Domingo da Ressurreição do Senhor -ANO C

A Bíblia explicada em capítulos e versículos

O Amanhecer do Evangelho

Reflexões e ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

Páscoa da Ressurreição -ANO C

A GRANDE FESTA

Surgiu de novo o Sol da Páscoa. Como resplandecente luzeiro no coração do Ano Litúrgico, a grande festa ilumina nosso espírito e nossa alegria. Ouvimos de novo os anjos da Ressurreição perguntando às mulheres na entrada do túmulo: “Porque buscais entre os mortos aquele que está vivo? Não está mais aqui. Ressuscitou” (Lc 24, 5-6). Ouvimos São Pedro, interpretando à luz da Ressurreição o Salmo 117: ” A pedra que os construtores rejeitaram, tornou-se a pedra angular” (1 Pe 2,7). E ouvimos São Paulo, exclamando em arroubos de alegria, saudando a nova Páscoa, onde o cordeiro imolado é o próprio Cristo: “Cristo, nossa páscoa foi imolado.

Celebremos, portanto, a festa, não no velho fermento, nem com fermento de malícia e perversidade, mas com pães ázimos: na pureza e na verdade” (1Cor 5, 7-8). É a oportuna referência aos pães ázimos, que na antiga festa da Páscoa substituíam o pão fermentado. E ouvimos ainda São Paulo, ensinando-nos esta grande verdade: pelo batismo já ressuscitamos com Cristo. No batismo há uma imitação mística da morte de Cristo. Como Ele mergulhou na escuridão do sepulcro, o catecúmeno é mergulhado nas águas do batismo. E, como Cristo renasceu para uma nova vida, o batizado nasce para uma vida nova: uma verdadeira ressurreição! Donde a conseqüência: “Se ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensai nas coisas do alto, e não nas da terra, pois morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus: quando Cristo, que é a vossa vida, se manifestar, então vós também sereis manifestados com Ele em glória” (CI3, 1-4).

Por tudo isso se sente como a páscoa não é apenas o centro de nossas comemorações litúrgicas, mas é o centro de nossa própria vida cristã. O cristão é alguém que vive a vida de Cristo ressuscitado. Não pode, portanto, rastejar na mediocridade de uma vida puramente terrena, feita de prazeres superficiais e de ambições mesquinhas, feita de adoração a ídolos de barro, que se chamam prazer, dinheiro, poder.

Se houvesse em cada cristão a consciência viva de que ele é um ressuscitado, o nível da vida do mundo seria muito mais alto. Não dominaria, como lamentavelmente domina agora, a baixeza do pecado e das paixões.

Haveria fraternidade em vez de egoísmo. Haveria lares construídos na dignidade do amor e do trabalho, em vez do amor livre que está aí arrastando a comunidade para a podridão. Nos negócios haveria o equilíbrio do lucro justo, em vez da ganância e da cupidez do dinheiro, que enriquece os que já têm muito e empobrece os que não têm quase nada.

Haveria o socorro para todos os que estivessem precisando. E o número destes seria muito menor, porque haveria uma distribuição das riquezas muito mais dentro da justiça e da equidade, a fim de que a ninguém faltassem aqueles recursos básicos que permitem uma vida digna do homem, filho de Deus: casa, alimento, saúde, roupa, educação, trabalho digno e salário justo: Sinto-me tentado a dizer que se estabeleceria no mundo um clima pascal.

Porque, onde quer que estiver alguém providenciando casa para quem não tem casa, e alimento para quem não tem o que comer, e agasalho para quem dele precisar, onde houver mestres ensinando a criança e a juventude, onde houver engenheiros e operários de mãos dadas, construindo o progresso e a grandeza do homem, a quem Deus entregou o domínio da terra, onde se desenvolver a cultura e florescerem as artes que enobrecem o homem, onde todos os homens forem livres para crescer, para trabalhar e para rezar, aí de algum modo estará acontecendo a ressurreição.

Temos que implantar no mundo um programa de vida, e jamais um programa de morte. Para tudo isso nenhuma inspiração mais alta do que aquela que brilhou em Jerusalém na madrugada do terceiro dia. “Este é o dia que o Senhor fez, dia de júbilo e de alegria” (Lit.. da Páscoa).

 LEITURAS do Domingo da Páscoa – Ano C:

1a) At 10, 34a. 37-43

2a) Cl 3,1-4

3a) Jo 20, 1-9

O Mistério da Páscoa – Domingo da Ressurreição – O Maior dia do Cristianismo Padre Lucas

