5,1 a 7,29);

2)O Sermão da Missão (Mt 10,1-42);

3) O Sermão das Parábolas (Mt 13,1-52);

4) O Sermão da Comunidade (Mt 18,1-35);

5) O Sermão do Futuro do Reino (Mt 24,1 a 25,46). As partes narrativas, intercaladas entre os cinco Sermões, descrevem a prática de Jesus e mostram como ele observava a nova Lei e a encarnava em sua vida.* Mateus 5,1-2: O solene anúncio

7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!

8 Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!

9 Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!

10 Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!

11 Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.

12 Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vósDe acordo com o contexto do evangelho de Mateus, no momento em que Jesus pronunciou o Sermão da Montanha, havia apenas quatro discípulos com ele (cf. Mt 4,18-22). Pouca gente. Mas uma multidão imensa estava à sua procura (Mt 4,25). No AT, Moisés subiu o Monte Sinai para receber a Lei de Deus. Como Moisés, Jesus sobe a Montanha e, olhando o povo, proclama a Nova Lei. É significativa a maneira solene como Mateus introduz a proclamação da Nova Lei: “Ao ver as multidões Jesus subiu o monte e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo: Felizes os pobres em Espírito, pois deles é o Reino do Céu!”As oito Bem-Aventuranças formam a solene abertura do “Sermão da Montanha”. Nelas Jesus define quem pode ser considerado feliz, quem pode entrar no Reino. São oito categorias de pessoas, oito portas de entrada para o Reino, para a Comunidade. Não há outras entradas! Quem quiser entrar no Reino terá que identificar-se ao menos com uma destas oito categorias.

*Mateus 5,3: Felizes os pobres em espírito. Jesus reconhece a riqueza e o valor dos pobres (Mt 11,25-26).Define sua própria missão como “anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4,18). Ele mesmo, vive como pobre. Não possui nada para si, nem mesmo uma pedra para reclinar a cabeça (Mt 8,20). E a quem quer segui-lo ele manda escolher: ou Deus, ou o dinheiro! (Mt 6,24). No evangelho de Lucas se diz: “Felizes vocês pobres!” (Lc 6,20). Então, quem é o “pobre em espírito”? É o pobre que tem o mesmo espírito que animou Jesus. Não é o rico. Nem é o pobre com cabeça de rico. Mas é o pobre que, como Jesus, acredita nos pobres e reconhece o valor deles. É o pobre que diz: “Eu acredito que o mundo será melhor quando o menor que padece acreditar no menor”.1.Felizes os pobres em espírito! deles é o Reino dos Céus

2.Felizes os mansos! herdarão a terra

3.Felizes os aflitos! serão consolados

4.Felizes os que têm fome e sede de justiça serão saciados

5.Felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”? QUEM É O POBRE EM ESPÍRITO?  É o pobre que tem o Mesmo espírito que animou Jesus. Não é o rico. Nem é o pobre com cabeça de rico. Mas é o pobre que, como Jesus, acredita nos pobres e reconhece o valor deles. É o pobre que diz: “Eu acredito que o mundo será melhor quando o menor que padece acreditar no menor”.

1.Felizes os pobres em espírito obterão misericórdia

  1. Felizes os de coração puro 6verão a Deus

7.Felizes os promotores da paz 7serão filhos de Deus

8.Felizes os perseguidos por causa da justiça 8deles é o Reino dos Céus

*Mateus 5,4-9:O novo projeto de vida. Cada vez que na Bíblia se tenta renovar a Aliança, se recomeça restabelecendo o direito dos pobres e dos excluídos. Sem isto, a Aliança não se refaz! Assim faziam os profetas, assim faz Jesus.

Nas bem-aventuranças, ele anuncia o novo Projeto de Deus que acolhe os pobres e os excluídos. Ele denuncia o sistema que exclui os pobres e persegue os que lutam pela justiça.

A primeira categoria dos “pobres em espírito” e a última categoria dos “perseguidos por causa da justiça” recebem a mesma promessa do Reino dos Céus. E a recebem desde agora, no presente, pois Jesus diz “deles é o Reino!”

O Reino já está presente na vida deles. Entre a primeira e a última categoria, há três duplas ou seis outras categorias de pessoas que recebem a promessa do Reino. Nestas três duplas transparece o novo projeto de vida que quer reconstruir a vida na sua totalidade através de um novo tipo de relacionamento: com os bens materiais (1ª dupla); com as pessoas entre si (2ª dupla); com Deus (3ª dupla). A comunidade cristã deve ser uma amostra deste Reino, um lugar onde o Reino começa a tomar forma desde agora.

*As três duplas: Primeira dupla: os mansos e os aflitos: Os mansos são os pobres de que fala o salmo 37. Eles foram privados de suas terras e vão herdá-las de novo (Sl 37,11; cf Sl 37.22.29.34). Os aflitos são os que choram diante da injustiça no mundo e no povo (cf. Sl 119,136; Ez 9,4; Tob 13,16; 2Pd 2,7). Estas duas bem-aventuranças querem reconstruir o relacionamento com os bens materiais: a posse da terra e o mundo reconciliado.Segunda dupla: os que tem fome e sede de justiça e os misericordiosos: Os que tem fome e sede de justiça são os que desejam renovar a convivência humana, para que ela esteja novamente de acordo com as exigências da justiça. Os misericordiosos são os que tem o coração na miséria dos outros porque querem eliminar as desigualdades entre os irmãos e irmãs. Estas duas bem-aventuranças querem reconstruir o relacionamento entre as pessoas através da prática da justiça e da solidariedade.Terceira dupla: os puros de coração e os pacíficos: Os puros de coração são os que tem um olhar contemplativo que lhes permite perceber a presença de Deus em tudo. Os que promovem a paz serão chamados filhos de Deus, porque eles se esforçam para que a nova experiência de Deus possa penetrar tudo e realize a integração de tudo (Shalôm). Estas duas bem-aventuranças querem reconstruir o relacionamento com Deus: ver a presença atuante de Deus em tudo e ser chamado filho e filha de Deus. *Mateus 5,10-12: Os perseguidos por causa da justiça e do evangelho* As bem-aventuranças dizem exatamente o contrário do que diz a sociedade em que vivemos. Nesta, o perseguido pela causa da justiça é visto como um infeliz. O pobre é um infeliz. Feliz é quem tem dinheiro e pode ir no supermercado e gastar à vontade. Feliz é quem tem fama e poder. Os infelizes são os pobres, os que choram! Na televisão, as novelas divulgam este mito da pessoa feliz e realizada.E sem nos se dar conta, as novelas acabam se tornando o padrão de vida para muitos de nós. Será que na nossa sociedade ainda há lugar para estas palavras de Jesus: “Felizes os perseguidos por causa da justiça e do evangelho! Felizes os pobres! Felizes os que choram!”? E para mim, que sou cristão ou cristã, quem é feliz de fato?4) Para um confronto pessoal

