Parábola dos Talentos, na qual Jesus fala dos dons que as pessoas recebem-Lc 19,11-28

FAZER RENDER OS DONS DE DEUS PARÁBOLA DOS TALENTOS

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
FAZER RENDER OS DONS DE DEUS

O Ano Litúrgico caminha rapidamente para o fim. Dentro de quinze dias estaremos entrando de novo no Advento.. E a liturgia deste Domingo nos faz refletir sobre uma simpática parábola que faz pensar nas contas que iremos prestar a Deus que nos confiou tantos dons preciosos. É a parábola dos “talentos”, que na antiga cultura grega e romana era o nome de um peso e de uma moeda de altíssimo valor. Esse nome hoje significa um valor moral que se encontra numa pessoa. O uso do Evangelho deve ter influído nessa transposição de significado.

A parábola está aí na limpidez de sua apresentação. Um homem, devendo ausentar-se para uma viagem, distribuiu dinheiro a três servos, para que tomassem conta dele e o fizessem frutificar. Quantias todas muito grandes, fazendo já alusão à generosidade de Deus nos seus dons. O servo que recebera cinco talentos negociou também e lucrou mais cinco. O que recebera dois, negociou também e lucrou outros dois.

O terceiro, porém, sem coragem e omisso, escondeu debaixo da terra o talento recebido, para devolvê-lo na volta ao patrão. Na volta do patrão, os dois primeiros lhe entregaram o lucro conseguido, e foram elogiados pelo patrão , os dois primeiros lhe entregaram o lucro conseguido, e foram elogiados pelo patrão, que lhes confiou quantias maiores e os convidou a “entrar para a alegria do seu Senhor”.

Ao terceiro, que entregou envergonhado o talento que guardara escondido, de medo das exigências do patrão, a acolhida deste foi dura: “Servo mau e preguiçoso! Sabias que eu ceifo onde não semeei e recolho onde não espalhei!” (O Servo havia alegado isso). E continuou dizendo que o servo deveria ter posto seu dinheiro no banco para render juros. E mandou que lhe irassem o talento e o entregassem ao que tinha dez; pois quem tem, recebe mais ainda; e a ele, o lançassem nas trevas, onde haveria choro e ranger de dentes (cfr. Mt 25, 14-30).

Ninguém deve estranhar que Jesus se sirva de um tema comercial, e até de um tema comercial, e até de sabor do mundo capitalista, onde o assunto é ganhar, cobrar juros, lucrar, juntar dinheiro. Jesus não está com isso querendo inculcar o interesse pelo mundo do dinheiro. Sua filosofia é bem outra! Trata-se de uma parábola. E na parábola é preciso olhar aquilo que, em linguagem de escola, chamamos de “ tertium comparationis”; isto é, o terceiro elemento entre dois termos da comparação: Entre os negócios materiais e os bens espirituais que Deus nos dá, o que Jesus nos quer apontar é a diligência do negociante. Assim seremos recompensados por Deus.

A grande lição é que devemos fazer render em nossa vida os dons que Deus nos deu e dos quais havemos de prestar contas em nosso encontro final com o Senhor. A todos Ele deu seus dons: saúde, inteligência, habilidade para o trabalho. A alguns deu até dons especiais de criatividade, de comunicação, de visão dos caminhos do futuro. Muitos podem até dizer um pouco como a Virgem Maria: “O Onipotente fez em mim grandes coisas”.

O bem do mundo e da sociedade depende de todos nós. Ninguém deve ser uma peça negativa. Ninguém cometa o pecado de omissão. Ele é mais freqüente do que se pensa! Todos têm que se empenhar em ser construtores de um mundo melhor.

Feliz de quem “fizer o bem e não o mal em todos os dias de sua vida” (Pv 31,12). E puder dizer na sinceridade da humildade: o mundo está melhor, porque nele estou eu com os dons que Deus me deu. Esse ouvirá de Deus a grande palavra final: “Entra para a alegria do teu Senhor”.

Leitura do XXXIII Domingo do Tempo Comum – Ano A:
1ª) Prov 31, 10-13. 19-20.30-31
2ª) 1Tes 5, 1-6
3ª) Mt 25, 14-30