Jo 6,51-59 – SANTISSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO – “CORPUS CHRISTI
O PÃO VIVO DESCIDO DO CÉU

Mc 14,12-16.22-26 – SANTISSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO – “CORPUS CHRISTI
O PÃO VIVO DESCIDO DO CÉU

A Bíblia explicada em capítulos e versículos

O Amanhecer do Evangelho

                                Reflexões, ilustrações e vídeo de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM01. Oração

          Senhor Jesus Cristo, neste admirável sacramento nos deixastes o memorial da vossa paixão. dai-nos venerar com tao grande amor o mistério do vosso Corpo e do vosso Sangue, que possamos colher continuamente os frutos da vossa redenção. vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém02. Evangelho – Mc 14,12-16.22-26

Isto é meu corpo. Isto é meu sangue
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 14,12-16.22-26

12No primeiro dia dos Ázimos, quando se imolava o cordeiro pascal, os discípulos disseram a Jesus: ‘Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?’ 13Jesus enviou então dois dos seus discípulos e lhes disse: ‘Ide à cidade. Um homem carregando um jarro de água virá ao vosso encontro. Segui-o 14e dizei ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre manda dizer: onde está a sala em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?’ 15Então ele vos mostrará, no andar de cima, uma grande sala, arrumada com almofadas. Ali fareis os preparativos para nós!’16Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus havia dito, e prepararam a Páscoa. 22Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o e entregou-lhes, dizendo: ‘Tomai, isto é o meu corpo’. 23Em seguida, tomou o cálice, deu graças, entregou-lhes e todos beberam dele. 24Jesus lhes disse: ‘Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos. 25Em verdade vos digo, não beberei mais do fruto da videira, até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus’. 26Depois de terem cantado o hino, foram para o monte das Oliveiras. Palavra da Salvação.03. Momento de Reflexão – A Bíblia explicada em capítulos e versículos – Marcos 14,12-16.22-26 – SANTISSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO – “CORPUS CHRISTI – O PÃO VIVO DESCIDO DO CÉU

          A festa do Santíssimo Sacramento, nascida no século XIII, é um festivo desdobramento da celebração desse mistério na Quinta- feira Santa. Nesse dia, a Igreja, como que recolhida na lembrança da Paixão e Morte do Senhor, não se pôde expandir em gloriosos hinos de júbilo. É o que ela faz agora, na primorosa liturgia desta festa, tradicionalmente conhecida como “Corpus Christi”.          E é na verdade o que merece o mistério da Eucaristia, fonte e ápice da vida cristã, centro e
cume de toda a vida da comunidade da Igreja, como foi proclamado de mil maneiras pela
constituição “Sacrosanctum Concilium” do Vaticano II.

          De algum modo a revelação da Eucaristia tem sua aurora no Êxodo, quando Deus mandou
do céu o maná para saciar a fome do povo hebreu no “deserto. Os hebreus se lembraram
sempre desse prodígio e não se cansavam de louvar a Deus que os alimentara com esse “pão
do céu”. É o que aparece em mil lugares da Bíblia, como, por exemplo, nesta passagem, bem
marcada por ampliação poética, do livro da Sabedoria: “Nutriste teu povo com alimento dos
anjos, e do céu lhe deste, sem nenhum trabalho, um pão já pronto, capaz de proporcionar
todas as delícias e satisfazer a todo gosto” (Sb 16, 20). Aliás é este o texto em que se inspirou
a Igreja para formular o louvor de Deus na bênção do Santíssimo Sacramento.