1) Todos queremos ser felizes. Todos e todas! Mas somos realmente felizes? Por que sim? Por que não? Como entender que uma pessoa possa ser pobre e feliz ao mesmo tempo?2) Quais os momentos em sua vida em que você se sentiu realmente feliz. Era uma felicidade como aquela que foi proclamada por Jesus nas bem-aventuranças, ou era de outro tipo?5) Oração final

Para os montes levanto os olhos: de onde me virá socorro? O meu socorro virá do Senhor, criador do céu e da terra.(Sl 120, 1-2)

As Bem Aventuranças-Mateus 5,1-12-

 

(Mateus 5,1-12) – AS BEM AVENTURANÇAS- Todas as pessoas são chamadas à santidade

A Bíblia explicada em capítulos e versículos-

O Amanhecer do Evangelho-

                                Reflexões, ilustrações e vídeo de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM-

(Mateus 5,1-12) – AS BEM AVENTURANÇAS-

A Bíblia explicada em capítulos e versículos-

O Amanhecer do Evangelho-

                                Reflexões, ilustrações e vídeo de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM-

As bem-aventuranças como caminho de santidade

“Felizes os que são pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5,3).

Mt 5,1-12: BEM-AVENTURANÇAS- Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo: Bem-aventurados – Felizes1) Oração

Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por sua inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (Mateus 5,1-12)

1Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.2Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:3Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!

4Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!

5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!

6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!

7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!

8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!

9Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!

10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!

11Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.

12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.3) Reflexão- Mt 5,1-12

* A partir de hoje, início da 10ª Semana Comum, até o fim da 21ª Semana

Comum, os evangelhos diários serão tomados do evangelho de Mateus. E a

partir de 1 de setembro, início da 22ª Semana Comum, até 29 de novembro, fim do ano litúrgico, eles serão do evangelho de Lucas.* No Evangelho de Mateus, escrito para as comunidades de judeus convertidos da Galiléia e Síria, Jesus é apresentado como o novo Moisés, o novo legislador. No AT a Lei de Moisés foi codificada em cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Imitando o modelo antigo, Mateus apresenta a Nova Lei em cinco grandes Sermões espalhados pelo evangelho:

Todas as pessoas são chamadas à santidade

Na boa nova das bem-aventuranças, Jesus propõe um caminho de santidade para seus discípulos e suas discípulas em todos os tempos. Conforme a comunidade de Mateus, as oito bem-aventuranças são esse caminho.

Todas as pessoas são chamadas à santidade, a fim de serem felizes. “Sede santos, porque eu, Javé vosso Deus, sou santo” (Levítico 19,2). Mateus faria uma releitura desse chamado da seguinte forma: “Sede íntegros, como o Pai celeste é íntegro” (Mateus 5,48). Coerente com sua experiência com o Deus compassivo, Lucas formula assim o mesmo convite: “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso” (Lucas 6,36).

Jesus, o novo mestre da justiça, nos ensina o caminho da santidade

Quando Mateus apresenta Jesus fazendo cinco grandes discursos (Mateus 5-7; 10; 13,1-52; 18; 24-25), sua intenção é apresentá-lo como o novo Moisés, a quem eram atribuídos os cinco livros da lei, o Pentateuco.

A lei era considerada a expressão da vontade de Deus e caminho de felicidade. “Feliz a pessoa […] cujo prazer está na lei de Javé e a medita dia e noite” (Salmo 1,1-2).

No tempo de Jesus, muitos fariseus estavam preocupados em viver as leis do Pentateuco em todos os seus pormenores. Jesus, porém, vive e anuncia essa vontade de Deus indo além da letra da lei. Diz que, mais que a letra, é o espírito da lei que importa. Disse ainda que o espírito da lei consiste na vivência do amor a Deus e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22,34-40) ou como Jesus nos amou (João 13,34). Assim, o amor passa a ser a orientação fundamental para o nosso agir (cf. Mateus 12,1-8; 23). Mateus chama essa vontade de Deus de justiça do Reino (cf. Mateus 6,33). Se Moisés era o antigo mestre da lei, Jesus é o novo mestre da justiça a nos ensinar o caminho de Deus, o caminho da santidade no amor.

Bem-aventuranças: a porta de entrada ao Sermão da Montanha

No primeiro discurso, no Sermão da Montanha (Mateus 5-7), o mestre da justiça ensina um conjunto de orientações para a boa convivência na comunidade, chamada a viver as relações do Reino. Tal como Moisés escrevera as palavras da lei encontrando-se sobre um monte, Jesus dá as novas orientações também numa montanha (Êxodo 34,28; Mateus 5,1).

As bem-aventuranças são a porta de entrada ao Sermão da Montanha (Mateus 5-7). Elas são um programa de vida para trazer felicidade plena a quem adere à boa nova de Jesus. São orientações para seguir no caminho de santidade. A felicidade já não está em somente meditar a lei de Javé dia e noite, mas felizes são as pessoas pobres, as que têm fome e sede de justiçam, são misericordiosas…

Bem-aventuranças: as atitudes no caminho de santidade

A justiça do Reino dos Céus, isto é, a vontade de Deus, é o carro-chefe das bem-aventuranças. Convém lembrar que, em Mateus, “Céus” é sinônimo de “Deus” (cf. Lucas 6,20). É importante que tenhamos isso presente para superarmos a tentação de transferir o Reino para depois da morte. Para Jesus de Nazaré, seu projeto do Reino é para esta vida, que é eterna. Ele não diz que as pessoas pobres “serão” felizes. Porém, afirma: “porque delas é o Reino dos Céus” (Mateus 5,3.10). E, ao anunciar a plataforma do Pai, Jesus diz que o Reino está próximo. Estar perto no sentido temporal quer dizer que é para breve e não para um futuro distante. Ao mesmo tempo, o Reino está perto no sentido espacial, isto é, ele já está presente entre nós na vida de Jesus, de um lado, e, de outro, em todos os gestos de solidariedade e de partilha.

O Reino é o projeto na primeira e na oitava bem-aventurança (Mateus 5,3.10). E, no centro, estão a busca da justiça (do projeto do Reino) e a busca da misericórdia (ter o coração voltado para quem está na miséria). Uma vez realizada a justiça de Deus, os empobrecidos deixarão de ser oprimidos, pois haverá partilha e solidariedade. Por isso, Jesus os declara felizes.

