Pe. Lucas – A Ternura com que Jesus acolhia os pequenos – Mt 11, 25-27

 

O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

                                                                           Quarta-feira da 15ª Semana do Tempo Comum1) Oração

Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé, rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho    (Mt 11, 25-27)

Naquele tempo, Jesus disse: 25“Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos.  26 Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.  27 Meu Pai entregou tudo a mim. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar.3) Reflexão

*  Hoje o evangelho mostra a ternura com que Jesus acolhia os pequenos. Ele queria que os pobres encontrassem descanso e paz. Por causa disso, Jesus foi muito criticado e perseguido. Sofreu muito! O mesmo acontece hoje. Os pobres não recebem da parte dos cristãos a mesma ternura que, naquele tempo, recebiam de Jesus. Por exemplo, todo o continente africano, o mais pobre de todos, é abandonado pelos países ricos da Europa e da América do Norte que se dizem cristãos.O contexto em que aparece este texto no capítulo 11 do evangelho de Mateus é esclarecedor. Nele transparece a contradição que a ação de Jesus ia provocando. João Batista, que olhava Jesus com os olhos do passado, não conseguiu entendê-lo (Mt 11,1-15).O povo, que olhava para Jesus com finalidade interesseira, não foi capaz de entendê-lo (Mt 11,16-19). As grandes cidades ao redor do lago, que ouviram a pregação de Jesus e viram seus milagres, não quiseram abrir-se para a sua mensagem (Mt 11,20-24). Os sábios e doutores, que julgavam tudo a partir da sua própria ciência, não foram capazes de entender a pregação de Jesus (Mt 11,25). Nem os parentes o entendem (Mt 12,46-50). Só os pequenos o entendem e aceitam a Boa Nova do Reino (Mt 11,25-30).*  Mateus 11,25-26Só os pequenos o entendem e aceitam a Boa Nova do Reino

Jesus faz uma prece: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequenos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado!” Os sábios, os doutores daquela época, tinham criado uma série de leis que eles impunham ao povo em nome de Deus.Eles achavam que Deus exigia do povo estas observâncias. Eles mesmos não as observavam (Mt 23,4). A lei do amor, trazida por Jesus, dizia o contrário. O que importa, não é o que nós fazemos para Deus, mas sim o que Deus, no seu grande amor, faz por nós! Eles observam a lei não para merecer a salvação, mas para agradecer o amor que recebem de Deus. O povo entendia a fala de Jesus e ficava alegre. Os sábios achavam que Jesus estava errado. Eles não podiam entender tal ensinamento.*  Mateus 11,27A origem da nova Lei: O Filho conhece o Pai.

Jesus, o Filho, conhece o Pai. Ele sabe o que o Pai queria quando, séculos atrás, entregou a Lei a Moisés. Aquilo que o Pai nos tem a dizer, Ele o entregou a Jesus, e Jesus o revela aos pequenos, porque estes se abrem para a sua mensagem. Hoje também, Jesus está ensinando muita coisa aos pobres e pequenos. Os sábios e inteligentes fazem bem em fazer-se alunos dos pequenos! Não é Deus que despreza ou exclui os sábios, mas são eles mesmos que se fecham diante da mensagem de Jesus.4) Para um confronto pessoal

  1. Para você, a comunidade é fonte de paz ou de tensão? O que causa a tensão e o que traz a paz? Qual o fardo que hoje cansa o povo e qual o fardo que hoje alivia o povo?
  2. Na primeira parte (vv.25-27), Jesus fala ao Pai. Quais os motivos que levam Jesus a dar louvor ao Pai? Como e quando você louva o Pai?

5) Oração final

Bendigo o Senhor que me aconselhou; mesmo de noite meu coração me instrui. Sempre coloco à minha frente o Senhor, ele está à minha direita, não vacilo. (Sl 15, 7-8)

 

Pe. Lucas – Eu te louvo, ó Pai -­ Mt 11, 25­-27

O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

CONFIRA O VÍDEO: EU TE LOUVO, Ó PAI – ­ Mt 11, 25­-27

https://www.youtube.com/watch?v=92G3wSRPDDo&t=286s,

DEUS SE REVELA AOS HUMILDES

https://www.youtube.com/watch?v=k3cXp0p1n2s&t=7s

EU TE LOUVO, Ó PAI -­ Mt 11, 25­-27

  • SITUANDO
  • O Sermão da Missão ocupou o capítulo 10.

A parte narrativa dos capítulos 11 e 12 descreve como Jesus realizava a Missão. Ao longo destes dois capítulos, aparece a contradição que a sua ação ia provocando. João Batista, que olhava Jesus com os olhos do passado, não conseguiu entendê-­lo (Mt 11,1­-15).

O povo, que olhava para Jesus com finalidade interesseira, não foi capaz de entendê-­lo (Mt 11,16­-19).

As grandes cidades ao redor do lago, que ouviram a pregação de Jesus e viram seus milagres, não quiseram abrir-se para a sua mensagem (Mt 11,20-24).

Os sábios e doutores, que julgavam tudo a partir da sua própria ciência, não foram capazes de entender a pregação de Jesus (Mt 11,25).

Nem os parentes o entenderam (Mt 12,46­-50).

