EVANGELHO DO DIA E HOMILIA
O AMANHECER DO EVANGELHO
REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM
IV DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C

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DE NOVO EM NAZARÉ

Lembrávamos outro dia que Nazaré era uma cidade que não gozava de muito boa fama. E isso se confirmou na atitude de seus habitantes para com o próprio Jesus. Há nos arredores da cidade um monte muito alto que tem o nome de Monte da Precipitação. E é porque, segundo a lenda, teria sido dali que os conterrâneos de Jesus teriam querido precipitá-lo montanha abaixo. Parece incrível! Mas foi isso mesmo que aconteceu.

São Lucas no capítulo IV do seu evangelho narra dois momentos do encontro de Jesus com a comunidade reunida na sinagoga (Teriam acontecido em dias diferentes?). Num primeiro momento, mostraram-se entusiasmados com Ele, “e admiravam-se com as palavras cheias de sabedoria que saíam de sua boca” (Lc 4, 22). Mas, num segundo momento, a situação se inverteu completamente, como conta São Lucas muito limpidamente.

Jesus – certamente descobrindo a má vontade que já havia no coração de alguns – dirigiu – se a eles com serena franqueza: “Certamente vocês estarão querendo citar-me o provérbio: ‘médico, cura-te a ti mesmo’. Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum, faze-o também aqui em tua pátria”. E acrescentou logo em seguida: “em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria” (v v 23 e 24). É parecido com aquilo que diz nosso provérbio popular: “Santo de casa não faz milagre”.

E Jesus não parou por aí. Citou dois exemplos da história de Israel, que confirmavam vivamente essa regra. No tempo da grande fome de três anos e meio, quando o céu permaneceu fechado, e nenhuma gota d’água caía sobre a terra, Deus suscitou o profeta Elias. Havia muitas viúvas sofrendo fome em Israel, mas o profeta não foi enviado a nenhuma delas, a não ser a uma viúva de Serepta da região da Sidônia.

Para ela o profeta conseguiu de Deus o milagre de multiplicar-lhe o azeite e a farinha, até terminar a seca. Igualmente, nos tempos do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Mas Eliseu não curou a nenhum deles, e sim ao general Naamã, do exército do rei da Síria. O profeta mandou que ele se lavasse sete vezes nas águas do rio Jordão e ele ficou completamente curado.
Foi ai que se irritaram furiosamente. Arrastaram a Jesus para fora da sinagoga e para fora da cidade, e queriam precipitá-lo do alto da colina em que estava a cidade. Mas Jesus desapareceu do meio deles e seguiu seu caminho. Sua hora estava reservada para bem mais adiante e em circunstâncias muito diversas.

O caminho de Jesus é um caminho de luz para iluminar nossos caminhos. Até do meio das sombras em que seus inimigos tentam envolvê-lo, brotam rios de luz para nós. Como acontece com esse episódio dos nazaretanos. Temos muito que aprender. O procedimento deles é uma advertência para nós. Não podemos ser desse espírito. Mesquinho, ciumento, malévolo.

Vê-se que não gostaram de ver, nos exemplos trazidos por Jesus, os profetas dando preferência a pessoas que não gostaram de ver, nos exemplos trazidos por Jesus, os profetas dando preferência a pessoas que não eram do mundo judeu. Queriam uma espécie de monopólio de Deus e dos profetas em favor de seu povo. Estavam longe do universalismo do qual já havia indícios entre os profetas e que iria brilhar na pregação de Jesus, e como que explodir nos ensinamentos de São Paulo.

E tinham o coração cheio de despeito. Não podiam ver um conterrâneo deles, de origem simples e humilde, sobressair pela sabedoria e pelo prestigio que se ia formando em seu derredor.

No fundo era inveja mal disfarçada. Faltava-lhes aquela nobreza de espírito que leva a gente a se alegrar por ver alguém levando o archote que ilumina o caminho da caravana.

Não é preciso que seja eu a levar esse archote. O importante é que alguém o leve. E que todos sejam iluminados. Sua má vontade os impedia de pelo menos vislumbrar que Jesus era a luz do mundo. E que dele se irradiaria a luz para guiar toda a humanidade. E que por Ele Nazaré seria gloriosa.

LEITURA DO IV DOMINGO COMUM – ANO C:
1ª) Jr 1,4-5. 17-19
2ª) 1Cor 12, 31-13,13
3ª) Lc 4, 21-30