          Um dia, em Cafarnaum, depois do milagre da multiplicação dos pães, os judeus
pediam a Jesus que realizasse um sinal do céu que mostrasse sua autoridade. E se referiam –
como que provocativamente – ao milagre do maná que Deus dera a seus pais no deserto. O
desafio levou Jesus a pronunciar um precioso discurso, no qual estão as grandes palavras
que abrem a revelação do mistério da Eucaristia. Primeiro Ihes disse:
“Em verdade, em verdade, vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu, mas meu Pai
é quem vos dá o verdadeiro pão do céu; porque o pão de Deus é o pão que desce do céu e dá
vida ao mundo”. E, como os judeus pediam que Ihes desse pão, Ele acrescentou: “Eu sou o
pão da vida. Quem vem a mim, nunca mais terá fome, e quem crê em mim, nunca mais terá
sede” (Jo 6, 32-35). E um pouco mais adiante: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem
come deste pão viverá eternamente. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do
mundo” (Ibid., v 51 ).

          Tais palavras suscitaram vivíssima controvérsia, que levou até muitos discípulos, a se
afastarem de Jesus, como se Ele estives- se dizendo coisas absurdas, anunciando – pensavam
eles talvez – algum macabro ritual de antropofagia. Jesus porém, reafirmou com toda a
clareza: “Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes seu sangue, não tereis
a vida em vós” (v 52). E acrescentou outras palavras semelhantes, pelas quais ficou afirmado
que, de algum modo misterioso, Jesus ofereceria seu corpo e seu sangue em alimento.

          Jesus não ia dar seu corpo e seu sangue na realidade físico- química. Ia dá-Ios sob os sinais
do pão e do vinho, na realidade do corpo espiritualizado, a que podemos chamar de
realidade transfísica. Foi o que Ele fez na Última Ceia, na véspera de sua Paixão, quando
instituiu o sacramento da Eucaristia. Tomou o pão, abençoou-o e o partiu e o deu a seus
discípulos, dizendo: “Tomai e comei, isto é o meu corpo. ‘Fazei isto em memória de mim”. Da
mesma forma, tomou o vinho e, dando graças, o distribuiu, dizendo: “Tomai e bebei, este é o
meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado em favor de vós. Toda vez que dele
beberdes, fazei-o em memória de mim” (cfr. Mt, 26, 26ss; e lugares paralelos dos outros
sinópticos; como também 1 Cor 10, 23-27).

          E a Igreja, desde seus primeiros dias, celebra sempre esse mistério, com o nome de “fração
do pão”, mais tarde “missa” e “eucaristia”. São Paulo um dia pergunta: “O cálice de bênção
que abençoamos não é a comunhão com o sangue de Cristo? 0 pão que partimos não é a
comunhão com o corpo de Cristo ?” ( 1 Cor 10, 16).

          A celebração de Corpus Christi é a perene glorificação de tudo isso. Para nutrir nossa fé e
suscitar nossa gratidão pelo inefável dom de Deus. “Quão solene a festa, o dia -Que da santa
Eucaristia – nos recorda a instituição” ( Lit. ).

4. Para um Confronto Pessoal

  1. O que o texto diz para nós, hoje?
  2. Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?

5. Oração Final

Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele, diz o Senhor. Jo 6,57

SANTISSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO – “CORPUS CHRISTI

  1. Dt 8,2-3 – 1Cor 10,16-17 – Jo 6,51-59

 

Lc 9,11b-17 – SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO “CORPUS CHRISTI” –

A Bíblia explicada em capítulos e versículos

O Amanhecer do Evangelho

Reflexões, ilustrações e vídeo de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

 SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO “CORPUS CHRISTI”

