O AMANHECER DO EVANGELHO

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE

PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

FESTA DE CRISTO REI -ANO B

Quando o Cardeal Aquiles Ratti, Arcebispo de Milão, foi eleito Papa no dia 06 de fevereiro de 1922 e tomou o nome de Pio XI, seu primeiro gesto foi uma surpresa para o povo italiano e para o mundo. Apresentou-se no balcão da Basílica de São Pedro e abençoou o povo reunido na Praça, fato que não acontecia desde 1870, quando Roma fora ocupada pelas forças italianas e declarada Capital da Itália, e se criara a famosa Questão Romana, ficando o Papa como prisioneiro dentro do Vaticano. É que Pio XI iria resolver a velha questão: assinaria com o governo italiano o Tratado de Latrão e se criaria a Cidade e Estado do Vaticano. O que aconteceria em 11 de fevereiro de 1929.  Esse foi o fato mais importante do pontificado de Pio XI, que foi, sem dúvida, um grande Papa: o Papa das missões e da Ação Católica, o Papa da cultura e das universidades católicas, das bibliotecas e da Arte Sacra. Seu pontificado encheu a Igreja de entusiasmo. Pensaram em dar-lhe o título de Pio Magno.Seu grande sonho era ver o mundo inteiro conquistado para Cristo e para o Evangelho. Tinha como lema ” A paz de Cristo no Reino de Cristo”. E instituiu a festa de Cristo – Rei, cujos textos cantam jubilosamente a expansão do Reino de Cristo no mundo. Entre outros, este texto do Apocalipse: ” Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogênito dos mortos, o Príncipe dos Reis da terra” (Ap 1, 5).Evidentemente não se trata de um reino feito de grandezas terrenas. “Meu reino não é deste mundo”, disse Jesus diante de Pilatos (Jo 18, 36).É o reino da verdade, da justiça, da fraternidade, da Paz. Não é um reino deste mundo, mas vive e se desenvolve dentro deste mundo.E seu empenho é impregnar com a seiva do Evangelho todas as realidades terrenas: a cultura, o trabalho, a família, a política, as relações internacionais. Tenho para mim – e muita gente pensa assim comigo – que o Concílio Vaticano II foi um dos maiores passos dados na História nesse sentido.

O conjunto  de seus documentos, iluminados pela luz do céu e voltados com sincero interesse para as realidades do mundo, cria um clima de serena confiança para a expansão do reinado de Cristo. Pode-se falar de duas épocas da História: a de antes do Vaticano II e a de depois do Vaticano II.A paz de Cristo não conseguiu ainda estabelecer a paz em toda a realidade humana, mas seus princípios vão sendo apregoados cada vez com mais clareza, e significam um sinal de esperança para todas as nações. A pregação da Igreja – que hoje acolhe com simpatia os novos recursos dos meios de comunicação – tem força e claridade bastante para orientar para o bem os rumos da civilização, aplaudindo o que é bom, retificando o que estiver errado, perdoando misericordiosamente as fraquezas, mas jamais compactuando com o mal.E é forçoso reconhecer que a ação da Igreja está vivendo uma época particularmente rica de sua caminhada, graças – por que não dizê-lo? – à presença desse homem carismático que foi o Papa João Paulo II.Ainda não se apagaram na memória da Igreja e do mundo os ecos de suas vibrantes palavras na homilia da missa inaugural de seu pontificado, celebrada na Praça de São Pedro na radiosa manhã de 22 de outubro de 1978: “Não tenhais medo de acolher a Cristo e de aceitar o seu poder!Ajudai o Papa e todos aqueles que querem servir a Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e a humanidade inteira! Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, ou melhor, escancarar as portas a Cristo! Ao seu poder salvador abrir os confins dos estados, os sistemas econômicos assim como os políticos, os vastos campos da cultura, da civilização e do progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem “o que é que está dentro do homem”. Somente Ele o sabe!”.E é inegável que o Papa, com sua palavra, com seus gestos, com o fascínio de sua presença, vai escancarando todas as portas – dos corações e das fronteiras das nações -ao suave Reino de Cristo.Ninguém honestamente pode desconhecer que foi sua palavra e sua presença que levaram a se abrir as fronteiras dos países do Leste Europeu para a presença livre do Evangelho de Cristo. Vai-se realizando o ideal do Pio XI: A paz de Cristo no Reino de Cristo.LEITURAS para a Solenidade de Cristo Rei- Ano B:

1ª – Dn 7,13-14.

2ª – Ap 1,5-8.

3ª – Jo 18,33b-37.