O Reino de Deus é semelhante ao grão de mostarda –

A Bíblia Explicada em Capítulos e Versículos

O Amanhecer do Evangelho

Reflexões e ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

O Reino de Deus é semelhante ao grão de mostarda

Terça-feira da 30ª Semana do Tempo Comum

1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho  (Lucas 13, 18-21)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas – Naquele tempo, 18Jesus dizia ainda: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? 19É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou na sua horta, e que cresceu até se fazer uma grande planta e as aves do céu vieram fazer ninhos nos seus ramos. 20Disse ainda: A que direi que é semelhante o Reino de Deus? 21É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha e toda a massa ficou levedada. – Palavra da salvação. 3) Reflexão

Depois de se ter manifestado como senhor do tempo, ao curar a mulher curvada em dia de sábado, Jesus manifesta-se como o «hoje» da salvação que se realiza no amor. O reino de Deus está no meio de nós. As duas parábolas do texto evangélico que escutamos hoje revelam-nos duas características desse reino: a sua grande expansão e a sua força transformadora.Entre as várias narrativas parabólicas que Lucas coloca ao narrar a caminhada de Jesus para Jerusalém, apenas estas duas se referem ao reino de Deus. Esse reino tem uma grande expansão no mundo, graças à pregação dos discípulos. Os modestos começos do ministério de Jesus têm um grande desenvolvimento: a sua palavra que ecoa no mundo inteiro e da qual todos recebem vida, é comparável à árvore cósmica de Daniel (4, 7ª-9), cuja imagem é evocada no crescimento do arbusto de mostarda (vv. 18s.).Outra característica do reino de Deus é a sua força intrínseca, que realiza um crescimento qualitativo no mundo. Como um pouco de fermento escondido na massa inerte de farinha provoca o seu crescimento, assim o reino de Deus, pela evangelização animada pelo poder do Espírito Santo, transforma todo o mundo, sem qualquer discriminação.As parábolas sobre o Reino animam-nos à confiança e à paciência. À confiança, porque o Senhor nos revela que o reino de Deus cresce em nós. É semelhante a uma pequena semente, mas tem uma grande força, semelhante à de um pouco de fermento que faz levedar três medidas de farinha. O fermento não se vê, mas atua em segredo, tal como a semente está escondida na terra, mas está viva e pode dar origem a uma grande árvore.O Reino tem, pois, uma grande força dinâmica. Ora, esta força está em nós, porque Deus está em nós, atua em nós para transformar a nossa vida. Por enquanto não vemos o que faz: está escondido, é segredo, mas certamente faz grandes coisas.A única condição é misturar o fermento em todas as medidas de farinha, como faz a mulher ao amassar. Fora de comparações: devemos guardar em nós este fermento e misturá-lo na nossa vida na oração, na reflexão, na decisão firme; devemos amassar sempre em nós o bom trigo do Evangelho com a nossa vida, não separar a nossa vida da palavra do Senhor, confrontar-nos em todas as situações com as propostas de Jesus, com a sua presença em nós.O fermento é, também, o pão eucarístico que cada dia nos é oferecido. Recebendo o Corpo real de Cristo, podemos deixar-nos transformar em cada vez mais, e mais profundamente, no Corpo Místico de Cristo.Acolhendo em nós o Palavra e o Pão, podemos caminhar com confiança e paciência rumo à santidade e pôr-nos ao serviço do Senhor, «contribuir para instaurar o reino da justiça e da caridade cristã no mundo» (Cst. 32), para que, «a comunidade humana, santificada pelo Espírito Santo, se torne uma oblação agradável a Deus (cf. Rom 15,16)» (Cst. 31). Assim seremos fermento, luz, sal, testemunhas da «presença de Cristo» entre os homens e do «Reino de Deus que vem» (Cst. 50) ou, «com a graça de Deus, pela nossa vida religiosa, dar um testemunho profético, empenhando-nos sem reserva, no advento da nova humanidade em Jesus Cristo» (Cst n. 39).4) Para um confronto pessoal

1) Qual meu novo olhar a partir da Palavra meditada e rezada?

