EVANGELHO DO DIA E HOMILIA – O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

                            CURTA O VÍDEO: VI DOMINGO DA PÁSCOA- EM CLIMA DE RESSURREIÇÃO                                                     Pe. Lucas – VI Domingo da Páscoa – Em clima de Ressurreição- Jo 14,15-21A espiritualidade do Tempo Pascal é uma espiritualidade de Ressurreição. Uma espiritualidade de vida nova, de “vida do alto”, como repete a Liturgia, relembrando o ensinamento da carta aos colossenses: “Uma vez que ressuscitastes com Cristo – o cristão é alguém que no Batismo morreu e ressuscitou com Cristo – buscai as coisas do alto, onde Cristo se encontra sentado à direita de Deus”(Cl 3, 1 ). O cristão não pode rastejar no apego e na sujeição às coisas terrenas, aos prazeres deste mundo. Tem que saber saborear as coisas do alto e não as coisas da terra (cfr v 2).E para nos ajudar eficazmente nessa tarefa, a Igreja nos vai fazendo ler o que Jesus ensinou, numa nova e saborosa leitura iluminada pela luz da Páscoa, que leva a penetrar as profundezas da sabedoria de Deus. E, como nem podia ser diversamente, predominam os textos de São João com a sua sábia teologia e com a sua elevada mística.

E, como já se aproxima Pentecostes, estamos lendo a promessa da vinda do Espírito Santo: “O Espírito da verdade, que o mundo não pode acolher, porque não o vê nem o conhece” (Jo 14,17). O Dom do Espírito Santo é uma espécie de retribuição de valor infinito que Jesus promete aos que o amam e guardam seus ensinamentos.Ele o declara expressamente: “Se vós me amais, guardareis meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará um outro Paráclito, para estar convosco eternamente: o Espírito da verdade”(v 15 s). Que maravilha que é um mundo vivificado e iluminado pela verdade do Espírito Santo! Isso caracteriza o cristianismo. Um mundo espiritual, não um mundo materialista. Um mundo esclarecido pela verdade, não um mundo iludido pela mentira.Vida e verdade são elementos intimamente presentes nesse clima de Ressurreição que a Igreja nos quer fazer viver. Pentecostes é um complemento da Páscoa. Onde se estivesse propagando a mentira, a fraude, a deslealdade, não se estaria vivendo em clima de Ressurreição.Onde se – estabelecerem programas de vida, e se estiver fazendo raiar a manhã da esperança, aí está acontecendo a Páscoa.É preciso que o mundo inteiro se integre nesse clima. E se afastem para sempre as guerras, e se afaste a violência em todas as suas formas. E o progresso, que cria tantos valores positivos, exclua sempre mais o resíduo negativo de morte que ele costuma deixar. Não haja a marginalizarão, que cria um fosso cada vez mais largo entre o pequeno grupo dos muito ricos e o imenso mundo dos imensamente pobres. Haja no coração de cada um a decisão de tomar parte no programa de Jesus, que veio trazer a vida: “Que todos tenham vida” ( cfr Jo 10.10). A vida eterna, e a vida temporal que a prepara.Aqueles misteriosos mortos, que saíram dos túmulos na hora da morte de Jesus e apareceram a muitos na cidade (Mt 27,52), seja qual for a explicação que conseguirem dar os estudiosos das Sagradas Escrituras, significam, sem dúvida, que a morte de Cristo foi um solene “não” dito à morte.Foi uma proclamação de vida, que a Ressurreição evidenciou. Jesus é a Vida!Dentro da visão desse clima de vida e de esperança que estamos tentando contemplar, uma página que certa vez numa revista italiana me impressionou profundamente.Trata-se da Albânia. Desse país que, em 1967, se declarou oficialmente o primeiro país ateu do mundo. Lá morreram ou foram presos e condenados a trabalhos forçados dezenas de padres, bispos, religiosos e leigos cristãos. Foram fechadas duas mil e duzentas igrejas cristãs, mesquitas, conventos e outros edifícios religiosos. Mas um dia o país repudiou também o comunismo, depois de todos os outros países comunistas da Europa.A fé não tinha morrido no coração do povo! “Deus não morre!” como disse Garcia Moreno, ao morrer assassinado. E a vida religiosa foi voltando àquela terra.Pouco depois lá se estabeleceu uma pequena comunidade de padres salesianos.Tomaram posse da igreja dos franciscanos, que durante a perseguição tinha sido transformada em salão de cinema.A missa for celebrada pelo Núncio Apostólico, com a igreja transbordando de fiéis. No Ofertório foi apresentado um recipiente com terra, na qual o Núncio semeou um punhado de pequenas semente. Sinal luminoso de esperança! Ela nunca morre! .Leituras do VI Domingo da Páscoa do Ano A

1a) At 8,5-8.14-17

2a) 1 Pdr 3, 15-18

3a) Jo 14, 15-21