Lc 1, 1-4; 4, 14-21 – Jesus de Nazaré –
– A Bíblia explicada em capítulos e versículos –
O Amanhecer do Evangelho-
Reflexões e ilustrações de Padre Lucas de Paula Almeida
III DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C
ABRA O LINDO VÍDEO SOBRE JESUS DE NAZARÉ:
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Nazaré é uma pequena cidade da Galiléia. Pequena e humilde. E tinha até uma fama não muito lisonjeira. Assim é que vemos, segundo o evangelho de São João, Natanael perguntando com certo desdém: “De Nazaré pode sair algo de bom?” (Jo 1, 53). Mas Nazaré tornou-se muito grande e famosa, por tudo o que de grande lá aconteceu. Era a terra de Maria e de José.Lá aconteceu a anunciação do anjo Gabriel e esse foi o cenário silencioso do mistério da Encarnação. Lá morou a Sagrada Família depois da volta do exílio no Egito. Lá o Menino Jesus cresceu, recebeu a educação familiar, tornou-se adulto e viu chegara hora de começar sua vida pública. Jesus ficou conhecido como o profeta de Nazaré. A causa de sua condenação escrita no alto da cruz dizia exatamente “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”. E os primeiros discípulos foram chamados “nazarenos” (At 24, 5), antes de serem chamados “cristãos”.
O evangelista Mateus, que prima em mostrar como em Jesus se realizaram todas as antigas profecias, diz que Jesus foi morarem Nazaré para cumprir uma predição que dizia: “Ele será chamado Nazareu” (Mt 2, 23).
Os estudiosos pesquisaram as Sagradas Escrituras, para descobrir onde está essa profecia. Mas não foi possível identificá-la. A explicação mais aceita é que São Mateus se serviu de um jogo de palavras, Isaías, profetizando o nascimento do Messias, diz que “brotará um rebento do tronco de Jessé” (Is 11,1). Pois bem, a palavra “rebento” na língua hebraica é “neçer”, que tem visível assonância com a palavra “nazareno”. Mateus, fazendo a ligação dos termos, mostra como em Nazaré cresce esse rebento brotado do tronco de Jessé.
O evangelho de São Lucas, da liturgia da palavra deste domingo, nos mostra um momento glorioso da cidade de Nazaré. É uma proclamação de Jesus aí pronunciada que lança uma grande luz sobre a vida do Messias. Jesus tinha sido batizado no Jordão, fizera seu jejum de quarenta dias no deserto e voltara à Galiléia. Pregava nas sinagogas, curava muitos enfermos e sua fama se propagava por toda parte. E foi também a Nazaré e entrou na sinagoga em dia de sábado, onde a comunidade, como de costume, estava reunida para ouvir a leitura da Lei e dos Profetas e para cantar salmos.
O presidente da reunião convidou Jesus a ler. Deram-Ihe o livro do profeta Isaías e Ele, desenrolando o pergaminho, deu com o texto que dizia: “O Espírito do Senhor pousou sobre mim, porque Ele me ungiu e me mandou anunciar a Boa-nova aos pobres, pregar aos cativos a libertação, aos cegos a recuperação da vista, e libertar os oprimidos e anunciar um ano de graça do Senhor” (Lc 4, 18-19). Todos o ouviam atentamente. Terminada a leitura, Ele enrolou o livro, entregou-o ao servente, sentou-se e começou a falar:”Hoje se cumpriu aos vossos ouvidos esta palavra da escritura” (Ib., 21).
Essas palavras, em si, poderiam servir para indicar a missão de algum outro grande profeta. Mas, como nos diz aqui solenemente Jesus, elas se referem a Ele de maneira especial. É Ele que vem anunciar a plenitude da bênção de Deus para a humanidade, como se se instalasse um permanente “ano jubilar” para todo o povo à semelhança do ano jubilar que se proclamava de cinqüenta em cinqüenta anos para o povo de Israel. Ele vem anunciar o Evangelho aos pobres, os preferidos do Reino de Deus (cfr. {“Sermão da Montanha”}.
Ele vem dar a vista aos cegos, não só curando-os miraculosamente como sinal de seu poder, mas iluminando as consciências para conhecerem a luz de fé e os preceitos da Lei de Deus. Ele vem livrar os cativos de todas as escravidões materiais e espirituais que oprimem a humanidade. Ele vem implantar no mundo a alegria da liberdade dos filhos de Deus (cfr. G14, 31). Aquele “hoje” pronunciado por Jesus naquele sábado em Nazaré vale para todo o sempre. Porque “Cristo é de ontem, de hoje e de sempre” (Hb 13, 8). Basta que, à semelhança dos nazarenos, estejamos em toda a vida atentos às palavras de Jesus e às inspirações da sua graça.
LEITURAS do III Domingo do Tempo Comum – Ano C:
1ª) Ne 8, 2-4a.5-6.8.10 23) –
2ª) 1Cor 12, 12-30 –
3ª) Lc 1, 1-4; 4, 14-21