Felizes os pobres no espírito

A primeira bem-aventurança é a mais importante. As demais são desdobramentos desta. Qual é a porta de entrada para o Reino? Quem são os pobres no espírito? São aquelas pessoas nomeadas nas demais bem-aventuranças, ou seja, as que choram, as que são humildes e não têm terra (cf. Salmo 37,11), as que têm fome, as que são misericordiosas, as puras de coração, aquelas que promovem a paz e as que são perseguidas por causa da justiça. Observemos que tanto em relação aos pobres no espírito (primeira bem-aventurança), como aos perseguidos por causa da justiça (oitava), fala-se do mesmo prêmio: deles já é o Reino dos Céus (verbo no presente). Trata-se do mesmo grupo de pessoas.

E quais são as dádivas para esses empobrecidos ou para quem com eles é solidário? Jesus anima a sua esperança anunciando-lhes o Reino para o tempo presente. E os seus frutos serão: consolo, terra partilhada, fartura, misericórdia, contemplação de Deus e filiação divina. E ser filha e filho de Deus é agir à sua imagem e semelhança, isto é, ter as mesmas atitudes de Deus.

É suficiente ser pobre?

Não. Ser pobre não é suficiente. Está claro que os empobrecidos são os preferidos de Deus, justamente porque ele não pode ver nenhum de seus filhos e nenhuma de suas filhas passando por necessidades. Ainda mais, quando a pobreza é fruto da injustiça humana. A preferência de Deus é sua misericórdia para com seus filhos que sofrem violência, como vítimas de seus próprios irmãos. É interessante notar que esta mesma bem-aventurança, no Evangelho segundo Lucas, reza assim: “Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus” (Lucas 6,20).

Quando a comunidade de Mateus acrescentou “no espírito” à primeira bem-aventurança de Jesus, também estava preocupada com o fato de que há pobres que têm corações e mentes possessos pelo espírito de rico, buscando o sentido mais profundo para a vida na riqueza, no prestígio e no poder. Por isso, Mateus quis deixar bem claro que não basta ser pobre, mas que é preciso ser “pobre no espírito”, isto é, viver de acordo com o espírito do próprio Deus. Ser pobre também por dentro, interiormente. É provável que a comunidade de Mateus, ao acrescentar na parábola do banquete a presença de um homem sem a veste nupcial (Mateus 22,1-14; comparar com Lucas 14,16-24), queira justamente referir-se à necessidade de também ser pobre no espírito, ou seja, livre de tudo que escraviza. Ser pobre no espírito também é a opção pelo projeto da justiça e da misericórdia, é viver na total confiança e dependência de Deus, é confiar na partilha, na vida simples e na fraternidade.

Aliás, são justamente as pessoas que buscam a felicidade no consumismo, na acumulação e no individualismo que perseguem aos que lutam pela justiça do Reino, pela paz e pela partilha. Foi assim que, no passado, os poderosos perseguiram os profetas (Mateus 5,10-12) e, ainda hoje, caluniam e perseguem a quem luta por um Brasil em que também as pessoas excluídas possam fazer, pelo menos, três refeições ao dia, ter casa digna, ter mais médicos e médicas, ter acesso à educação ou à luz para todos.

A felicidade proposta pelo capitalismo e a felicidade do Reino de Deus

Faz alguns anos, o padre Renzo Flório, celebrando conosco na comunidade São Judas Tadeu, em São Leopoldo, confrontou as bem-aventuranças com as promessas de felicidade da sociedade consumista. Em sua reflexão, Flório disse mais ou menos como segue.

Enquanto a ideologia capitalista declara felizes os que acumulam, Jesus anuncia a bem-aventurança para os pobres no espírito, para as pessoas totalmente livres e desapegadas de qualquer riqueza idolatrada.

O projeto mundano proclama feliz quem vive em festanças, ao passo que Jesus afirma que bem-aventuradas são as pessoas que agora choram, uma vez que irão superar as suas aflições.

Para o sistema do capital, felizes são os donos de grandes extensões de terra. Para Jesus, no entanto, bem-aventurados são os pobres que não têm terra, pois irão conquistá-la para nela viver e trabalhar. Enquanto a mentalidade do projeto deste mundo diz que são felizes as pessoas que praticam a injustiça, Jesus atesta que bem-aventurados são os que têm fome e sede de justiça, lutando para que essa fome e essa sede sejam saciadas.

A mística do capital declara felizes os individualistas voltados somente para seus próprios interesses, ao passo que Jesus anuncia que bem-aventuradas são as pessoas misericordiosas, solidárias. Na propaganda de quem defende o poder financeiro, são felizes os desonestos e falsos, os cínicos e debochados. Para Jesus, porém, são bem-aventurados os puros de coração, as pessoas transparentes, sinceras, autênticas.

O sistema deste mundo proclama felizes os que alcançam o que querem através da violência e da guerra. Jesus afirma que bem-aventurado é quem promove a paz. Por fim, os poderosos dizem que feliz é quem calunia, condena e persegue aqueles que lutam por vida digna para todos. Jesus, contudo, declara felizes os perseguidos por causa de seu engajamento na luta pela justiça.

Hoje, Jesus renova o convite para nós: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mateus 6,33). E o caminho da justiça do Reino, o caminho da santidade, está na prática, não da letra da lei, mas do espírito da lei proposto nas orientações fundamentais para a vida, e que Jesus sintetiza nas bem-aventuranças. É um projeto que abrange a vida toda, envolvendo as relações com os bens, com as pessoas, conosco mesmos e com Deus.

4) Para um confronto pessoal

1) Todos queremos ser felizes. Todos e todas! Mas somos realmente felizes? Por que sim? Por que não? Como entender que uma pessoa possa ser pobre e feliz ao mesmo tempo?2) Quais os momentos em sua vida em que você se sentiu realmente feliz. Era uma felicidade como aquela que foi proclamada por Jesus nas bem-aventuranças, ou era de outro tipo?5) Oração final

Para os montes levanto os olhos: de onde me virá socorro? O meu socorro virá do Senhor, criador do céu e da terra.(Sl 120, 1-2)

As Bem Aventuranças-Mateus 5,1-12-

 QUEM É VERDADEIRAMENTE FELIZ? QUAL A VERDADEIRA FELICIDADE?

TODOS OS SANTOS -ANO B – 

SANTOS NA TERRA E NO CÉU

Mt 5,1-12: BEM-AVENTURANÇAS- Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo: Bem-aventurados – Felizes1) Oração

Ó Deus eterno e todo poderoso, que  nos dais celebrar numa só festa os meritos de todos os santos, concedei-nos por sua intercessores tao numerosos a plenitude da vossa misericordia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (Mateus 5,1-12)

1Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.2Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:3Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!

4Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!

5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!

6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!

7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!

8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!

9Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!

10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!

11Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.

12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.3) Reflexão- Mt 5,1-12

* A partir de hoje, início da 10ª Semana Comum, até o fim da 21ª Semana

Comum, os evangelhos diários serão tomados do evangelho de Mateus. E a

partir de 1 de setembro, início da 22ª Semana Comum, até 29 de novembro, fim do ano litúrgico, eles serão do evangelho de Lucas.

“Como é glorioso o reino, onde todos os santos exultam com Cristo! Vestidos de túnicas brancas, seguem sempre o Cordeiro!” Com essa antífona, que ressoa na Oração das Vésperas da festa de Todos os Santos, como que se vislumbra, em termos de nossa linguagem terrena, a glória do céu.Visão que se completa com outra antífona, também da Oração da Tarde: “Vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, vinda de todas as nações, de pé diante do trono” (cfr Ap 7, 9). É um olhar que lançamos para além das fronteiras da morte e das lutas de nossa vida terrena, para contemplar como o Vidente do Apocalipse a vitória final: “Nós vos damos graças, Senhor Deus Onipotente… que assumis vosso imenso poder e reinais. ..Chegou o momento de julgar os mortos, de dar a recompensa aos vossos servos, aos profetas, aos santos, aos que temem o vosso nome, pequenos e grandes. Eles venceram, graças ao sangue do Cordeiro, e ao testemunho que deram”(cfr Ap11, 17-18; 12, 10b-12a).É essa a atitude espiritual em que devemos viver esta grande solenidade da Igreja. A atitude da esperança. Nós cristãos somos um povo que caminha, olhando para o amanhã da eternidade. Sem descuidar nossas tarefas da terra -é por esse caminho que caminhamos para o céu – mas sabendo que não é aqui nossa cidade permanente.Os santos viveram assim. E é por isso que hoje estão na Casa de Deus para sempre. E são um convite solene e luminoso lançado à terra dos homens, para que sigamos o mesmo caminho.Há muita gente que só pensa nos santos, olhando para sua tarefa de intercessores nossos junto de Deus, nossos advogados. Eles o são, na verdade. A própria “coleta” da missa de hoje se refere à graça de Deus derramada sobre nós com a desejada abundância, em atenção a “tão numerosos intercessores”. Mas o verdadeiro valor dos santos para nós é o exemplo que nos deixaram, o “testemunho” que deram, como diz o texto do Apocalipse que acima citamos. E os santos, pela sua fidelidade a Deus, foram e são já aqui na terra uma imagem prévia do céu.Aliás, todos os cristãos devem ser santos. Na Igreja primitiva eram chamados “santos”, como se encontra a cada momento nas cartas de São Paulo. Assim, por exemplo, no final da carta aos filipenses: “Saudai a todos os santos em Cristo Jesus” (FI 4, 21 ).Como seria maravilhosa uma sociedade feita toda ela de santos! O Concílio Vaticano II pensou nisso, quando escreveu, para a Igreja e para o mundo, o maravilhoso capítulo V da Constituição “Lumen Gentium”: “Vocação universal à santidade na igreja”. Não apenas os Bispos, os padres e os religiosos são chamados a dar testemunho de santidade.Deus nos quer todos santos: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” ( 1 Tss 4, 3). É claro que nos Bispos, nos padres e nas pessoas consagradas a Deus deve refulgir exemplarmente a santidade. devem ser “o sal da terra” e “a luz do mundo”. Mas também o mundo cristão todo ele, cada um segundo o seu lugar no contexto da sociedade, deve primar pela fidelidade à lei de Deus, pela firmeza da fé, pela dignidade dos costumes, pela alegria da esperança.Os esposos e os pais devem viver uma vida feita de amor, de harmonia e de serena fidelidade. Os ricos e os homens de negócios devem usar dos bens materiais com justiça.Sejam generosos e jamais escravos do dinheiro. Ponham empenho em que haja no mundo melhor distribuição das riquezas, de sorte que nem falte pão para quem tem fome, nem sobre pão para quem não tem fome. Os jovens devem trilhar com alegria o caminho da esperança e da dignidade, assumindo a consciência de sua responsabilidade quanto ao dia de amanhã. As crianças devem ser o sorriso de Deus no mundo; e, sob o olhar do Anjo da Guarda, devem crescer alegres e felizes, obedientes e na amizade de Jesus. Os pobres devem ser um bonito testemunho de fé, simplicidade e confiança em Deus. Os educadores devem ser sábios e dedicados à tarefa de plasmar o caráter da juventude.Os homens do pensamento e da ciência saibam procurar sempre a verdade, e, depois de encontrá-la, continuem a procurá-la ainda. Os governantes saibam promover constantemente o bem comum e a presença da justiça e da verdade. Todos, enfim, devem honrar o nome cristão, dando testemunho do Evangelho por toda parte. O mundo seja a casa de Deus na terra, preludiando a Casa de Deus da eternidade.

4) Para um confronto pessoal

1) Todos queremos ser felizes. Todos e todas! Mas somos realmente felizes? Por que sim? Por que não? Como entender que uma pessoa possa ser pobre e feliz ao mesmo tempo?2) Quais os momentos em sua vida em que você se sentiu realmente feliz. Era uma felicidade como aquela que foi proclamada por Jesus nas bem-aventuranças, ou era de outro tipo?5) Oração final

Para os montes levanto os olhos: de onde me virá socorro? O meu socorro virá do Senhor, criador do céu e da terra.(Sl 120, 1-2)

As Bem Aventuranças-Mateus 5,1-12-

LEITURAS para a Solenidade de Todos os Santos – Ano c:

1a)Ap, 7, 2-4.9-14

2a) 1Jo 3, 1-3

3a) Mt 5, 1-12a .

