O AMANHECER DO EVANGELHO

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE

PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CMNATAL  É  FESTA  DE MUITA ALEGRIA

Natal é festa de muita alegria. De uma alegria íntima e calma.  Por que? Porque nasceu Jesus e com ele toda esperança. Porque a partir desse dia tudo é possível. Nada mais pode ser declarado perdido, irreparável, morto.A partir do presépio tudo pode começar de novo. Os rostos tristes podem se abrir para o sorriso.Os corações desesperados podem retomar coragem.

Só sentem o natal, os que estão esperando alguma coisa, alguma coisa de esplêndido e alegre: Uma salvação.

Os que estão satisfeitos com a vida que levam contentes com as suas coisinhas, felizes com seus negócios, esses não sentem nada com o natal. Será um dia a mais de comilanças e bebedeiras com a insuportável ressaca e tudo se acabou.Felizes, porém, os que esperam. Os pobres esperam e sabem esperar. Por isso só os pobres podem entender a Boa Nova dos anjos na noite de Natal: “EIS QUE VOS ANUNCIO UMA GRANDE ALEGRIA: HOJE VOS NASCEU O SALVADOR: O MESSIAS SENHOR.”De fato, são todos pobres os personagens que encontramos ao redor da manjedoura. A começar por Maria e José, depois os pastorzinhos e, enfim, o boi, o asno, bichinhos modestos e serviçais! Mas vêm também os magos. Eles vêm de longe, bem de longe do oriente. Eles também estavam esperando alguma coisa de importante. Não era à toa que passavam noites inteiras olhando o céu. Era para ver se encontravam aí, um sinal de esperança. Foi assim que puderam ver a “estrela de Belém”. E se puseram a caminho.Como os pobres, eles estavam também à espera. Não estavam satisfeitos com o que tinham. Faltava em suas vidas alguma coisa de grande e decisivo. Felizes os que esperam, porque eles verão o que esperam. É para essa gente que Jesus vem: para os pobres e distantes, é para os oprimidos e pecadores, é para os amargurados e perdidos. O Natal nunca foi e nunca será nada: para os satisfeitos, para os auto-suficientes, os burgueses de barriga cheia, a gente “honesta”, “os que estão na sua”, “os cada um para si”, “os importantes”, “os desprezadores dos humildes”, “os sem problemas”, “os tudo oK”, “os que não vêem grandes causas pelas quais lutar, vencer ou morrer”.Que querem vocês que o Cristo da manjedoura traga para essa gente? Que podem significar para eles, palavras como: esperança, futuro, consolo. Eles não precisam de nada disso. Eles já têm tudo. São homens realizados e felizes. Estão cheios de coisas, de si, e francamente, cheios desse Deus incômodo que vem perturbar suas vindimas bem tranqüilas.Temos aí César Augusto, sentado em seu trono lá em Roma, cercado de toda gentalha do palácio.  Que interessa a ele e à sua corte, esta pobre criança que acaba de nascer e de nascer daquele jeito? Para ele, é uma cabeça a mais de seu imenso império. Uma cabeça que deve ser recenseada como está sendo, contada como cabeça de gado.  Nada mais. E que lucro pode tirar os proprietários dos hotéis de Belém, com um casal de trabalhadores que vem pedir pousada e ainda mais com a mulher daquele estado?E Herodes, com o pessoal todo da capital? Esses se interessam pelo caso, mas para eliminar esse fraco e pequeno que ameaça a sua posição, seu sono, suas festas, sua boa vida.Aí está, de um lado, os que esperam a salvação: os pobres, os distantes, os pastores; de outro, os homens de vida feita, bem instalados e bem sucedidos: César Augusto e Herodes, o grande, a gente da capital e os homens de Belém.

E nós, de que lado estamos nós? Vamos decidir desde já! Para que no derradeiro Natal do mundo na segunda vinda de Jesus, possamos nos achar do lado bom, do lado dos “abençoados do Pai, do lado daqueles para quem o Reino foi preparado: os pobres e os lutadores. Lázaro, e Zaqueu, o bom ladrão e o bom Samaritano; os pastores de Belém e os Magos do Oriente”.