A Bíblia explicada em capítulos e versículos

O Amanhecer do Evangelho

Reflexões e ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

Páscoa da Ressurreição -ANO C

“Porque procurais entre os mortos aquele que está vivo? Hoje é o maior dia da nossa religião. É o maior dia da nossa história. É o maior dia do cristianismo: Dia da ressurreição de Jesus Cristo. • O dia da sua vitória. • O dia da sua alegria. • O dia da sua páscoa. • O dia da nossa esperança.
O mistério da páscoa é o mistério da máxima humilhação de Jesus Cristo e durante a Semana Santa nós pudemos sentir a humilhação do Senhor como nos disse Isaías: “Ele nem tinha imagem de gente”.
Era como se fosse um verme. Com a cruz às costas, ele percorreu os caminhos da nossa vida, os nossos pecados cheios das nossas ingratidões, de nossas culpas.
Durante os dias da Paixão nós pudemos meditar com mais profundidade o amor infinito de nosso Deus para conosco. Percebemos, mais claramente, que temos o valor infinito porque fomos salvos, remidos pelo sangue preciosíssimo de Cristo. Ele morreu porque nos amou até a morte e morte de cruz.
Mas, o mistério da Páscoa é o mistério da máxima glorificação de Cristo. E ei-lo hoje ressuscitado. Ei-lo hoje vitorioso. Ei-lo hoje triunfante trazendo nas mãos um estandarte.
O estandarte da vitória, aquele que desceu à cruz e deu a vida por todos nós. É importante que cada um de nós reflita esse mistério: Mistério de morte e de vida, e essas duas coisas se juntam para fazer o mistério da vida cristã. E cada um de nós sofre, contempla e vive esse mistério: Mistério de luz e de trevas, de morte e de vida, de graça e de pecado.
c) PARA SE ENTENDER A PÁSCOA CRISTÃ Para se entender um pouco a Páscoa Cristã é preciso se lembrar da Páscoa dos judeus, porque é uma história.
A Páscoa dos judeus se resumiu em três fatos: Primeiro, o fato da libertação quando Moisés no meio do povo saído do Egito diz: “Vamos meu povo, nós estamos libertados. Vamos embora, vamos sair da escravidão.” E aponta, por assim dizer, o caminho, o caminho do deserto, o caminho da terra prometida.
E o segundo fato foi o que aconteceu no Mar Vermelho quando o mar se abriu em duas partes e os judeus passaram a pés enxutos com a proteção de Deus.
O terceiro fato é o que aconteceu quatro meses depois, quando chegaram ao Monte Sinai e se fizeram aliança do povo com Deus. E Deus disse: “Eu serei o teu Deus e tu serás o meu povo.” E na Páscoa dos judeus, Moisés mandou que eles comessem o cordeiro pascal e cingidos como quem ia viajar, eles comeram e partiram.
E a gente poderia perguntar : E a nossa Páscoa? A Páscoa Cristã tem também esse sentido de libertação? Na nossa Páscoa, o cordeiro não é mais um cordeiro físico, um cordeiro animal. É o próprio Cristo. O Cristo foi imolado por nós na ara da cruz. Por isso ele nos libertou.
A gente precisaria viver muito, este sentido profundo da páscoa. É um sentido maravilhoso. É um sentido que a gente vê em todas as coisas: na alegria das crianças, na paz de consciência, no sentido de uma liturgia participada, que nos leva cada vez mais a dizer que o senhor ressuscitou. É o sentido de vida, de esperança, de alegria. A Páscoa é que nos dá vida. Veja o sorriso de uma criança. Se a gente soubesse transformar tudo isso, no seu sentido espiritual, de luz, de pureza, no seu sentido de encantamento, essa criança que existe dentro de nós, poderia gritar a alegria da ressurreição, a alegria da páscoa, a alegria de que o Senhor ressuscitou de verdade. E a Páscoa é tão importante que ela é também comemorada a partir do sábado santo. Nesta noite nós acendemos uma luz. É o Círio Pascal. E aqui estamos todos juntos para dizer que Cristo é a nossa luz e desta luz todos nós recebemos. Nesta Semana Santa nós tivemos oportunidade de refletir sobre o sofrimento, a Paixão e morte de Cristo. É o sentido da morte de Cristo e do cristão. Hoje, estamos falando muito do sentido da vida. A pergunta é esta: Houve diferença na sua vida nessa Semana Santa? Ou a Semana Santa foi simplesmente um fato histórico? Houve diferença quando você entrou na Igreja nessa Vigília Pascal quando você procurou o perdão do Senhor? Você está fazendo dessa Vigília Pascal aquele sentido de morrer para o pecado e viver para a vida da graça? Houve diferença nestes dias na sua casa? Você começou a tratar as pessoas com bondade, com paciência, com compreensão? Você perdoou e pediu perdão? Houve diferenças nesses dias da Semana Santa?A pergunta é essa. A resposta não depende de mim. Você vai responder se sentiu, se sofreu o sentido de ter sepultado a si mesmo com o Cristo, as suas dores, os seus pecados, e se está agora vivendo o sentido profundo da alegria do Cristo Ressuscitado. Esse Cristo que é nossa vitória, nossa alegria, nossa esperança. Esse Cristo que vai na nossa frente dizendo que um dia também nós fomos libertados.
Olhando agora o Cristo ressuscitado, queria comparar com a figura que eu disse de Moisés na frente do seu povo, já livres dos 430 anos de escravidão.