O AMANHECER DO EVANGELHO

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE

PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CMXXXI DOMINGO TEMPO COMUM – TODOS OS SANTOS   AS BEM – AVENTURANÇAS: BASES DO REINO DE DEUS                  SÃO 08 (oito) AS  BEM-AVENTURANÇAS .                             E BEM – AVENTURADOS SIGNIFICA FELIZES.                                      NA ESCOLA DAS BEM- AVENTURANÇASQuando se celebra uma ordenação de ministros da Igreja, diáconos, padres ou bispos, há um momento tocante e que  fala muito ao coração do povo. É quando o candidato se prostra por terra, numa atitude de profunda humildade, enquanto toda a assembléia dos fiéis canta a ladainha dos Santos em favor dele. Parece que a corte celeste inteira: A Virgem Maria, os Anjos, Os Apóstolos, os mártires, os missionários e os doutores da Igreja, os Santos e santas de toda as categorias – se congrega naquele momento, para vir trazer a força  de seus rogos diante de Deus, em favor daquele que  está sendo assumido para o serviço da Igreja. A terra e o céu unidos, na alegria, na confiança, na esperança. Vive – se um momento particular daquela bonita realidade que é sermos a família de Deus. Desse Deus que não somente quer que sejamos chamados seus filhos, mas que, de fato , o sejamos ( 1 Jo, 3,1 ). Desse Deus que nos convocou para a Santidade, começando já aqui na vida terrena, até plenificar- se  na eternidade. A festa de todos os santos nos convida a viver a consciência disso. Não só  louvando e invocando os santos que estão com Deus na glória, mas buscando os caminhos de nossa fidelidade ao Pai, em nossa condição de peregrinos em busca  da casa da permanente habitação. Para isso a Igreja nos põe diante dos olhos aquela espécie de código vivo de santidade que Jesus proclamou no Sermão da Montanha: “Bem – Aventurados os pobres, Bem – Aventurado os  mansos, os puros, os pacíficos, os que sofrem pela justiça”… Os que vivem nesse espírito estão vivendo a Santidade que Deus pede de nós.  E, se todo o mundo vivesse assim, a terra seria um céu. Nem haveria lugar para a Bem-Aventurança final da lista – a dos perseguidos – porque não haveria perseguidores. Todos caminhariam numa só direção: a do Amor, da Justiça e da paz.

A LENDA DOS TRÊS AMIGOS

 Vamos contar uma lenda de Malba Tahan, a qual nos ensina uma grande verdade.  Era uma vez um homem que tinha três amigos. Aos três dava muita atenção e apreço. Um dia esse homem foi chamado para comparecer ao juiz.

Ficou com receio de ir sozinho, e então começou a convidar seus três inseparáveis amigos, para acompanhá-lo. O primeiro, porém, respondeu-lhe: -«Nada posso fazer por você, caro amigo, a não ser pagar-Ihe as despesas da viagem». O segundo também respondeu: -«Diante do juiz não quero comparecer.

O que posso fazer é acompanhá-lo até à porta, e daí voltarei». O homem já estava tremendo e apavorado, quando se dirigiu ao terceiro amigo pedindo-lhe que o acompanhasse. E este não negou: -«Eu irei com você até o juiz e farei sua defesa».

Sabem quais são esses três amigos do homem ? O primeiro é o dinheiro: quando morremos ele paga o caixão e outros gastos com o enterro; o segundo é a família, que nos acompanha até à sepultura, de- pois volta para casa, e nada mais pode fazer; finalmente, o terceiro são as boas obras: só estas nos acompanham até a eternidade, e na presença de Deus falam em nosso favor pedindo-nos a glória.A PALAVRA DE DEUS

Vendo, então, Jesus as multidões, subiu a um monte, sentou-se, e começou a dizer aos discípulos: Bem-aventurados os pobres de espirito , porque deles é o reino dos céus;  Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra; Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados; Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados; Bem aventurados os misericordiosos , porque alcançarão misericórdia;Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus; Bem-aventurados os pacíficos, porque  serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados  os que padecem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sóis vós quando vos injuriarem e perseguirem, e, por minha causa, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa glória nos céus, pois assim também perseguiram os profetas que vieram antes de vós”( Mt. 5,3-12 ).EXPLICAÇÃO

No Evangelho que acabamos de ler, e meditar, Cristo nos apresenta o  verdadeiro código de felicidade: AS BEM-AVENTURANÇAS. Em presença de uma grande multidão, vinda de todas as partes, Cristo eleva a voz e começa a expor a Boa Nova. Cristo vai proceder ao seu primeiro grande ato messiânico, revelando quem são os verdadeiramente felizes. O auditório contêm a respiração para não perder nenhuma de suas palavras. E os versículos  dos cânticos sucedem-se ao ritmo dos velhos salmos de Israel:   “Bem-aventurados, Felizes”. O carrilhão das Bem-aventuranças ressoa na montanha e, uma nova era começa a surgir para a humanidade.a) A DIVISÃO DO SERMÃO DA MONTANHA

O Sermão da Montanha se divide em três partes: As Bem-aventuranças (Mt 5,1-12), que indicam quais são os membros do Reino de Deus. As atitudes a serem tomadas pelos homens que fazem parte do Reino (Mt 5,13 até 7,12). Quanto as atitudes descritas na 2ª parte, estas se dividem da seguinte maneira: A função dos membros do Reino do mundo é ser Sal da terra e Luz do mundo (Mt 5,13-16). O Espírito que os anima deve ser diferente do espírito que anima os fariseus (Mt 5,17-20). Por meio de 6 exemplos – contrastes, Jesus define a atitude do cristão perante o AT (Mt 5,21-48). Jesus define com que espírito devem ser feitos os 3 grandes exercícios de piedade: esmola, oração e jejum (Mt 6,1-18). Explica qual deve ser atitude perante os bens deste mundo (Mt 6,19-34). Descreve como deve ser o relacionamento com os outros (Mt 7,1-5), com os que “não são de nada” (Mt 7,6), com Deus (Mt 7,7-11).  Termina com a assim chamada “Regra de Ouro” (Mt 7,12). Conclusões finais (Mt 5,13-27),onde Jesus insiste fortemente na ação e não somente na mentalidade ou na intenção .b) AS O8 BEM-AVENTURANÇAS SEGUNDO O ESPÍRITO DO MUNDO

Dá impressão de que Jesus põe tudo de cabeça para baixo. Alguém já afirmou que Jesus sempre caminhou na contramão da História ou da nossa vida: Para Ele, a felicidade está com os pobres, com os tristes, os humildes e os perseguidos (Mt 5,3-12). Diz que vem completar a lei (Mt 5,17), mas manda observar coisas que parecem impossíveis (Mt 5,22.48). Se o Sermão da Montanha indica mesmo a estrada que conduz à felicidade, então podemos desistir: Nunca ficar bravo com o outro (Mt 5,22), nunca xingar o irmão (Mt 5,22), não participar da missa se outro tiver alguma coisa contra mim, mas reconciliar-se primeiro (Mt 5,23-24). Nunca olhar para a mulher com desejo de possuí-la (Mt 5,28), não jurar nunca (Mt 5,34).

