EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

(LECTIO DIVINA)

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

DIA DOS PAIS – HOMENAGEM A IVO APOLINÁRIO VIEIRA – PAI, AVÓ, GENRO, CUNHADO AMIGO E BOM – https://www.youtube.com/watch?v=vEModYAsFxw

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

(LECTIO DIVINA)

REFLEXOES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

REFLEXÃO PARA O DIA DOS PAIS

                                                                           O PAI AMIGO                                                                                  

Perguntaram a uma menina pequenina se ela sabia dizer o que era um pai. E ela disse que pai era um homem grande que era capaz de se sentar no chão com a gente e comer a comidinha de brinquedo da casa da boneca.                            É como a história do fidalgo que entrando no gabinete do Rei encontrou sua Majestade brincando com o filhinho caçula e servindo de cavalo para o pequeno montar. E o Rei não deu nenhuma explicação nem pediu desculpas. Sabia que o fidalgo era pai também e entenderia.

Para filhos pequeninos valem esses quadros cheios de encanto. Para filhos mais crescidos eu já pensaria na expressão que eu ouvi de um jovem entusiasmado por seu pai: “Meu pai é meu amigo”.

  Vou tentar colocar em uma ligeira pincelada uma reflexão que o dia dos Pais me sugere meditar nesta importante qualidade que um Pai deve ter: A AMIZADE. E começaria pela expressão do jovem entusiasmado com seu pai: “Meu pai é meu amigo!” Evidentemente, porque há pais que não se mostram amigos dos filhos. Estão sempre ocupados. Não tem tempo para conversar com eles. Para ouvi-los e para falar-lhes. E para ajudá-los a não se perder em caminhos errados, nem se desencorajarem diante dos problemas. Um jovem faz a seguinte queixa: Meu pai me fornece tudo o de que preciso: roupas, discos, dinheiro para gastar. Agora está me oferecendo uma viagem à Europa. Ele acha que eu sou ingrato. Mas é que ele ainda não entendeu que o que eu quero é que ele seja tão pródigo de si mesmo, como o é das coisas que me dá. Não sei se algum jovem saberia dizer de uma forma mais bonita como ser pai. Alguém que está presente, que escuta, que se interessa, que mostra caminho, que inspira e ajuda, que perdoa e que é capaz de reconhecer que, às vezes, erra também e é capaz de reformar seus pontos de vista.

Tenho pena dos pais pobres que não têm tempo de estar com os filhos, porque o trabalho longe de casa e as horas que gastam para ir e voltar mal lhes permitem ver os filhos nas últimas horas do dia.  E tenho pena dos pais ricos, cujos negócios e encargos e encontros obrigatórios e conferências e congressos lhe tomam todo o tempo e pensamento, não lhes sobrando o espaço necessário para conviver com os filhos. Sem se perceber, vão se diluindo os laços que consolidam o amor e a confiança. Como é importante o encontro das gerações.

Encontro de perto, íntimo, amigo. Encontro que se vai tornando, hoje, mais difícil, porque a brecha entre as gerações se alargou demasiadamente. São duas ou três dezenas de anos do passar do tempo, mas parecem séculos de diferença de mentalidade.

Os pais, de certo modo, tem que se educar de novo para aprender a acolher os filhos como eles são. Para descobrir os valores novos que neles existem, como o repúdio à injustiça e a vontade de serem construtores do mundo. Para descobrir o caminho e para ajudá-los. E para anular os valores negativos que o mundo lhes vai insuflando.

Que os pais não percam a esperança. Há forças misteriosas postas por Deus no coração dos filhos. E elas atuam, mesmo quando pareçam amortecidas por uma porção de forças contrárias presentes no tempo e na sociedade. A autoridade do pai não se destrói. Nem se destrói o respeito no coração dos filhos. Talvez haja apenas novos modos de exercer a autoridade. Uma autoridade que, em vez de impor suas ordens, imponha-se pelo seu valor. Como, nos filhos, o respeito é mais temperado de carinho e de confiança. Um respeito que cresce e se fortalece no fundo da consciência, embora sem formas exteriores muito cerimoniosas.


Entra hoje mais o clima do caminhar junto, lado a lado, se bem que no subconsciente do filho esteja a certeza de que o pai é quem está na frente por muitos títulos, infundindo-lhe uma grande confiança. Uma grande segurança. Um vivo estímulo.