TANTUM ERGO SACRAMENTUM…

Numa das leituras do antigo oficio das matinas da festa do Corpo de Deus, Santo Tomás de Aquino incluíra esta bela palavra do livro do Deuteronômio: “Não há nenhum povo que tenha seus deuses tão perto de si como temos perto de nós o nosso Deus” (Dt 4,7). Pois esse privilégio de que justamente se gloriavam os israelitas, a Igreja de Cristo o tem de um modo imensamente mais profundo. E de modo singular isso se verifica no mistério da Eucaristia, onde está presente, sob os sinais do pão e do vinho, nosso Deus e Senhor Jesus Cristo, centro e ápice de toda a História da Salvação. Nele os cristãos participam dos bens trazidos ao mundo pelo Mistério Pascal e renovam sua aliança com Deus – e Eucaristia é o sacrifício da Nova Aliança- prefigurando e antecipando na fé e na esperança o banquete do Reino do Céu.Tudo isso celebramos na festa de Corpus Christi. Nessa festa lembramos com a Igreja a bela imagem do livro dos Provérbios: “A Sabedoria edificou sua casa, ergueu sete colunas, preparou o banquete, misturou o vinho e pôs a mesa e mandou fazer convites por toda a cidade” (Pr 9, 1-3). Cristo é a Sabedoria encarnada, que prepara para nós a mesa da Eucaristia. Mas nessa mesa Ele é ao mesmo tempo o anfitrião e a refeição. O “Pão vivo descido do céu” (Jo 6, 51 ), de maneira misteriosa, se faz o alimento dos filhos de Deus: “Eis o pão que os anjos comem – transformado em Pão do homem”, como canta a Igreja com palavras do mesmo Tomás de Aquino, na “seqüência” da missa de Corpus Christi. Ele que dissera “minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida” (Ibid. , v 55), descobriu na sua infinita sabedoria e no seu imenso amor, o modo de nos fazer participar desse alimento. Não numa grosseira forma antropofágica, como pensaram tresloucadamente os judeus na sua má vontade de escutá-lo, mas nesse misterioso modo de uma refeição sacramental: “Pão e vinho, eis o que vemos – mas ao Cristo é que nós temos – em tão ínfimos sinais” (Seqüência). Como disse magistralmente São Paulo, “o cálice da bênção que nós abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão com o corpo do Senhor?” (1Cor 10,16).Participando da mesa da Eucaristia, nós somos aqueles filhos que, “como rebentos de oliveira ao redor da mesa paterna”, anunciam a harmonia da família (SI 127). Pois aqueles que se reúnem na comunhão da mesa de Cristo, não podem deixar de viver unidos na comunhão com seus irmãos. E a Eucaristia nos dá força para isso. Pela nossa participação na missa em primeiro lugar; e também pelas manifestações de fé e de amor com que nos aproximamos da presença permanente do Senhor no sacramento. Por essa presença prolongada para além do momento da celebração da missa, Cristo está sempre conosco. Realiza de um modo original seu nome de “Emanuel – Deus-Conosco”. Enche de santidade o recinto de nossas igrejas. E ainda abençoa a cidade dos homens, passeando pelas nossas ruas nas procissões eucarísticas, tão do gosto da piedade popular, toda feita de carinho e simplicidade.A esse Cristo eucarístico Belo Horizonte honrou num turbilhão de alegria e de fé, quando, em 1936, aqui se celebrou o II Congresso Eucarístico Nacional. Estas montanhas de Minas se transformaram num imenso altar. Como se fosse um Sinai da manifestação de Deus, um Tabor da glorificação de Jesus, um Calvário de sua morte redentora, já transfigurada pela Ressurreição, que a missa revive no mistério da liturgia. Ao pé desse altar veio louvar a Deus todo o Brasil, representado pelos milhares de peregrinos da Eucaristia, que aqui aportaram e conosco rezaram, cantaram e cresceram na fé.Nesse dia, como nunca, as ruas de Belo Horizonte se tornaram caminho de Deus, pela passagem de Cristo presente na hóstia sagrada, realizando o que tão magnificamente cantou o monge-poeta Dom Marcos Barbosa: !’À direita de Deus sentado em glória – passeia pela terra feito pão; – vai esmagando as rosas em tapetes – revestido de incenso e de hosanas” (Poemas do Reino de Deus).“A tão grande sacramento – vamos adorar”.LEITURAS para a Solenidade de Corpus Christi –

1a) Gn 14, 18-20

2a) 1 Cor 11, 23-26

3a) Lc 9,11b-17