Não mentir nunca e dizer sempre a verdade (Mt 5,37). Não resistir ao homem mal e, se ele bater na face direita, apresentar-lhe a outra (Mt 5,39), entregar até a camisa, a quem quer privar-me do meu paletó (Mt 5,40). Amar o inimigo (Mt 5,44), perdoar sempre (Mt 6,12), nunca fazer nada para ser visto pelos outros (Mt 6,1). Ter uma confiança tão grande em Deus que até as palavras da oração se tornem secundárias (Mt 6,5-8). Não juntar dinheiro (Mt 6,19), escolher entre Deus e o dinheiro (Mt 6,24). Não se preocupar com a comida, bebida e roupa, e viver feito passarinho, despreocupado de tudo (Mt 6,25-31). Não julgar nunca a ninguém (Mt 7,1-2), fazer aos outros o que a gente gostaria que fizesse a gente (Mt 7,12). Enfim, ser perfeito como o Pai do céu é perfeito (Mt 5,48). Deus que me livre! Esse Cristo é complicado demais! É possível observar tudo isso? É possível alguém chegar ao ponto de dizer: “Eu fiz tudo isso! Sou perfeito como Deus Pai é perfeito!” Jesus chega a afirmar que as oito Bem-Aventuranças formam o código da felicidade para o homem. E quem sair fora delas não será feliz. O Sermão da Montanha em outras palavras para  Jesus é um desafio aos mundanos. Jamais será compreendido pelo espírito deste mundo .  Porque os homens sem fé buscam a felicidade nos prazeres terrenos e em tudo aquilo que é contrário a essas bem-aventuranças . O mundo não pensa assim. O mundo é o contrário do Evangelho. O mundo diz assim: Bem-aventurados os que possuem muito dinheiro, porque deles são todas as coisas da terra. Bem-aventurados os que gozam a vida, porque a vida termina aqui mesmo . Bem-aventurados os que demandam  e brigam, porque dominarão sobre o demais . Bem-aventurados os que exploram e roubam, porque o mundo é dos espertos . Bem-aventurados os que não perdoam , porque perdoar é sinal de fraqueza. Bem-aventurados os que não acreditam em Deus , porque para eles todos os prazeres são lícitos . Bem-aventurados os poderosos, porque terão este mundo como herança. Bem-aventurados sois vós, se negardes o nome de Deus , dizendo que não conheceis Jesus , porque até agora todos os tolos que defenderam Cristo foram caluniados e perseguidos . Aí está um “sermão da montanha” vivido pelos homens que não tem fé . Assim vemos melhor como o reino de Cristo se fundamenta no amor, na fé e na esperança . É um reino que somente será aceito sobrenaturalmente, por quem crê na palavra da salvação e aguarda a vida eterna .c) SOLUÇÕES PROPOSTAS PARA ENTENDER O SERMÃO DA MONTANHA

Como se vê pelo Sermão da Montanha, Jesus põe tudo de cabeça para baixo, por exemplo, diz ele : “Os últimos serão os primeiros e os primeiros os últimos”(Mt 10,31). O menor é o maior (Lc 9,48); para poder ser o maior é necessário fazer-se servidor de todos (Mt 23,11). Perder a vida para poder ganhá-la, mas perde a vida quem quer ganhá-la (Mt 16,25). Pecadores, publicanos e prostitutas têm preferência sobre os fariseus, os justos, na entrada do reino (Mt 21,31) etc. estamos tão acostumados com essas palavras que já nem reparamos o perigo que encerram para nossa segurança, já as ouvimos tantas vezes e são tão poucas as pessoas que parecem levá-las a sério. Conservamos as palavras de Jesus, como em alguns museus e conservam espadas e canhões: bonitos para ver e observar, mas já não oferecem perigo algum. É como o crucifixo. Está em todos os lugares, casas, bares, lojas, repartições, postos de gasolina, parlamento, lugares onde se pratica a justiça e a injustiça. Já nem percebemos que se trata de um homem torturado legalmente assassinado por causa de um ideal que ele não queria negar. Assim, as palavras do Sermão da Montanha são como que colocadas numa moldura muito bonita e conservada no algodão. É possível observar o Sermão da Montanha? Não é de hoje que os cristãos estão vendo esse problema e buscando uma solução. Eis algumas das soluções propostas desde o passado até hoje: O Sermão da Montanha segundo a opinião dos católicos é só para uma pequena elite como bispos, padres, religiosos não como teoria oficial, mas como prática. Segundo o povo o Sermão da Montanha seria como um conselho destinados aos mais esforçados que sentem vocação para isso.

  • O Sermão da Montanha deve ser explicado e observado como qualquer lei. Assim, a observância do Sermão da Montanha começou a ser, para muitos, um meio para se defender contra Deus, o legislador.
  • O Sermão da Montanha é para provocar nos homens a penitência. Pelo Sermão da Montanha, Jesus procurou convencer os homens, de uma vez para sempre, de que nós, por nós mesmo, jamais conseguiremos realizar aquilo que Deus deveria exigir de nós.
  • Para que isso ficasse bem claramente gravado na nossa mente, Cristo expôs ente ideal divino o Sermão da Montanha.
  • A finalidade do Sermão da Montanha seria dupla:

a)Primeiramente o homem deve reconhecer a sua fraqueza e a sua radical incapacidade para subir sozinho a escada do céu.

b)Em segundo lugar o Sermão da Montanha deve levar o homem a jogar-se nos braços da misericórdia de Deus e dizer, junto com o publicano: “Senhor, tende piedade de mim que sou apenas um pobre pecador” (Lc 18,13).

  • Jesus não deu uma lei mas ensinou uma mentalidade.

Por meio de um ensino bem concreto, usando exemplos e fatos, Jesus estaria ensinando uma nova mentalidade por exemplo:

“Quem ficar bravo com seu irmão, vai ter que comparecer diante do tribunal” (Mt 5,22), não seria uma lei proibitiva, nem chegaria a ser lei mas apenas uma maneira concreta de nos dizer que aquele que crê em Jesus, deveria ter mentalidade tal que seria impossível a menor falta contra a caridade.

Faz muita diferença, se eu considero o Sermão da Montanha como lei, como conselho, como mentalidade, ou como exigência real mas impossível.PISTAS PARA INTERPRETAÇÃO DO SERMÃO DA MONTANHA

O Sermão da Montanha é o julgamento que Jesus faz sobre a vida humana: a vida humana, bem vivida, deveria ser assim.

É o ideal que ele propõe. Um ideal não se observa. Para um ideal a gente caminha, e tenta atingi-lo.

Serei julgado não pelo fato de ter atingido o ideal mas pelo fato de ter caminhado para ele, com fidelidade.

Assim por exemplo os 10 mandamentos são 10 pistas abertas na vida humana que querem educar o homem para o amor e a doação de si (Mt 7,12).