LEITURAS do XX Domingo do Tempo Comum -Ano c:

– 1a) Jer 38, 4-6, 8-10

-2a) Her 12, 1-4

-3a) Lc 12, 49-53

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

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REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

DIA DOS PAIS – HOMENAGEM A IVO APOLINÁRIO VIEIRA – PAI, AVÓ, GENRO, CUNHADO AMIGO E BOM – https://www.youtube.com/watch?v=vEModYAsFxw

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XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM -ANO B

O PÃO DA VIDA

A Liturgia nos está fazendo viver uma série de domingos – do décimo sétimo ao vigésimo primeiro – em que a leitura evangélica é toda tomada do capítulo sexto de São João, a começar do milagre da multiplicação dos pães, até culminar na revelação do sacramento da Eucaristia.

Aliás, sem essa revelação, nós não seríamos capazes de entender de que estaria falando Jesus na última ceia, na noite que precedeu sua Paixão. Foram as palavras pronunciadas na sinagoga de Cafarnaum e relatadas por São João, a respeito do “Pão da vida”, que prepararam a celebração da Eucaristia, com toda a sua grandeza e com todo o seu mistério. A leitura deste capítulo de São João deve ser feita não apenas com aquela atenção e respeito com que lemos habitualmente a Palavra de Deus, mas tem que ser acompanhada de uma atitude como que de embevecida adoração, diante de tudo o que o evangelista teólogo nos vai desdobrando para os olhos do coração.

Quando Jesus disse que Ele era o Pão que descera do céu, a má vontade de seus adversários colocou-os logo em atitude de oposição. Em vez de se abrirem para acolher o sentido profundo dessa palavra, saíram-se com uma objeção muito primária: “Não é este Jesus o filho de José (o pai legal), aquele de quem conhecemos o pai e a mãe? Como é que ele diz agora: eu desci do céu?” (Jo 6, 42).

Jesus, com paciência e firmeza, respondeu: “Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim, se meu Pai, que me enviou, não o atrair. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: eles serão todos ensinados por Deus. Todo aquele que ouviu o Pai e recebeu seu ensinamento, vem a mim. Não que alguém tenha visto o Pai, senão aquele que vem de junto de Deus: este viu o Pai. Em verdade, eu vos digo: aquele que crê possui a vida eterna” (Ibid., 44-47).

Está aí, segundo nos ajudam a ver os comentadores, o primeiro sentido em que Jesus é o Pão da vida. Devemos assimilá-lo pela fé. Crendo, nós teremos a vida eterna. Da mesma maneira como, comendo o pão material, temos a vida terrena. Depois Jesus dará o segundo passo, que será falar de si mesmo como Pão da vida, no sentido eucarístico: seu corpo é verdadeiramente comida e seu sangue verdadeiramente bebida, que devemos assimilar sob os sinais sacramentais, como vai aparecer claramente na última ceia.

São muito belas as palavras de Jesus, quando nos diz que, para irmos a Ele, é preciso que o Pai nos atraia. É o mistério da “graça eficaz”, que age em nós de maneira infalível e irresistível, embora maravilhosamente não aniquilando nossa liberdade. Santo Agostinho é quem, nos seus comentários do evangelho de São João, fala disso magistralmente.

Com que clareza Jesus repete que Ele é “o Pão vivo descido do Céu! “Mas com que clareza também Ele assinala a diferença entre “o pão do céu” que foi o maná, tão exaltado pelos judeus, e o verdadeiro “Pão do Céu” que Ele é! O maná, na verdade, era um pão terreno, embora dado aos hebreus de um modo celeste, pelo poder de Deus que vem do céu. Esse pão dava apenas uma vida terrena, perecível. Os que dele comeram, quando completaram seus dias, morreram como morrem todos. Ao passo que os que comem do Pão do Céu que é Jesus têm a vida eterna. Comparação parecida com a da água misteriosa que Jesus prometeu à Samaritana, como já tivemos ocasião de recordar. Quem bebesse da água do poço de Jacó teria sempre sede de novo. Ao passo que quem beber da água que Jesus dá, não terá sede nunca mais: “Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna” (Jo 4, 14).

Quando nós falamos em “vida eterna” não devemos pensar que vida eterna é um prolongamento sem fim da vida temporal que vivemos aqui na terra. É outra maneira de vida, que participa da natureza da vida de Deus.

E essa vida já começa aqui na terra para todos aqueles que receberam a graça da fé: “Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê tem a vida eterna” (Ibid. 6,47). Naturalmente aqui se fala de uma fé viva, que supõe adesão total a Cristo, uma conformidade com sua vontade santíssima. Não se trata daquele que reza o credo, mas não o vive. Essa é a fé que devemos cultivar e para a qual principalmente havemos de rezar: “Creio, Senhor, mas aumentai minha fé’l (cfr Mc 9, 24).

LEITURAS do XIX Domingo do Tempo Comum – Ano B:

1ª – 1 Rs19,4-8.

2a- Ef 4, 30-5, 2.

3ª – Jo 6, 41-51.