01. Terça-feira da 5ª Semana da Páscoa

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA (LECTIO DIVINA).

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

VÍDEO: JOSÉ, O CARPINTEIRO-1 DE MAIO

https://www.youtube.com/watch?v=pBxacFpbc3s,

No dia 15 de agosto de 1989 o Papa João Paulo II no seu belíssimo documento, dedicou algumas páginas a São José como o patrono da Igreja de nosso tempo. Por ser esposo fidelíssimo de Maria e pai amoroso de Jesus, pelas dificuldades e responsabilidades que teve de assumir com a família de Nazaré, a Igreja o invocou nos momentos de maiores perigos e por meio de Pio IX o declarou patrono da Igreja universal.

O zelo de esposo e pai de família fizeram-no protetor especial de todos os pais. Educador e exemplo para Jesus, é padroeiro das escolas e educadores católicos. Faleceu nos braços de Jesus e Maria, braços misericordiosos nos quais todos gostaríamos de adormecer. Por isso, São José é invocado como especial protetor dos agonizantes. Porque soube cuidar e manter unida a Sagrada Família na qual se praticavam com a maior perfeição os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência, muitos fundadores consagraram a ele suas famílias religiosas, tanto masculinas como femininas.

Numerosas paróquias, colégios, obras sociais têm São José como patrono, sem falar dos inúmeros Josés que no dia 19 de março comemoram seu onomástico. João Paulo II referindo-se a São José diz: “Para ser bons e autênticos seguidores de Cristo não se necessitam grandes coisas, mas requerem-se somente virtudes comuns, humanas, simples e autênticas”.

Por ter sustentado sua família com o suor de seu rosto é também o padroeiro dos trabalhadores e por esta razão no dia 1º de Maio é também a Festa de São José Operário. De fato, São José levou uma vida de simples trabalhador. O trabalho monótono, assíduo e duro de cada dia, realizado em companhia e por amor a Jesus e Maria, em contínua união com Deus, foi seu caminho de santificação e apostolado, constituindo-se no modelo perfeito de homem contemplativo na ação. A Escritura o chama de homem justo, santo. De acordo com os Evangelhos, São José era um faber, isto é, um trabalhador manual. Os Evangelhos apócrifos dizem que era faber lignarius, que quer dizer: Trabalhava com madeira. Era carpinteiro. Fazia móveis, portas, arados, cangas rastelos, carroças, camas, timões, barcos.

Seus instrumentos de trabalho eram bem semelhantes aos nossos: Machado, machadinha, plaina, serrote, faca, facão, esquadro, martelo, pregos, madeira..  .

– José, será que você poderia? Sabe que tenho pressa…

Paciente, José sempre podia. Sempre, com algum esforço e muita disponibilidade achava tempo para resolver o problema deste ou daquele freguês intempestivo e apressado. José amava sua profissão e a conhecia a fundo. Praticava-a com a mesma meticulosidade com que praticava a Lei de Deus e por isso se realizava no trabalho. Não via as horas passar. Sabia por experiência que o trabalho não é uma exigência e muito menos um castigo, mas um serviço aos outros, meio de sustento da família honrada, motivo de realização e felicidade, algo nobre que demonstra nosso valor, que nos ajuda a crescer e que é também, e sobretudo, instrumento de redenção.

Não há nada que diga tanto da dignidade e do valor do trabalho como as mãos calosas de José e de Jesus, o Filho de Deus, empenhando a maior parte de sua existência humana no trabalho de carpinteiro. É um belo momento à dignidade do trabalho a estátua de José e Jesus inclinados sobre um banco de marceneiro. Depois de feito, contemplavam o fruto de suas mãos e ficavam extasiados diante de uma obra executada com perfeição para o próximo. Com a mesma perfeição com que era lida a Torá na Sinagoga. O martelo percutindo em duo soava como uma sinfonia que agradava imensamente ao Pai. Enquanto José lidava com a serra, o aprendiz de carpinteiro labutava com a plaina embotada, e as gotas de suor se misturavam à serragem e às lascas de madeira.

As mãos de ambos eram igualmente calosas e duras, como a madeira que tratavam. Contrastavam com a ternura de alma e delicadeza de sentimentos com que se relacionavam com o Pai e com a maravilhosa Maria.

Pai e Filho preparavam-se para a lida como para uma cerimônia religiosa. Prendiam na cintura o avental de couro e o faziam com um jeito sério de um sacerdote que se reveste de um paramento sagrado.

Ao entrar cedo na oficina, aspiravam gostosamente o cheiro da madeira e da pintura e agradeciam pelo sol que, entrando pela porta aberta, fazia brilhar os metais das ferramentas. E quando se inclinavam sobre a obra a ser realizada, enchiam cada gesto de sonho e de carinho e se sentiam criadores com o Pai a quem louvavam, porque, como a obra toda da criação, sua obra também era boa. Tudo o que lá acontecia era maravilhoso. Deus, por quem e em quem tudo foi criado, Deus, que com uma palavra criara o universo, fatiga-se agora ao vai-e-vém da serra para dar forma e sentido à madeira resistente.

Maravilhoso contraste capaz de enlouquecer a qualquer Tereza de Jesus ou João da Cruz. Havia ainda entre Jesus e a madeira um relacionamento especial, uma espécie de namoro, que iria terminar em esponsais no dia do calvário. “Graças ao seu banco de trabalho, junto do qual exercitava o próprio ofício, juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da redenção” (João Paulo II).