As Bem-Aventuranças são a maior ameaça que jamais foi pronunciada contra a humanidade fechada em si mesma, preocupada com a sua segurança.

A maior produção do mundo atual é a marginalização. São exatamente esses marginalizados pela sociedade, que são declarados felizes.

Sinal de que, quando o reino vier, terá cessado a injustiça, que hoje produz os marginalizados.

No Sermão da Montanha não se fundamenta mais naquilo que nós fazemos por Deus, mas naquilo que Deus faz por nós: por isso, na esmola, na oração, no jejum, a atitude deverá ser radicalmente diferente (Mt 6,1-18).

O Sermão da Montanha finalmente visa a raiz das ações humanas: exige sinceridade radical perante Deus, perante a própria consciência e perante os outros.

Esta sinceridade radical só é possível na medida em que a pessoa vai descobrindo quem ela é.

Há tanta fachada sobre o nosso EU, que nós nem conhecemos!

Por isso, o processo de conversão ou de transformação que o Sermão da Montanha exige, em direção à sinceridade radical, é um processo doloroso que encontra muita resistência, tanto dentro de nós mesmos, como dentro da sociedade.

Será tachado com toda espécie de nome, que nada mais são do que uma forma de defesa individual ou coletiva.SENTIDO DAS PALAVRAS

Para não ficarmos com dúvidas ou idéias erradas a respeito do que Cristo disse nas bem-aventuranças, vamos dar o verdadeiro sentido de suas palavras:

«Pobres de espírito» quer dizer os que têm um espírito desapegado dos bens terrenos. Os que tendo ou não tendo riquezas não se escravizam a elas, mas vivem pelo reino de Deus.

«Os mansos» são aqueles que aceitam com paciência as adversidades, conformando-se com a vontade de Deus.

«Possuirão a terra» não quer dizer propriamente este mundo material. E’ uma alusão que se fazia à «Terra Prometida», ou Terra de Canaã, que num sentido de esperança significava o reino messiânico, ou reino que Cristo viria restaurar neste mundo.

«Fome e sede de justiça» quer dizer: desejo de fazer a vontade de Deus, mesmo quando custa.

«Por causa da justiça» 3ignifica: por causa do bem, da religião, da virtude. Na Bíblia a palavra, justiça é muitas vezes sinônimo de «santidade».

Quanto à «perseguição por causa do nome de Cristo», isso é um fato comprovado pela própria Bíblia. Os profetas do Antigo Testamento foram caluniados e perseguidos por causa de falarem em nome de Deus.

Cristo veio depois e foi também maltratado e crucificado por causa do reino de Deus. Os Apóstolos foram todos martirizados pelo mesmo motivo. E até hoje, em muitas partes do mundo, estão sendo perseguidos e mortos padres e católicos que anunciam o nome de Cristo e defendem a sua Igreja. Isso não deve diminuir nossa fé, mas aumentá-Ia, porque é sinal de que estamos com Cristo e vamos ter parte na sua glória no céu.O TESOURO NO CÉU

O cristão é um homem de fé, como dissemos. Vamos ler um trecho do Evangelho que mostra essa verdade. Disse Jesus: -«Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões descobrem e roubam. Entesourai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem descobrem nem roubam. Porque, onde está o teu tesouro, aí está também teu coração». (Mt 6,19-21). Este conselho de Jesus é simplesmente maravilhoso. Um trecho pequeno, que contém infinita sabedoria. Nós trabalhamos o dia todo. Preocupamo-nos com a comida, com a roupa, com a morada e com o futuro. E muitas vezes nada guardamos para a eternidade. Os tesouros que Deus nos manda ajuntar para o céu são as boas obras. O nosso trabalho na construção de seu reino. O exemplo de fé que damos ao mundo. A caridade que temos para com os outros. Tudo isso é a riqueza do cristão. E só isso é que levamos para a eternidade.

«Onde está o tesouro, aí está também teu coração». Isto quer dizer que o nosso pensamento, a nossa preocupação, o nosso tempo, o nosso ideal e até nosso dinheiro, nós gastamos naquilo que constitui o objeto de nosso amor. O comerciante dorme pensando em seus negócios, a mãe dorme atenta ao menor chorinho do nenê, o lavrador pensa na sua roça. Nós, pelo batismo, começamos a ter parte no reino de nosso Pai. Ajuntar um tesouro no céu deve ser uma preocupação de cada dia para todo homem de fé.

NÃO A POBREZA EM SI

Estamos fazendo esta observação, no final desta aula, para entendermos o sentido da pobreza que acabamos de falar. Não se trata simplesmente de uma pobreza material. Só o fato de não se possuir riqueza, não é -suficiente para termos entrada franca no céu. Jesus está, aqui, lançando as bases de seu reino, e estabelece, como condição, a disponibilidade para ouvi-Io e seguir o seu ensinamento. Portanto fala do desapego, ou seja, da pobreza em função do reino de Deus.

Jesus está apontando o caminho da perfeição. Não fala em quantidade de dinheiro, mas em disposição do espírito. Existem verdadeiras «posses» na ordem moral, que nos impedem de seguir a Cristo, muito mais do que dinheiro ou de algum bem material. O egoísmo, o apego às próprias idéias, a não aceitação do próximo, o conceito de perfeição que se tem de si mesmo, a idéia de não precisar de ninguém, tudo isso impossibilita de receber o reino de Deus. São tipos diversos da mesma riqueza.

Abraão tinha muitos rebanhos e muitas terras. Era um senhor rico, dono de invejadas propriedades. Mas ao ouvir o chamado de Deus, para que partisse para um lugar distante e lá desse origem ao «Povo Eleito», Abraão não ficou preso à sua terra e às suas propriedades. Partiu imediatamente, pois tudo o que ele era e o que possuía passaram a estar em função do plano de Deus. Esta é a pobreza e a disponibilidade pedida por Jesus.

Perante a mensagem evangélica, comporta-se como rico aquele que diz: «Eu não vou à missa porque sou pobre, e todos vão me reparar». Será que esta maneira de pensar não esconde um espírito de rico, cheio de orgulho e superioridade, contrário ao espírito do Evangelho ? 

FELIZES OS PUROS DE CORAÇÃO PORQUE CONTEMPLARÃO A DEUS.