O AMANHECER DO EVANGELHO

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE

PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM25 de dezembro Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo

NASCEU PARA NÓS O SALVADOR

Natal e Páscoa são como dois luzeiros que iluminam de puríssima luz celestial o itinerário dos cristãos na caminhada do calendário litúrgico. Duas grandes festas e duas grandes alegrias. Para decidir qual é a maior, teríamos que distinguir. A Páscoa é maior pela glória; o Natal é maior pela ternura. A Páscoa é maior pela proclamação de fé, uma vez que, se Cristo não tivesse ressuscitado, nossa fé seria vazia e nossa religião uma fraude; o Natal fala mais ao nosso coração, pela bondade de um Deus que por nosso amor se faz criancinha e nasce na pobreza da gruta de Belém, numa fria noite de inverno.Ninguém se cansa de ler, sempre com renovada emoção, a página de São Lucas, onde um anjo de Deus vem dizer aos pastores que vigiavam no campo seus rebanhos noite a dentro: “Eis que eu vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: hoje nasceu para vós um Salvador, que é o Messias Senhor, na cidade de Davi.E eis o sinal que vos é dado: encontrareis um recém-nascido envolto em panos, deitado num presépio”(Lc2, 10-12). E a esse anjo logo se juntou uma multidão de seres celestes, que louvavam a Deus, dizendo: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade” (v 14) .E eles foram e encontraram tudo como o anjo havia dito: a criancinha na manjedoura. A Virgem Maria a seu lado. E José. E a pobreza e a simplicidade da gruta. Estava nascendo um mundo novo!E é essa novidade que alimenta a esperança dos séculos. Aprendeu-se a “armar” o presépio, para que desde a infância o povo aprenda que um dia nasceu Jesus em Belém.Criou-se a árvore de Natal, substituindo antigos ritos pagãos dos povos germânicos, uma vez que Cristo é a verdadeira árvore viçosa, nascida junto às águas correntes, para trazer ao mundo a fartura dos bens de Deus. E os calendários aprenderam a registrar o tempo, dividindo-o em anos “antes de Cristo” e anos “depois de Cristo”. Não só como marco cronológico, mas como estilo de vida, uma vez que o nascimento de Cristo veio implantar na terra um novo modo de pensar, de falar, de viver.Gostaríamos de que a celebração do Natal viesse reforçar em nós o propósito de uma vida nova. E, lamentando embora que a chegada desta festa em cada ano se vá transformando sempre mais numa gigantesca movimentação do grande comércio, que faz esquecer o verdadeiro sentido de amor e de fraternidade que deveria estar subentendido nos presentes que se dão e que se recebem, não podemos desconhecer que o Natal traz para o mundo um clima de alegria, de esperança e de paz. No Natal o mundo fica diferente. Reaparece uma nova vontade de fazer o bem. Criam-se expressivas mensagens, convidando o mundo a se transformar numa terra de paz e de amor. E para os cristãos mais esclarecidos- com que alegria o dizemos! – a interiorização do pensamento do Natal é fonte de fervorosa e proveitosa meditação. E a liturgia do Natal- extremamente rica de sabedoria e de beleza – traz para os sacerdotes, os religiosos, o laicato cristão consciente e participante uma renovação de energia para a fidelidade a seu batismo e à sua consagração ao serviço de Deus.Um dos sinais da alegria da Igreja na festa do Natal é a celebração das três missas: uma à meia-noite, outra na aurora, outra em pleno dia. Todas elas revivendo maravilhosos textos bíblicos e orações nascidas da mais pura fé e inspiração piedosa dos séculos passados. A missa da noite pode ser considerada como a comemoração do misterioso nascimento do Verbo, no coração da eternidade.A missa da aurora poderia concretizar o aparecimento de Jesus na aurora da nossa era cristã. A missa do dia é esse permanente nascimento de Cristo na História, que vai renovando o mundo para que ele seja todo cristão. Que não o seja só de nome, mas de fato. Não apenas decorativamente cristão, mas vitalmente cristão.

Leituras das Missas de Natal- Ano A: a) Missa da noite:

1a)ls9,2-4,6-7 – 2a)Tt2,11-14 – 3a)Lc2,1-14 b) Missa da aurora:

1a)ls62,11-12 – 2a)Tt3,4-7 – 3a)Lc2,15-20 c) Missa do dia:

1a)Is52,7-10 – 2a)H b1,1-6 – 3a)Jo1,1-18ou Jo 1,1-5,9-14