EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CMONDE NÃO HÁ FÉ, JESUS NÃO PODE FAZER MILAGRE! MARCOS 6,1-6

 1) Oração

Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todos os homens com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (Marcos 6, 1-6)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos – Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, sua terra, seguido de seus discípulos. Quando chegou o dia de sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos o ouviam e, tomados de admiração, diziam: Donde lhe vem isso? Que sabedoria é essa que lhe foi dada, e como se operam por suas mãos tão grandes milagres? Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs? E ficaram perplexos a seu respeito. Mas Jesus disse-lhes: Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e na sua própria casa. Não pôde fazer ali milagre algum. Curou apenas alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. Admirava-se ele da desconfiança deles. E ensinando, percorria as aldeias circunvizinhas.

– Palavra da salvação.SITUANDO

Marcos apresenta o crescimento do conflito vivido por Jesus e o mistério de Deus que envolvia sua pessoa. Agora, chegando ao fim, a narração entra numa curva. Começa a aparecer uma nova paisagem. O texto que meditaremos nessa e na próxima semana tem duas partes distintas, como os dois pratos da balança. A primeira descreve como o povo de Nazaré se fecha frente a Jesus (Mc 6,1-6) e a segunda descreve como Jesus se abre para o povo da Galiléia enviando os discípulos em missão (Mc 6,7-13). No tempo em que Marcos escreveu o seu evangelho, as comunidades cristãs viviam uma situação difícil, sem horizonte. Humanamente falando, não havia futuro para elas. A descrição do conflito que Jesus viveu em Nazaré é do envio dos discípulos, que alargava a missão, despertava nelas a criatividade. Pois para quem crê em Jesus não pode haver uma situação sem horizonte. COMENTANDO

Marcos 6,1-3: Reação do Povo de Nazaré frente a Jesus.                                                               

É sempre bom voltar para a terra da gente. Após longa ausência, Jesus também voltou e, como de costume, no dia de sábado, foi para a reunião da comunidade. Jesus não era coordenador, mesmo assim ele tomou a palavra. Sinal de que as pessoas podiam participar e expressar sua opinião. Mas o povo não gostou das palavras dele e ficou escandalizado. Jesus, um moço que eles conheciam desde criança, como é que ele agora ficou tão diferente? O povo de Cafarnaum tinha aceitado o ensinamento de Jesus (Mc 1,22), mas o povo de Nazaré se escandalizou e não aceitou. Motivo? “Esse não é o carpinteiro, filho de Maria?” Eles não aceitaram o mistério de Deus presente num homem comum como eles! Para poder falar de Deus ele teria que ser diferente deles!

Como se vê, nem tudo foi bem-sucedido. As pessoas que deveriam ser as primeiras a aceitar a Boa Nova, estas são as que se recusam a aceitá-la. O conflito não é só com os de fora de casa, mas também com os parentes e com o povo de Nazaré. Eles recusam, porque  não conseguem entender o mistério que envolve a pessoa de Jesus: “De onde vem tudo isso? Onde foi que arranjou tanta sabedoria? Ele não é o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? E suas irmãs não moram aqui conosco?” Não deram conta de crer. Marcos 6,4-6a: Reação de Jesus diante da atitude do povo de Nazaré.                                

Jesus sabe muito bem que “santa de casa não faz milagre”. Ele diz: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria, entre seus parentes e em sua família!” De fato, onde não existe aceitação nem fé, a gente não pode fazer nada. O preconceito o impede. Jesus, mesmo querendo, não pôde fazer nada. Ele ficou admirado da falta de fé deles.

ALARGANDO

A expressão “Irmãos de Jesus”

Essa expressão é causa de polêmica entre católicos e protestantes. Os protestantes dizem que Jesus teve mais irmãos e irmãs e que Maria teve mais filhos! Os católicos dizem que Maria não teve outros filhos. O que pensar disso?

Em primeiro lugar, as duas posições, tanto dos católicos como dos protestantes, ambas têm argumentos tirados da Bíblia e da Tradição das suas respectivas Igrejas. Por isso, não convém brigar nem discutir esta questão com argumentos só de cabeça, pois trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e com o sentimento de ambos. Argumento só de cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração! Apenas irrita e afasta! Mesmo quando não concordo com a opinião do outro, devo sempre respeitá-la.

Em segundo lugar, em vez de brigar em torno de textos, nós todos, católicos e protestantes, deveríamos nos unir bem mais para lutar em defesa da vida, criada por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela injustiça, pela falta de fé.4) Para um confronto pessoal

1. Jesus teve problemas com seus parentes e com a sua comunidade. Desde que você começou a viver melhor o evangelho, alguma coisa mudou no seu relacionamento com a sua família e seus parentes?

2. Jesus não pôde fazer muitos milagres em Nazaré porque faltou a fé. E hoje, será que ele encontraria fé em nós, em mim?5) Oração final

Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido. Feliz o homem a quem o Senhor não argui de falta, e em cujo coração não há dolo. (Sal 31)