E Cristo continua dizendo: Felizes os puros de coração porque contemplarão a Deus. Quem tem o olhar puro vê Deus em toda a parte, em tudo e em todos . Os puros de coração são bem intencionados. Quem é bem intencionado não vive catando malícia nas pessoas e nas coisas . Onde os outros vêem desgraça os puros de coração vêem amor . Os puros de coração encaram tudo com naturalidade . Os puros de coração são o contrário dos puritanos . O puritano gostaria que todos fossem puro. O puro de coração crê que em tudo há um reflexo de pureza. O puritano vê no sexo uma fonte de pecado . O puro de coração sabe que o sexo é participação no amor fecundo de Deus. Cristo foi puro de coração: Viu na Samaritana um apóstolo transbordante. Viu em Pedro alguém capaz de dar testemunho de amor . Cristo viu na água um elemento de purificação: Deixou o batismo. Viu na atração sexual um impulso do amor : Surgiu o sacramento do Matrimônio . Cristo viu no pecado um elemento de saudade de Deus e regresso ao Pai: Nasceu o sacramento  da penitência. Cristo não era puritano. Era puro de Coração .FELIZES OS PACÍFICOS QUE PROMOVEM A PAZ

 Melhor ainda: Os que promovem a paz ( Mt 5,9 ) Não se trata apenas de ser tranqüilo e pacífico por temperamento. Trata-se de atitude dinâmica: Promover a Paz. Seria um pouco aquilo que cantamos: “Onde houver ódio, que eu leve o amor”. Procurar os caminhos para criar relações de paz entre os homens. Não atirar mais lenha onde estiver ardendo o fogo do ódio, dos ressentimentos. Procurar, em vez disso, ajudar a superar os problemas que impedem a paz, como seriam a injustiça, os mal-entendidos, as suspeitas. Na palavra de Jesus adquire nova força a proclamação de Isaías: “Como são belos os passos dos que transpõem as montanhas para anunciar a paz (Is 52,7).FELIZES OS PERSEGUIDOS POR CAUSA DA JUSTIÇA.

Os que são caluniados por causa de Cristo (Mt 5,10-11) É uma bem-aventurança muito presente hoje . Como sempre esteve presente na caminhada do cristianismo. Quem prega a verdade encontra sempre opositores . No Evangelho há passagens que incomodam, porque põem o dedo na chaga da maldade presente no mundo. É claro que os incomodados procuram impedir que essas passagens sejam pregadas. E criam dificuldades, acusam, interpretam distorcidamente, caluniam, difamam. Aliás, Jesus predissera aos discípulos: “O servo não pode ser mais  que o Senhor . Se perseguiram a mim ,perseguirão também a vós ( Jo 15,20 ). O cristão , por isso , se enche de coragem e de confiança . Se teu agir é feito em nome do Evangelho, não lhe importa que venham as dificuldades e as perseguições . Eles serão bem-aventurados. Acho sumamente importante uma visão serena diante das acusações que aqui e ali se levantam contra os que estão a serviço do Evangelho. Precisamos estar atentos para não acolher levianamente essas acusações. Só se constrói  a paz com a verdade . Calúnias e interpretações malévolas não a constroem. Dividem. Radicalizam . E o que é pior impedem  a correção do que está errado e a implantação de um mundo justo e fraterno, que é o fruto das Bem-aventuranças evangélicas. Sabemos que a realização desse reino de justiça e de amor é tarefa longa e árdua, que não chegará à plenitude  neste mundo. Mas, pelo menos, cabe a nós acolher o caminho  dos que constroem a paz e distribuem misericórdia. E jamais fazer coro com aqueles que, sentindo-se incomodados, querem impedir a marcha do Evangelho da paz.FELIZES OS POBRES DE ESPÍRITO

Felizes os que tem um coração de pobre porque deles é o Reino de Deus . O mundo não pensa assim. O mundo é o contrário do Evangelho. O mundo diz :Felizes os ricos porque não precisam do Reino de Deus . Coração de pobre é livre . Pode amar quem quiser. Pode se entregar todinho. E só se entrega por amor. Quem tem coração de pobre não se prende e nem se enraíza em nada. Se possui bens usa deles e prefere gastá-los usando a gastar-se guardando. Coração de pobre ama de verdade. Ama para fazer alguém feliz e não ser feliz à custa de alguém. Coração de pobre é compassivo, tem sempre lugar para a dor alheia . Coração de pobre é sempre alegre, nas menores coisa encontra uma riqueza.

Coração de pobre é bem intencionado. Não tem interesse em enganar ninguém. Coração de pobre é puro. Está cheio de Deus e só de Deus .

FELIZES OS MISERICORDIOSOS

O Evangelho inteiro está impregnado de misericórdia. Jesus que perdoa. Jesus que tem pena dos que sofrem :“Tenho pena deste povo, disse Ele, ao  ver a multidão com fome” (Mt. 15,32). Teve pena de todos os doentes. De todos os que sofriam alguma tristeza . “Os teus pecados te são perdoados “era o que dizia a cada pecador que vinha ao seu encontro, procurando a paz”. Perdoou a Madalena mulher adúltera, ao ladrão agonizante ao seu lado.

Ele é misericórdia que passa ,perdoando, curando, consolando, enchendo de esperança. E será bem aventurado aquele que souber como Cristo perdoar e ter compaixão. Há os que não perdoam. Que guardam no coração a lembrança do mal que lhe fizeram e o remoem num surdo desejo de vingança. E vive-se num mundo armado de prevenções, de barreiras, de incompreensões .Há os que não tem compaixão dos outros . Que , dominados pelo egoísmo, procuram só vantagens, ainda que estejam prejudicando aos outros. São corações de Pedra. Estão longe da Bem-aventurança da Misericórdia . O papa escreveu uma encíclica sobre a misericórdia de Deus: “Dives in  Misericórdia”. Exatamente porque Ele está sentindo como falta no mundo a dimensão da misericórdia . O mundo está árido. Desumano! Precisando de aprender do coração de Deus.PERGUNTAS PARA CONTINUAR A REFLEXÃO

  1. Qual a maneira de conhecermos melhor a Igreja ?
  2. Como se chama o sermão em que Cristo apresenta os fundamentos de seu reino?
  3. Saberia repetir as bem-aventuranças de cor?
  4. Que significa «bem-aventurados» ?
  5. As bem-aventuranças formam o quê?
  6. Quais são as pistas para interpretação do sermão da montanha?
  7. Pode o homem sem fé entender as bem-aventuranças? Por quê?
  8. Que significa «pobres de espírito»?
  9. Que significa «mansos» ?
  10. Que significa dizer «fome e sede de justiça» ?
  11. Qual o sentido da palavra «justiça» na Bíblia ?
  12. Que disse Jesus sobre as riquezas?
  13. Que quer dizer «tesouro» no céu ?
  14. E’ só riqueza material que nos atrapalha na posse do reino de Deus? Qual outra? 15. Como é a lenda dos três amigos