Pe. Lucas – Deus se revela aos humildes – Mt 11,25-30;

O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

HEMORROÍSSA E RESSURREIÇÃO DA MENINA-DOIS MILAGRES DE JESUS EM FAVOR DE DUAS MULHERES-     VÍDEO LINDO DEMAIS PE LUCAS

                                                                 HOMILIA PARA O XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM

Pe. Lucas – Deus se revela aos humildes – Mt 11,25-30;

No bem-aventurado vocabulário do cristianismo há uma palavra que não costuma freqüentar as colunas dos jornais: é a palavra “humildade”. E parece haver no coração de Deus uma predileção especial para essa virtude. “Deus resiste aos soberbos, e aos humildes dá a sua graça”, como está proclamado na primeira carta de São Pedro (1 Pe 5,5). E, com mais veemência, no Salmo 137: Deus volta os seus olhos para os humildes, mas aos altivos ele olha de longe” (v 6). Como que tomando a medida da imensa presunção do orgulhoso.Quando o Filho de Deus baixou à terra para assumir a natureza humana, escolheu para ser sua Mãe a mais humilde das filhas de Israel – a Virgem Maria. E nenhuma mulher foi tão grande como ela. “Umile ed alta pill che creatura”, como Dante faz dizer a São Bernardo no insuperável canto da Divina Comédia: “Virgem Mãe, que és filha de teu Filho – e és alta e humilde mais do que ninguém” (Par., XXX, 2).A vida de Jesus é toda marcada pelo sinal da humildade: o presépio de Belém, a casa pobre de Nazaré, a convivência com a gente mais humilde e pobre. Entre as parábolas do Evangelho brilha a da pequenina semente de mostarda.Como ela, são os humildes inícios do Reino de Deus, que depois cresce e se esgalha e se estende por toda a terra. Foram humildes pescadores do lago de Genezaré que o Divino Mestre escolheu para seus apóstolos. Sua entrada em Jerusalém não foi na grandeza de um rei glorioso que domina e subjuga com seus carros de guerra. Foi o singelo triunfo do Rei humilde e manso, montado num jumentinho. Sem falar na humildade suprema que foi a morte na cruz, confundido entre os malfeitores. Mas exatamente de toda essa humildade é que brotou a verdadeira grandeza: o triunfo definitivo contra toda a maldade e contra toda a soberba que levanta os homens contra Deus.Jesus pôde dizer: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração (Mt 11,29). Ensina a humildade não apenas com palavras mas com o exemplo de sua vida. E todo aquele que quiser construir alguma coisa de realmente grande, tem que abraçar a humildade. Santo Agostinho chama a atenção para o fato de que aquele que vai construir uma casa, lança primeiro os alicerces, tanto mais profundos quanto mais alto se tiver que elevar o edifício. Como dissemos acima, o mundo atual não acata muito essa lição de humildade. A soberba, a vaidade, a presunção, a prepotência , a auto-suficiência estão aí presentes em toda parte. E, como fruto disso, a contestação em todos os níveis, a desobediência beirando a anarquia, a rebeldia, como também a opressão dos pequeninos, o agigantamento de certas fortunas à custa do empobrecimento dos mais fracos. Aliás, todo pecado é um sinal de soberba. O pecador é aquele que não se submete a Deus, porque se julga dono de total independência. Cada pecado é um eco do “non serviam” – não servirei – com que o profeta Jeremias sintetiza toda a infidelidade do povo de Israel. Ao passo que o santo é aquele que reconhece a grandeza de Deus e seu soberano domínio de justiça e de verdade.Não é fora de propósito lembrar que a humildade não nós impede de empreender grandes coisas. Pelo contrário, sabendo que toda grandeza vem de Deus, o homem humilde abraça as grandes causas. Ele conhece o milagre do grão de mostarda. E não se acovarda. Nem se deixa envilecer. Pratica a virtude da magnanimidade. Como fizeram os grandes apóstolos, os grandes benfeitores da humanidade, os grandes sábios, os grandes mestres. Eles sabem que o que neles é grande é dom de Deus. E podem dizer como disse a humilde Virgem Maria: “O Todo- poderoso fez em mim grandes coisas”.Um dos mais belos frutos da humildade é esse que está no evangelho que estamos lendo neste domingo: o ter os olhos abertos para penetrar as verdades de Deus, enquanto que os soberbos e os altivos e os que presumem ser muito sábios ficam às escuras diante dessa luz: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e aos doutores e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11,25). Como não pensar na pequenina flor do Carmelo de Lisieux, Santa Teresinha? Quanta humildade e quanta celeste sabedoria! A água da chuva não corre montanha acima. Ela desce para o fundo dos vales. E as espigas cheias são as que se dobram para o chão, enquanto as espigas vazias se alteiam no meio das outras.

Leituras do XIV Domingo do Tempo Comum -Ano A:

1a) Zac 9,9-10

2a) Rom 8,9.11-13

3a) Mt 11,25-30;