2)Vou contemplar o mundo com os olhos da fé e descobrir bem próximo de mim o Reino que se faz presente. Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.5) Oração final

Exaltai o Senhor nosso Deus, prostrai-vos ante seu santo monte, porque santo é o Senhor, nosso Deus. (Sl 99, 9)

A MÍSTICA DE UMA CAPELA FAMOSA

Inúmeros os devotos de Nossa Senhora das Graças que, estando em Paris, se dirigem à Rue du Bac, 140. Lá uma belíssima e ampla Capela da Medalha Milagrosa encanta a quantos penetram naquele recinto sagrado. Logo o discípulo de Jesus se vê envolto num clima de profunda espiritualidade. Atrás do altar do Santíssimo Sacramento uma enorme e pulcra imagem da Senhora das Graças. Do lado direito um altar de São Vicente de Paulo com relicário no qual foi depositado seu coração. Em seguida uma urna com o corpo intacto da vidente Santa Catarina Labouré e também a cadeira na qual se assentou a Mãe de Cristo numa das aparições a esta sua serva. Há, também, uma estátua de Nossa Senhora com o globo nas mãos. No lado esquerdo uma imagem de São José e, em seguida, urna com o corpo de Santa Luísa de Marillac, co-fundadora das Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo. Impressiona a suavidade do azul das paredes e, na parte superior, nesta cor a representação de Santa Labouré, ajoelhada aos pés de Nossa Senhora que se acha assentada. A partir das oito horas da manhã, todos os dias, a Capela fica repleta de católicos não só da França, como de inúmeros outros países. As Missas concelebradas por vários sacerdotes revezam-se até 11 horas, sendo reservado o horário até 10 horas e 30 para os padres que conduzem peregrinos de outras nações. Qualquer sacerdote  pode concelebrar estas Missas, pois as Religiosas atendem com rara fidalguia e possuem inúmeros paramentos para estas ocasiões. No domingo, até as quatro galerias, sobrepostas duas de cada lado,  ficam tomadas pelos devotos. É um espetáculo de fé e piedade no qual mais parece se degustar de uma porção da felicidade do céu. Catarina Labouré nasceu a 2 de maio de 1806 perto de Dijon. Perdeu a mãe aos 9 de outubro de 1815. Andava três quilômetros  todos os dias para participar da Missa no vilarejo mais próximo. Era de família humilde e cuidava dos afazeres domésticos. Aos 22 anos veio para Paris para ajudar seu irmão no restaurante que este possuía na capital francesa.. Dia 21 de abril de 1830 à Rue du Bac  ela entrou para a Congregação das Irmãs de Caridade. Tão grande era sua devoção a Maria que esta lhe apareceu diversas vezes. Dia 27 de outubro de 1830, às 5 horas e 30 ela viu Nossa Senhora de pé, segurando nas mãos um globo. Maria falou então à feliz vidente: “Este globo representa a França,  o  mundo inteiro e cada pessoa em particular”. De repente o globo desapareceu e suas mãos se estenderam delicadamente derramando brilhantes raios de luz. Formou assim um quadro oval, rodeado pelas palavras: “Ó Maria concebida sem pecado rogai por nós que recorremos a Vós”.  Virou-se então o quadro, aparecendo, no reverso, um “M” encimado por uma cruz e, em baixo, os corações de Jesus e de Maria. Nossa Senhora então pediu a Catarina Labouré: “Faça cunhar uma medalha, conforme este modelo”. Promete em seguida: “As pessoas que trouxerem com fé e confiança esta medalha , receberão graças especiais”. Estas foram  tão numerosas e extraordinárias que o povo, espontaneamente, passou a chamá-la  Medalha Milagrosa. Eis aí a origem deste sinal da presença de Maria no mundo de hoje para protegê-lo e levá-lo para Cristo. Catarina Labouré viveu 46 anos em Reilly trabalhando na cozinha, na lavanderia e outros serviços da Comunidade das Filhas da Caridade. Faleceu dia 31 de dezembro de 1876 e foi canonizada dia 27 de julho de 1947. O papa João Paulo II também esteve nesta Capela em Paris numa de suas muitas manifestações marianas. A Medalha Milagrosa é símbolo da proteção da Mãe de Jesus e trazida como uma homenagem à Rainha poderosa, afastado qualquer laivo de superstição, é fanal de bênçãos e graças.. A Maria a Igreja aplica o dito das Escrituras: “Quem age por mim jamais pecará” ( Ec 24,30) . Ela é, de fato, escudo e arrimo, Mãe da Misericórdia, Consoladora dos aflitos, Saúde dos enfermos, Porta do Céu!