No ano de 1999, a Campanha da Fraternidade refletiu sobre o tema do desemprego e rezou a São José para que governos e sociedades se empenhem em resolver esse problema que atinge tão duramente de maneira especial os trabalhadores assalariados”.

Evangelho – Mt 13,54-58 – HOMILIA RETIRADA DO LIVRO: SÃO JOSÉ, UM SANTO QUE PRECISA VOLTAR – PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA- VOL. VI

 

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01. Terça-feira da 5ª Semana da Páscoa

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA (LECTIO DIVINA).

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

1) Oração

Ó Deus, que pela ressurreição do Cristo nos renovais para a vida eterna, dai ao vosso povo constância na fé e na esperança, para que jamais duvide das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 14,27-31a)

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 

28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis. 30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”.

3) Reflexão – Jo 14,27-31a

*  Aqui, em Jo 14,27, começa a despedida de Jesus e no fim do capítulo 14, ele encerra a conversa dizendo: “Levantem! Vamos embora daqui!” (Jo 14,31). Mas, em vez de sair da sala, Jesus continua falando por mais três capítulos: 15, 16 e 17. Se você pular estes três capítulos, você vai encontrar no começo do capítulo 18 a seguinte frase: “Tendo dito isto, Jesus foi com seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia ali um jardim onde entrou com seus discípulos” (Jo 18,1). Em Jo 18,1, está a continuação de Jo 14,31. O Evangelho de João é como um prédio bonito que foi sendo construído lentamente, pedaço por pedaço, tijolo por tijolo. Aqui e acolá, ficaram sinais destes remanejamentos. De qualquer maneira, todos os textos, todos os tijolos, fazem parte do edifício e são Palavra de Deus para nós.

*  João 14,27O dom da Paz.

Jesus comunica a sua paz aos discípulos. A mesma paz será dada depois da ressurreição (Jo 20,19). Esta paz é mais uma expressão da manifestação do Pai, de que Jesus tinha falado antes (Jo 14,21). A paz de Jesus é a fonte da alegria que ele nos comunica (Jo 15,11; 16,20.22.24; 17,13). É uma paz diferente da paz que o mundo dá, diferente da Pax Romana. Naquele fim do primeiro século a Pax Romana era mantida pela força das armas e pela repressão violenta contra os movimentos rebeldes. A Pax Romana garantia a desigualdade institucionalizada entre cidadãos romanos e escravos. Esta não é a paz do Reino de Deus. A Paz que Jesus comunica é o que no AT se chama Shalôm. É a organização completa de toda a vida em torno dos valores da justiça, fraternidade e igualdade.

*  João 14,28-29O motivo por que Jesus volta ao Pai.  

Jesus volta ao Pai para poder retornar em seguida. Ele dirá a Madalena: “Não me segure, porque ainda não subi para o Pai “ (Jo 20,17). Subindo para o Pai, ele voltará através do Espírito que nos enviará (cf Jo 20,22). Sem o retorno ao Pai ele não poderá estar conosco através do seu Espírito.

*  João 14,30-31aPara que o mundo saiba que amo o Pai. 

Jesus está encerrando a última conversa com os discípulos. O príncipe deste mundo vai tomar conta do destino de Jesus. Jesus vai ser morto. Na realidade, o Príncipe, o tentador, o diabo, nada pode contra Jesus. Jesus faz em tudo o que lhe ordena o Pai. O mundo vai saber que Jesus ama o Pai. Este é o grande e único testemunho de Jesus que pode levar o mundo a crer nele. No anúncio da Boa Nova não se trata de divulgar uma doutrina, nem de impor um direito canônico, nem de unir todos numa organização. Trata-se, antes de tudo, de viver e de irradiar aquilo que o ser humano mais deseja e tem de mais profundo dentro de si: o amor. Sem isto, a doutrina, o direito, a celebração não passa de peruca em cabeça calva.

*  João 14,31bLevantem e vamos embora daqui. 

São as últimas palavras de Jesus, expressão da sua decisão de ser obediente ao Pai e de revelar o seu amor. Na eucaristia, na hora da consagração, em alguns países se diz: “Na véspera da sua paixão,voluntariamente aceita”. Jesus diz em outro lugar: “O Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la de novo. Ninguém tira a minha vida; eu a dou livremente. Tenho poder de dar a vida e tenho poder de retomá-la. Esse é o mandamento que recebi do meu Pai” (Jo 10,17-18).

4) Para confronto pessoal

1) Jesus disse: “Dou-vos a minha paz”. Como contribuo para a construção da paz na minha família e na minha comunidade?

2) Olhando no espelho da obediência de Jesus ao Pai, em que ponto eu poderia melhorar a minha obediência ao Pai?

5) Oração final

 

Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder! (Sl 144, 10-11)

 

JOSÉ , O CARPINTEIRO

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA (LECTIO DIVINA).

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

Este texto foi retirado do Livro: “A FAMILIA DE SÃO JOSÉ, A TRINDADE NA TERRA” VOL. VI . de Pe. Lucas de Paula Almeida. Confira este artigo acessando o site: www.padrelucas.com.br e também encontra-se no calendário da Homilia do dia 19 de março: http://www.padrelucas.com.br/pdf/2016…