Só os pequenos o entenderam e aceitaram a Boa Nova do Reino (Mt 11,25-­30).

Os outros queriam sacrifício, mas Jesus quer misericórdia (Mt 12,1­-8).

A reação contra Jesus levou os fariseus a querer matá-­lo (Mt 12,9-­14).

Eles chamaram Jesus de Belzebu (Mt 12,22-­32).

Mas Jesus não voltou atrás, ele continuou assumindo a missão de Servo, descrita nas profecias (Mt 12,15-21)

 

  1. Tudo isto era um reflexo do que se passava nas comunidades da época de Mateus. Certas atitudes tomadas por alguns membros das comunidades da tendência dos fariseus escandalizavam os pequenos. Já não se sentiam acolhidos na comunidade e procuravam outro abrigo. Novamente, Mateus oferece frases de Jesus para responder a esta problemática das comunidades.
  2. COMENTANDO

 

  1. Mateus 11,25-­26: Só os pequenos o entendem e aceitam a Boa Nova do Reino.

Jesus faz uma prece: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequenos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado!

“Os sábios, os doutores daquela época, tinham criado uma série de leis que impunham ao povo em nome de Deus. Eles achavam que Deus exigia do povo estas observâncias. Mas a lei do amor, trazida por Jesus,­ dizia o contrário. O que importa não é o que nós fazemos para Deus, mas sim o que Deus, no seu grande amor, faz por nós! O povo entendia a fala de Jesus e ficava alegre. Os sábios achavam que Jesus estava errado. Eles não podiam entender tal ensinamento.

 

Mateus 11,27: A origem da nova Lei: o Filho conhece o Pai. Jesus, o Filho, conhece o Pai. Ele sabe o que o Pai queria quando, séculos atrás, entregou a Lei a Moisés. Aquilo que o Pai nos tem a dizer, Ele o entregou a Jesus, e Jesus o revela aos pequenos, porque estes se abrem para a sua mensagem. Hoje, também, Jesus está ensinando muita coisa aos pobres e pequenos. Os sábios e inteligentes fazem bem em fazer-­se alunos dos pequenos!

  1. Mateus 11,28-­30: Jesus convida a todos que estão cansados

 

Jesus convida a todos que estão cansados ­para vir até ele e promete descanso. E o povo que vive cansado debaixo do peso dos impostos e das observâncias exigidas pelas leis de pureza. E ele diz: “Aprendam de mim que sou manso e humilde de coração”. Muitas vezes, esta frase foi manipulada para pedir ao povo submissão, mansidão e passividade. O que Jesus quer dizer é o contrário. Ele pede que o povo deixe de lado os professores de religião da época e comece a aprender dele, de Jesus, que é “manso e humilde de coração”. Jesus não faz como os escribas que se exaltam de sua ciência, mas é como o povo que vive humilhado e explorado. Jesus, o novo mestre, sabe por experiência o que se passa no coração do povo e o que o povo sofre.

  1. ALARGANDO
  2. O jeito de Jesus realizar o Sermão da Missão

Uma paixão se revela no jeito de Jesus anunciar a Boa Nova do Reino. Paixão pelo Pai e pelo povo pobre e abandonado. Onde encontra gente para escutá­-lo, Jesus transmite a Boa Nova.

Em qualquer lugar: Nas sinagogas durante a celebração da Palavra (Mt 4,23). Nas casas de amigos (Mt 13,36). Andando pelo caminho com os discípulos (Mt 12,1­8). Ao longo do mar, à beira da praia, sentado num barco (Mt 13,1­3). Na montanha, de onde proclama as bem-aventuranças (Mt 5,1). Nas praças das aldeias e cidades, onde o povo carrega seus doentes (Mt 14,34­-36). Mesmo no Templo de Jerusalém, durante as romarias (Mt 26,55)! Em Jesus, tudo é revelação daquilo que o anima por dentro! Ele não só anuncia a Boa Nova do Reino. Ele mesmo é uma amostra viva do Reino. Nele aparece aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus reinar e tomar conta de sua vida.

  1. O convite da Sabedoria Divina para todos os que a buscam

 

Jesus convida a todos que estão sobrecarregados pelo peso das observâncias da lei a encontrar nele o descanso e a suavidade, pois ele é manso e humilde de coração, capaz de aliviar e consola a gente sofrida fatigada e abatida (Mt 11, 25-­30).

Neste convite ressoam as palavras tão bonitas de Isaías que consolava o povo cansado do exílio (Is 55,1­3). Este convite está relacionado com a Sabedoria Divina, que convida as pessoas ao encontro com ela (Eclo 24,19), dizendo que “seus caminhos são deliciosos e suas trilhas conduzem ao bem estar (Pr 3, 17).

Ela diz ainda: “A Sabedoria educa os seus filhos, e cuida daqueles que a procuram.

Quem tem amor a ela ama a vida, e os que madrugam para procurá-­la ficarão cheios de alegria (Eclo 4, 11-12).

Este convite revela um traço muito importante do rosto feminino de Deus: a ternura e o acolhimento que consolam, revitalizam as pessoas e as levam a se sentirem bem.

Jesus é o abrigo que o Pai oferece ao povo cansado!