A Bíblia explicada em capítulos e versículos

O Amanhecer do Evangelho

Reflexões e ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

Ele Ressuscitou como disse, Aleluia A ressurreição é a maior vitória sobre a morte e Deus é o único com poder suficiente para derrotá-la. E a maior demonstração dessa vitória foi quando Jesus ressuscitou no terceiro dia. Na sua própria força, ninguém é capaz de vencer a morte. Mas aqueles que confiam em Jesus e no poder da Sua ressurreição já derrotaram a morte! Abra todos os dias este site: www.padrelucas.com.br

A Vida venceu a Morte

A Bíblia explicada em capítulos e versículos

O Amanhecer do Evangelho

Reflexões e ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA – O AMANHECER DO EVANGELHO Reflexões de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM I DOMINGO DE PÁSCOA ANO A A VIDA VENCEU A MORTE As páginas do Evangelho que nos narram a Ressurreição de Jesus são animadas por um frêmito de vida, misturado com a sedução do mistério. Seria inútil procurar uma seqüência ordenada de fatos bem concatenados. São antes pequenos quadros multicoloridos, que vão apresentando diante dos olhos da Igreja a grande realidade fundamental de nossa fé: Jesus ressuscitou! Aquele que morrera na cruz e que fora sepultado por Nicodemos, José de Arimatéia e o pequeno grupo dos que tinham ficado fiéis até ao último momento do suplício, não estava mais lá onde o tinham posto. O sepulcro estava vazio. Os lençóis e o sudário estavam lá deixados por terra. Maria Madalena o viu. E o viram logo depois Pedro e João. E dois anjos que ali apareceram perguntaram a Madalena e a quem estava com ela: “Porque procurais entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui. Ressuscitou” (Lc 24,5). A grande palavra, que se vai confirmar pelas aparições que se seguem. Aliás, elas – as aparições – mais do que o sepulcro vazio, são a verdadeira prova da Ressurreição. Jesus apareceu a Madalena, apareceu a Pedro – segundo testemunho de São Paulo na primeira carta aos coríntios ( 1 Cor 15,6), apareceu a dois discípulos no caminho de Emaús, apareceu aos apóstolos reunidos no Cenáculo – primeiro sem a presença de Tomé, e depois com a presença de Tomé, segundo a pormenorizada narração de São João -, apareceu a Tiago, apareceu a mais de quinhentos irmãos dos quais a maioria ainda vivia no tempo em que Paulo escreveu aos coríntios. Aliás, ele diz também de maneira muito particular que Jesus apareceu a ele, Paulo. E foi essa aparição na estrada de Damasco que transformou o curso de sua vida, para fazer dele -o fariseu e perseguidor dos cristãos – o mais eloqüente proclamador do mistério da Ressurreição e de todas as conseqüências que ela trouxe para o mundo. A Igreja celebra com a mais pura alegria a Ressurreição do Senhor. O canto do “aleluia” ressoa repetidamente nas celebrações da Liturgia, e se cria todo um clima de vida nova, de primavera espiritual, de consciência de que uma nova era surgiu para o mundo e para a História. Nós cristãos somos “o povo do Ressuscitado”. Tomamos consciência de que pelo batismo fomos sepultados com Cristo e ressuscitamos com Ele para uma nova vida. E a límpida doutrina de São Paulo, que se proclama repetida- mente nas celebrações do Tempo Pascal: “Nós todos que fomos batizados no Cristo Jesus, foi na sua morte que fomos batizados. Pelo batismo fomos sepultados com Ele na morte – referência ao batismo de imersão, então em vigor -, a fim de que nós também, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, levemos uma vida nova. Pois, se fomos incorporados a Ele pela semelhança de sua morte, sê-Io-emos também à sua Ressurreição”(Rm 6,3- 5). Como conseqüência disso, o cristão é proclamador de uma vida nova. Deve morrer o “velho homem” – o homem do pecado -, e viver o “homem novo”, configurado a Cristo ressuscitado. r E toda a História tem que assumir um compromisso de Ressurreição. Que se afastem as sombras da injustiça e da maldade. E que brilhe a justiça e a santidade. Cristianismo não é só uma celebração de ritos – ainda que muito belos -, nem uma observância exata de cânones e rubricas. É uma vida nova. Para o homem e para o mundo. Vida nova, que começa no batismo, antecipando já aqui na terra a participação da vida eterna. E, se bem refletirmos, a História inteira, na qual aconteceu esse momento culminante da Ressurreição de Jesus, tem que viver em clima de nova vida. Tudo o que é sombra tem que ser iluminado. Tudo o que é programa de morte tem que dar lugar a programas de vida. Tudo o que são espinhos tem que dar lugar às flores. E tudo isso deve acontecer pela presença dos cristãos. Uma presença responsável. De quem não apenas se deixa levar pelo ritmo da História, mas assume o compromisso de conduzir a própria História. Se isso acontecer de verdade, poder-se-á falar de um mundo verdadeiramente cristão, não só decorativamente cristão. O mundo, com o homem, renascerá da água e do Espírito Santo. E a grande lei da história será o amor. Desaparecerá o egoísmo e a inveja, e crescerá o entendimento e a paz. Será a antecipação do céu na terra. E todos cantarão com sinceridade: Aleluia! Leituras do Domingo de Páscoa – Ano A: 1a) At 10,343,37-43 2a) Co13, 1-4 3a) Jo 20,1-9

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